O SESC de Cidade Alta, desde a semana passada, promove uma ação peculiar para celebrar os 100 anos de Arte Moderna. Nas margens da avenida Câmara Cascudo, também lembrada por Junqueira Aires, os artistas Cristiane Amorim, Filipe Fernandes, Larissa Cruz (Consulo Vea Coroca, que falamos aqui), Lucas Martim e Raniere Nascimento vão celebrar obras de artistas que ficaram célebres por esse movimento, como Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Pagu e também Mário de Andrade, que já veio a Natal e falamos um pouco no Brechando, clique aqui para ler.
Um dos motivos é mostrar que a instituição também está cuidando do patrimônio, visto que a sua balaustrada e relógio estão na Cidade Alta desde o início do século 20.
Sobre a Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal da cidade e ajudou a impulsionar o movimento modernista brasileiro através da poesia, pinturas, música e também nas artes cênicas.
Foram expostas 100 obras abertas ao público, além de sessões lítero-musicais. Por mostrar um Brasil além do tradicional, o evento chocou a sociedade conservadora, que tratou com diversas críticas na mídia e inúmeras vaias durante as apresentações.
Só depois da morte de Mário de Andrade que houve um resgate.
Atitude do SESC de Cidade Alta também ocorre em outras unidades
A ação de grafitar faz parte da programação da 16ª Mostra Sesc de Arte e Cultura, iniciada em agosto, contemplando cerca de 430 artistas de 30 grupos potiguares, em quase 40 dias de apresentações artísticas gratuitas, nas cidades de Natal, Mossoró, Nova Cruz, Macaíba, São Paulo do Potengi e Caicó. Até a primeira quinzena de setembro, o projeto já beneficiou cerca de 9 mil pessoas.
Confira como ficou o mural do SESC Cidade Alta
Alguns artistas estão registrando o processo de atividades nas redes sociais, no qual a intenção é deixar todo esse muro totalmente inspirado nas artes modernas. Confira a seguir:
Outros artistas fazem grafith ao redor
Em 2021, a Rua Vigário Bartolomeu, paralela à Câmara Cascudo, por trás do Banco do Brasil também recebeu obra de arte. A Fundação Capitania das Artes (Funcarte), equivalente à Secretaria Municipal de Cultura, está com um projeto de grafitar mais muros da Cidade Alta, desta vez tentando enfatizar várias personalidades do Rio Grande do Norte. Desta vez, o muro recebeu autorização do Banco do Brasil para receber o Graffiti, diferente da obra de Cascudo.
O que sabemos, portanto, que outros artistas pintaram o muro todo de preto e colocaram a Zila Mamede. A obra foi de Lucas MDS, que também ilustrou outras personalidades potiguares, como Frei Miguelinho e Veríssimo de Melo. A intenção é que outras personalidades potiguares estejam nos muros, como Clara Camarão e conta com a participação de outros artistas.
“Eu montei pensando em sua vivência de Zila Mamede, no qual ela não conhecia o mar e fez vários poemas imaginando como seria. Além disso, eu também assisti alguns vídeos e documentários sobre a sua biografia, no qual falava com um sentimento tão forte sobre o mar, a curiosidade de ver e sua fascinação pela primeira vez. Tragicamente, ela morreu afogada no rio Potengi, no qual fiquei filosofando que sua vida era toda ligada à isso. Por isso, eu adicionei bastantes tons de azul no muro”, relatou o artista em entrevista ao Brechando.
A jornalista Leila de Melo cedeu as fotos para mostrar como ficou a arte, que ficou praticamente o dia todo para ficar pronto. Confira, portanto, a seguir:
Diógenes da Cunha Lima financiou a pintura do rosto de Cascudo
O folclorista Luís Câmara Cascudo está com seu rosto estampado em um muro na rua Vigário Bartolomeu, por trás do Banco do Brasil. Diferente das outras artes que valorizam a importância cultural do escritor, Cascudo incentivou o uso de máscara contra o novo coronavírus.
Por isso, além de pintar, eles colocaram uma máscara de pano para proteger Cascudo do Covid-19. Cuidado para não cair a máscara, porque paga multa.
Esta arte foi feita por dois artistas. O Lennon Lie, que é filho do também artista Marcelus Bob. Além disso, um dos integrantes do movimento de artistas conservadores Canarinho. O segundo é Fábio Di Ojuara, no qual atua bastante em Ceará-Mirim, na Grande Natal.
Além disso, eles contaram com o apoio de Diógenes da Cunha Lima. Para quem não sabe, Cunha Lima é empresário, ex-reitor da UFRN, advogado, escritor e dentre outras profissões.
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