O graffiti está cada vez mais presente nas ruas de Natal e homenagear os artistas potiguares. Na passarela da avenida Senador Salgado Filho, próximo da Igreja Universal, tem a pintura de dois artistas. De um lado está o grande violinista Aldo Parisot e do outro está Chico Antônio. Confira a arte, portanto, a seguir:
Vamos contar a sua história a seguir.
História de Chico Antônio
Seu nome completo, portanto, era Francisco Antônio Moreira, nasceu em 29 de setembro de 1904, no distritivo de Cortes, onde hoje fica em Pedro Velho. Trabalhava na roça, juntamente com as suas famílias e por isso não conseguiu se alfabetizar. Mas, a carreira de cantor começou aos 12 anos.
Ainda jovem e contrariando a vontade do pai, que não o achava bom cantor, foi prosseguindo na lida de embolador. Passa a vencer desafios com famosos cantadores de coco de sua região como Zé Fulô, Mané Matias, Cícero Matias, Antônio Matias, o preto João Perigoso, Domingos Gregório e outros.
Em janeiro de 1929 estava trabalhando no Engenho Bom Jardim, quando foi levado a cantar para o poeta e escritor modernista Mário de Andrade, que estava de visita naquele lugar, que lhe tornou um grande fã do artista e mencionou no livro “O Turismo aprendiz”. Logo, ele tentou a sua carreira no Rio de Janeiro.
Chico Antônio no Rio
Ainda mais ele trabalhou em Bonsucesso, Botafogo e Jacarepaguá. Mas, desistiu da cidade grande voltando para Pedro Velho e trabalhar na roça. Mas a música era somente nos fins de semana.
Redescoberta por Deífilo Gurgel
Em 1979, o estudioso do folclore brasileiro Deífilo Gurgel, em viagem ao Rio Grande do Norte, em pesquisa para a Fundação José Augusto, tomou conhecimento da existência de um cantador de cocos que parecia ser o lendário Chico Antônio, registrado por Mário de Andrade. Além disso, foi então até Pedro Velho e confirmou a informação. Como resultado, levou então o cantador para Natal, onde este se apresentou em congressos e festivais, além de conceder entrevistas para diversos jornalistas e estudiosos. Em 1982, um convênio entre o Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro e a Funarte, possibilitou a gravação do único registro fonográfico do mestre coqueiro. A gravação ocorreu nos dias 26 e 28 de agosto daquele mesmo ano, na casa de Chico Antônio e na do seu filho.
Foram registradas nove composições, todas de autoria de Chico Antônio e Paulírio, entre as quais “Boi tungão”, “Onde vais, Helena”, “Curió da beira-mar” e “Vou no mar”. Em 1983 apresentou-se no programa “Som Brasil”, da TV Globo, apresentado por Rolando Boldrin.
Fizeram um documentário do artista do agreste
Confira o filme, na íntegra, a seguir:
Homenagens póstumas
Após a sua morte, em 1993, as músicas de Chico Antônio foram novamente lançadas e ainda recebeu outras homenagens.Em 1995 teve o coco “Usina (tango no mango)”, parceria com Paulírio, gravado pelo grupo pernambucano Mestre Ambrósio. Em 1997 foi homenageado pelo cantor e compositor pernambucano Antônio Nóbrega no show “Na pancada do ganzá”.
Em 1999, o Acervo Funarte lançou o CD “No balanço do ganzá”, com interpretações de Chico Antônio. A gravação aconteceu 54 anos depois de seu encontro com Mário de Andrade. No mesmo ano, teve a música “Eu vou, você não vai”, gravaram o CD “Nação Potiguar”, lançado em homenagem aos 400 anos da cidade de Natal.
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