Antes, era uma casa de um político potiguar. Hoje, abandonado. A única coisa que lembra um casarão, primeiramente, é a sua fachada do século XX. Uma pessoa que morou no recinto foi o ex-governador Augusto Tavares de Lyra.
O casarão de 500 metros era maior que muito apê moderno. Tinha salas, salões, suítes, subsolo e quartos amplos. Por outro lado, o prédio tombado pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) tinha como iniciativa o Museu da Assembleia Legislativa.
Em 1950, no entanto, a casa pertenceu à Idalina Perreira Carrilho, no qual a filha ficou como herança. Depois, a mesma morou com o marido, o professor Ulisses de Góis. No entanto, eles venderam a casa em 1979 para Arquidiocese de Natal, dona do casarão até hoje.
Quem foi Augusto Tavares de Lyra
Augusto nasceu no dia de Natal, em 1872, em Macaíba. Veio para Natal ainda jovem, onde estudou no colégio dirigido por Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, que futuramente seria seu aliado e sogro. Durante o Ensino Médio mudou-se para Recife e, depois, cursou direito.
Voltando para Natal, tornou-se professor de história do Atheneu. Após sua formatura, abriu uma sala na rua 13 de maio (Princesa Isabel) e, por conseguinte, foi redator do Jornal A República, onde tinha a coluna “Em Vários Tons”.
Por muitos anos, ele morou nesta casa na rua Câmara Cascudo (antes, Junqueira Aires), quando comprou de Juvino Barreto.
Além de todos esses trabalhos, começou a sua carreira política.
Em 1893 assume como deputado estadual no Rio Grande do Norte. Em 1894, vira deputado federal. Reeleito em 1897, 1900 e 1903, foi líder de sua bancada, secretário da Câmara dos Deputados e membro de importantes comissões.
Continuando sua aliança com a família Maranhão, ele ganhou os votos para governador, substituindo Alberto Maranhão. Sua posse aconteceu, no entanto, em 25 de março de 1904. Um de seus feitos foi a criação do Bandern, privatizado durante o Plano Real de 1994, e garantiu a iluminação dos postes da cidade.
De governador para cargos federais
Em novembro de 1906, no entanto, passou ao vice Manuel Moreira Dias, para assumir o Ministério da Justiça e Negócios Interiores, sucedendo a Félix Gaspar de Barros Almeida.
Nesse período apresentou ao Legislativo um plano de reforma geral do ensino, tornou oficial a ortografia brasileira. Ainda empreendendo ainda várias obras públicas, entre as quais as do Instituto Oswaldo Cruz e da Biblioteca Nacional. Reorganizou em 1908 o território do Acre, reformou aspectos da Justiça federal e local e, por fim, regulamentou a nacionalização de estrangeiros.
Além disso, reorganizou os Bombeiros, a Polícia, a Guarda Civil, a Casa de Detenção e a Colônia dos Dois Rios. Ainda criou o Ginásio Nacional, o Hospital dos Alienados, o Instituto Benjamin Constant e a antiga Escola Politécnica.
Após a morte de Afonso Pena, tornou Senador da República. Em seguida, na gestão de Venceslau Brás, foi ministro da Aviação e Obras Públicas. Ficando no cargo por apenas quatro anos.
Por conseguinte, abandonou a política. Tornou-se ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), uma vez que viria a ser presidente de 1939 a 1940. Isto porque tinha recusado em ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Sem contar que foi o primeiro, desde o início da vida republicana, a lavrar um parecer sobre as contas do presidente. Assim também favoreceu a instalação do primitivo Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos da União, atuando no conselho administrativo.
Aposentadoria e o fim da vida
Em 1927, presidiu o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) e simultaneamente foi aposentado do TCU em 1941, uma vez que atingiu o limite de idade. Entretanto, isso não foi o fim de sua vida pública.
Ele participou de eventos. Ainda narrou sobre história da política, inclusive biografou gente do Império e da República. Sem contar que deixou escritos de administração, finanças e direito administrativo. Também foi do Instituto Histórico e Geográfico Nacional e sócio de entidades culturais.
Vários de seus trabalhos estão na Revista do Instituto Histórico Brasileiro, visto que era o primeiro vice-presidente. Além disso, ensinou direito administrativo na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
Hoje seu trisneto, Anderson Tavares de Lyra, é um historiador e conhecedor da República Velha e Brasil Imperial.
Faleceu no Rio de Janeiro, portanto, no dia 21 de dezembro de 1958.
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