Brechando/Cidades / Blackout: bar que ajudou a transformar a rua Chile

Blackout: bar que ajudou a transformar a rua Chile

Blackout

A Rua Chile até hoje é marcada por locais badalados, desde boates roqueiras até para galera que gosta mais de música pop. Tudo isso aconteceu no final da década de 96, quando surgiu a Blackout. Se você procurar algum nativo da Ribeira que perambula na via, ele sempre vai contar uma história do Blackout. Nascido…

Compartilhe:

A Rua Chile até hoje é marcada por locais badalados, desde boates roqueiras até para galera que gosta mais de música pop. Tudo isso aconteceu no final da década de 96, quando surgiu a Blackout. Se você procurar algum nativo da Ribeira que perambula na via, ele sempre vai contar uma história do Blackout.

Nascido no histórico bairro da Ribeira, o bar Blackout teria que ser mesmo uma referência ao marcante período da 2ª Guerra Mundial em Natal. O proprietário Paulo Ubarana registrou a história no cardápio do bar. “Foi em fevereiro de 42 que os americanos exigiram que as luzes fossem apagadas, um ‘blackout’ mesmo”, conta. A ideia partiu da irmã de Paulo, Luciana Ubarana. A casa tinha uma motocicleta de 1949 pendurada no teto e fotos de época.

De acordo com os seus registros, o bar surgiu em 1996, segundo registro do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), no período que as pessoas estavam fugindo de Ponta Negra e Praia do Meio, os principais pontos da capital potiguar. Entretanto, a sua inauguração aconteceu em março de 1997. Surgiu bem na época que restauraram alguns casarões antigos da Ribeira, assim nascendo o Centro Histórico.

Toda a decoração do Blackout teve como inspiração a Segunda Guerra Mundial. Nesta mema época, todavia, também tinha o “A Lata”, “Downtown”, “Bar das Bandeiras” e dentre outros. Por falar em seu cardápio, um dos coquetéis mais famosos era o Maria Boa, em referência a dona do bordel mais famoso de Natal na Segunda Guerra. Era ideal para quem gostara de blues e rock.

Boate teve fim após o assassinato do seu proprietário

Em 2004, o empresário Paulo Ubarana foi assassinado pelo sócio Anxo Anton, ambos administraram a Blackout, que hoje é o Galpão 29. O espanhol atirou em Ubarana com dois tiros na cabeça na praia de Pirambúzios, Litoral Sul de Natal. A polícia achou o corpo apenas uma semana depois e, por conseguinte, os dois locais fecharam as portas, dando o fim uma das principais baladas da capital potiguar.

Na época, o espanhol era o principal investidor do Blackout e tinha bastante dinheiro na época. Por isso, a Polícia Federal o investigava por lavagem de dinheiro. Acredita-se, portanto, que o fim da sociedade culminou no crime.

No dia 24 de outubro de 2004 Anxo Anton e a companheira dele, Patrícia Maria da Silva, foram presos preventivamente pelo assassinato do empresário. Em julho de 2007, Anxo recebeu a condenação de 19 anos de reclusão, pela prática de homicídio duplamente qualificado, considerado hediondo. Na sentença, todavia, o estrangeiro cumpriria o regime fechado.

No dia 13 de maio de 2015 o juiz da vara de execuções penais Henrique Baltazar concedeu a progressão do regime semiaberto para o aberto.

Anxo Anton faleceu em 2015

O espanhol Anxo Anton Valiño Gonzales, de 51 anos, foi morto a tiros no início da tarde desta quinta-feira (6). O crime aconteceu no Jardim Lola, em São Gonçalo do Amarante, no meio da rua. De acordo com o delegado Raimundo Rolim, o crime tem características de execução.

Segundo informações da Polícia Militar, Anxo estava acompanhado da mulher quando dois homens em uma moto se aproximaram do espanhol na Rua Carlos Gomes e efetuaram vários disparos de arma de fogo. Anxo morreu, portanto, no local.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

Clique aqui para saber mais.

Arquivos

Chuva de palavras

Alecrim Arte banda Brechando Brechando Vlog Campus Party carnaval Cidade Cidade Alta Cidades cinema Covid-19 Cultura curiosidades Dosol entrevista Evento eventos Exposição feminismo Festival filme filmes Historia lgbt livro Mada mossoró Mudanças Mulher Música Natal pesquisa Peça potiguar projeto Quarentena Ribeira Rio Grande do Norte RN Rolé Show Teatro UFRN ônibus