Ficar dois anos sem alguma festa me fez ter uma vontade imensa de comemorar alguma coisa quando a pandemia estivesse mais controlada, tomado a vacina e que pudesse andar uns 200 metros sem máscara. Sentia a falta do carnaval e inclusive do São João, mesmo que não fosse a maior fã do Luiz Gonzaga.
Durante a pandemia fiquei vendo as lives do Wesley Safadão religiosamente, rindo e com saudade da festa, pois para o cantor aquela gravação ao vivo era simplesmente o privilégio de curtir uma night enquanto os outros estavam nos hospitais tentando salvar outras vidas.
E eu fui ao São João. Quarta-feira, 15 de julho, véspera de feriado, resolvi comemorar o também conhecido SJ. Desta vez foi no Ahayá, que também ficou conhecido como São João de Potilândia, local conhecido pelas tradicionais festas juninas.
São João em Potilândia já é tradição
Inicialmente, era uma festa somente na Rua da Esmeralda nos anos 80/90, onde fica o Conselho Comunitário (por isso o nome!), mas a medida que se passava, outras ruas da região também tinham barracas, atrações e muita festa. Era um período em que cada bairro, conjunto ou loteamento tinha o seu próprio arraiá.
De acordo com os moradores, a festa começou entre os próprios e a divulgação para o resto da população natalense era através do boca a boca. Não era como Halloween do Gringo’s que usava o Facebook para chamar a galera. Na mesma época existia o Arraiá da Velha Chica, que era bastante sucesso no bairro de Lagoa Seca.
Ainda tinha apresentações de quadrilhas juninas, que ainda são comuns no interior. Minha família ficava toda na calçada comendo milho, pamonha e eu e meus primos ficávamos jogando bomba e chumbinho por toda a rua.
A festa cresceu tanto que começou a superlotação e aparecer vários casos de violência, poluição sonora (muitas bandas tocavam até o sol aparecer) e brigas. Então, nos anos 2000, começou a diminuir a quantidade de pessoas que iam para a festa, porém tentarem reviver a festa em 2007, organizada pelo ex-vereador Luís Carlos, teve muita gente, mas não foi o mesmo sucesso dos anos 90.
Mas, a produtora cultural Haylene Dantas resolveu mudar e criou o Ahayá de rua e desta vez tem patrocinadores
O que é Ahayá
Tudo começou quando Haylene, moradora do conjunto, estava com saudades de curtir aquela festa junina. Desde 2016, ela organiza a festa, que está crescendo cada vez mais, no qual ela coloca forró, comida típica e muita diversão para celebrar este período junino.
Além disso, nesse ano, ela colocou apresentação de mamulengo, DJ Opa Bruno, Duda Pereira, Maciel Salú (que foi muito bom) e o Trio Trancelim, que cantou os clássicos do forró. Além disso, o local tinha as barracas típicas para quem gosta de um bom milho.
Após duas edições online, o Ahayá está de volta presencialmente nas ruas de Potilândia e muita gente como eu resolveu tirar o pai da forca neste SJ.
Como foi a festa de São João em Potilândia
Fui em 2019 e tinha gostado bastante do evento, além de trazer memórias da minha infância. A empolgação era tanta que eu fui de matuta na aula da faculdade, antes da festa.
Primeiramente, eu não esperava esse tanto de gente. Constatei, logo, que vieram muitas pessoas após ver que a rua principal do conjunto, a Avenida Capitão-Mor Gouveia, estava cheia de carros. O som já dava para ouvir a cada passo e tocando os sucessos de São João.
A vontade era já dançar agarradinha com o crush já na entrada. Mas resolvemos entrar na muvuca e foi legal sentir a empolgação da galera, que estava enfurnada em casa há mais de dois anos. E era normal do nada ver gente que fazia séculos que não encontrava e ficar surpreendido.
Além disso, muitas pessoas aproveitaram o momento para beber tudo ou tirar aquela foto na Barraca do Beijo.
Ainda tinha caipirinhas para tudo que é lado custando cada copão 5 reais, basta procurar. Mas, a sensação da festa era o Corote, que acabou rapidinho.
Agora eu aguardo cenas para o Carnaval de 2023.
Confira as fotos do evento a seguir:
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