Quando pensamos em doenças sexuais, rapidamente lembramos da AIDS, mas esquecemos do HPV, no qual as verrugas ou lesões causadas pelo Papiloma Vírus Humano (o nome da sigla inglesa traduzida no português) em várias partes do corpo humano pode causar câncer de colo de útero, garganta ou ânus. O pior, no primeiro contato sexual 1 em cada 10 meninas chega a entrar em contato com o vírus. Sim, apenas o contato daquela cabecinha pode transmitir. Parece chulo o que estou escrevendo, mas infelizmente é a verdade.
Pesquisando na internet, descobrimos várias coisas sobre a doença, além de ter visto fotos que gostaríamos de não ver mais e que não publicaremos por aqui por ser uma coisa bem nojenta. No Brasil mais de 54% dos jovens entre 16 e 25 anos possuem HPV.
Por isso, é importante uso da camisinha é uma proteção importante para evitar a transmissão do HPV e não deve ser esquecida mesmo durante o sexo anal ou sexo oral. A camisinha feminina é uma boa aliada, pois ela permite um contato menor ainda entre a pele dos parceiros. Outras formas de transmissão, muito mais raras, são pelo contato com verrugas de pele, compartilhamento de roupas íntimas (por isso colocar um paninho na hora de experimentar uma calcinha ou biquini na loja) ou toalhas e, por fim, a transmissão vertical, ou seja, da mãe para o feto, que pode ocorrer durante o parto.
O principal sintoma do HPV é o surgimento de verrugas ou lesões na pele, no organismo feminino, as lesões costumam se desenvolver na vulva, vagina, colo do útero e na genitália masculina, o pênis é o local mais comum para aparecimento do HPV. Mas também pode ter verrugas em outras partes, como ânus, garganta, boca, pés e mãos são locais em que o vírus do HPV costuma se manifestar. Por isso, na maioria das vezes, o HPV é localizado nos exames de rotina das mulheres, até porque o problema pode não apresentar sintoma nenhum.
Porém, fique mais de olho se tiver verruga lá embaixo, procure um médico ou urologista. Sim, o parceiro ou parceira de alguém diagnosticado com HPV deve ir ao médico para investigar se também tem a doença. Caso haja alguma lesão clínica ou subclínica, é preciso que ele também se trate, para evitar os perigos da doença e também não transmiti-la novamente ao parceiro já diagnosticado.
Mais de 90% das pessoas conseguem eliminar o vírus do HPV do organismo naturalmente, sem ter manifestações clínicas.
Normalmente a descoberta do HPV acontece em algum exame de rotina, como o papanicolau, colposcopia, vulvoscopia, peniscopia ou anuscopia. Nesses exames pode ser usado um reagente corante, que facilitará na procura de lesões feitas com um aparelho especial, que permite visualizar com um aumento a superfície da pele e das mucosas.
Quando a lesão é encontrada, é feita uma biópsia em que parte da lesão é retirada para análise do tecido e DNA do vírus causador da lesão. Exames como o teste genético PCR e o teste de captura híbrida podem trazer informações como o tipo, a carga viral ou até marcar se esse HPV é ou não oncogênico, ou seja, se pode evoluir para um câncer.
Além disso, existem testes genéticos capazes de detectar a presença do vírus HPV no organismo, o chamado teste do HPV. Normalmente ele é indicado para mulheres com mais de 30 anos, época em que a maioria das mulheres já teve chance de eliminar os vírus que pode ter adquirido no começo da vida sexual.
Existem diversas opções de tratamento para os sintomas do HPV, que são usadas conforme o grau da doença e localização das verrugas. Elas podem ser feitas nas lesões clínicas e subclínicas. As formas de tratamento mais comuns são com cremes e ácidos. Além disso, pode ser feito uma cauterização a laser, em que o feixe de luz é direcionado na lesão, queimando-a. Além disso, ela também pode ser feita com gelo seco (crioterapia), ácidos (cauterização comum) ou usando radiofrequência.
O HPV é uma doença que costuma assustar, principalmente devido à sua relação com o câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. No entanto, se o HPV for detectado precocemente, ele é altamente tratável. Diferente da herpes, o vírus costuma ser eliminado completamente do organismo após um ano e meio ou dois anos, principalmente em pessoas mais jovens.
Além disso, a vacina do HPV é uma forma interessante de prevenir a doença. Existem duas vacinas para prevenção HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e que estão comercialmente disponíveis: a vacina quadrivalente, que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18. A outra opção é a vacina bivalente, que confere proteção contra HPV 16 e 18.
De acordo com a literatura científica, as vacinas contra o HPV previnem aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo do útero, aqueles causados pelos HPV 16 e 18. Isso não elimina, porém, a necessidade de as mulheres passarem por consultas de rotina ao ginecologista para a realização de exames preventivos.
A vacina contra o HPV é mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST. Ela funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
Meninas entre os 9 e 14 anos e meninos entre os 11 e 14 anos são o público alvo prioritário das campanhas de vacinação do Ministério da Saúde. Mulheres portadoras de HIV também entram no público alvo entre os 9 e 26 anos de idade, tomando então a vacina em três doses (nesse caso a segunda dose é 2 meses depois da primeira e a terceira é seis meses depois da primeira).
Em clínicas particulares, entretanto, a vacina quadrivalente pode ser aplicada em mulheres entre os 9 e 45 anos e homens entre os 9 e 26. A bivalente pode ser aplicada em mulheres com mais de 9 anos de idade.
A medida preventiva mais preconizada para o HPV é o uso de camisinha. A maior parte das transmissões desse vírus são sexuais e ao impedir o contato da pele entre os parceiros, a camisinha é uma das melhores formas de prevenir o problema.
Deixe um comentário