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Museu potiguar preserva xilogravuras de José Costa Leite

José Cpsta Leite

As xilogravuras do paraibano José Costa Leite precisam ser preservadas. Com a finalidade de conseguir este objetivo, o Museu Câmara Cascudo a partir desta sexta-feira (20), realiza uma campanha de financiamento coletivo para preservar a arte do artista. O projeto está no edital Matchfunding BNDES+ 2020 e precisa arrecadar parte dos recursos a partir de…

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As xilogravuras do paraibano José Costa Leite precisam ser preservadas. Com a finalidade de conseguir este objetivo, o Museu Câmara Cascudo a partir desta sexta-feira (20), realiza uma campanha de financiamento coletivo para preservar a arte do artista. O projeto está no edital Matchfunding BNDES+ 2020 e precisa arrecadar parte dos recursos a partir de doações para funcionar o projeto.

O poeta e xilogravurista de 93 anos é famoso tanto por seus poemas, mas também por suas ilustrações. Sem contar que ele é editor e vendedor dos folhetos de cordéis nas feiras da região. Agora, em seu aniversário de 60 anos de carreira, o Museu Câmara Cascudo quer celebrar o talento do artista paraibano e preservar seu acervo de matrizes.

A proposta do projeto é compartilhar a sensibilidade e a imaginação de José Costa Leite, visto que as pessoas ainda não tiveram o prazer de conhecê-lo. O projeto prevê a compra e a digitalização de todas as peças e a divulgação do acervo pela internet. Depois, o material passa a fazer parte de exposições e publicações sobre a arte da xilogravura dirigidas a públicos cada vez mais amplos e diversificados.

Mas, quem é José Costa Leite

Nasceu na cidade de Sapé. Na infância e adolescência, trabalhou na cana, plantou inhame, foi cambiteiro, cambista, mascate, camelô de feira. Os primeiros trabalhos de Costa Leite foram lançados ainda no final dos anos 1940 com os cordéis “Eduardo e Alzira” e “Discussão de José Costa com Manuel Vicente”. Além disso, na década de 50 se mudou para a cidade pernambucana de Condado.

Somente no terceiro cordel decidiu fazer a sua própria capa em xilogravura. Costa Leite conseguiu aprimorar o talento para as artes plásticas nessas seis décadas de familiaridade com a madeira, quicé, goiva e formão. É ele quem desenha e talha na madeira e depois imprime no papel as ilustrações de capa dos próprios folhetos.

O mesmo aprendeu sozinho a arte da gravura, vendo fazer e experimentando. Já nos anos 1960, seu trabalho de xilógrafo ganha status de obra de arte, visto que expôs em museus do Brasil e do exterior.

Nos anos 70 também se aventurou no mundo fonográfico, uma vez que três LPs gravados no Conservatório Pernambucano de Música, nos quais deixou registradas grandes histórias de cordel, Costa Leite já cantou muito na feira da cidade onde vive e na vizinha Goiana.

Uma das xilogravuras de José Costa Leite (Fotos: Projeto José Costa Leite para sempre/Divulgação)

Exposição para o mundo todo

Em 2005, participa de uma exposição no Musée du Dessin et de l’Estampe Originale de Gravelines, na França. Lá, ministrou oficinas sobre o seu trabalho. Em 2007, aos 80 anos, recebeu uma homenagem do Governo da Paraíba e ainda ganhou o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Mesmo com a idade avançada, ele continua vendendo folheto em Itambé (PE), que faz fronteira na cidade de paraibana de Pedras de Fogo. Assim que se encerra a feira, por volta do meio-dia, segue para Itabaiana (PB), onde dorme e depois passa a manhã fazendo arte.

Como funciona a regra de financiamento coletivo

O projeto é divulgado através do portal Benfeitoria – contratado pelo BNDES para viabilizar o edital -, onde todo o funcionamento do projeto e o uso do dinheiro são explicados aos apoiadores. Os participantes recebem recompensas de acordo com o valor doado, como agradecimentos nas redes sociais, para os menores valores. Ainda tem uma matriz de xilogravura inédita de José Costa Leite, para quem escolher a doação máxima.

A diferença é que, para cada real investido na campanha através do site, o BNDES investe outros R$ 2 no projeto. A campanha segue até o dia 20 de dezembro, quando atingir a meta de R$ 121 mil precisa. Os valores das doações vão de R$ 10 a R$ 5 mil e ainda podem parcelar em até seis vezes, no cartão de crédito.

Os recursos financeiros serão gerenciados, portanto, pela Fundação Norte Riograndense de Pesquisa e Cultura, que também está responsável por toda a gestão burocrática do projeto. A partir de hoje, as equipes do museu e da UFRN começam o trabalho de mobilização com o objetivo de garantir a arrecadação dos recursos com a comunidade universitária, os amigos do museu e, por fim, dos amantes da cultura.

Qualquer pessoa, no entanto, pode participar da campanha com doações ou compartilhando a página nas redes sociais. Você pode saber mais detalhes pelas redes sociais do Museu Câmara Cascudo e da UFRN, ou ainda pelo site da campanha no endereço: https://benfeitoria.com/josecostaleite.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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