Existem muitos mistérios em Natal e uma delas está nesta casa que fica entre as pedras da praia de Areia Preta em Natal, onde não sabemos aonde fica a entrada e muito menos a saída deste casarão que apresenta sinais de abandono. Pesquisando a região no Google Maps, vemos que o local, para se ter acesso, precisaria entrar na rua de entrada para o Departamento de Oceonagrafia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e depois entrar numa difícil estrada de areia fofa. Se você conseguiu passar por todos estes objetivos, você viria que onde deveria ser um portão está fechado com tijolos e concretos. Uma outra opção é andar pela praia mesmo, se, com sorte, a maré estiver baixa.
Porém, isto não responde as nossas perguntas: Por que a mansão está abandonada? Pertenceu algum rico? Era de um político famoso no Rio Grande do Norte?
O Brechando demorou alguns dias para resolver este mistério, no qual inicialmente recebemos a informação que esta mansão era usada por Raul Cortez quando passava o carnaval em Natal e que o local já foi utilizado como residência oficial dos Governadores do Rio Grande do Norte. Debruçando numa pesquisa intensa, foi constatado que a casa nunca foi utilizada pelo falecido ator global e muito menos como casa para Chefe de Executivo residir com os seus familiares. Mas, pertenceu a um importante membro da elite natalense, que deixou a sua marca na cidade, através do cinema.
A residência fazia parte do Moacyr Maia, filho do engenheiro Otacílio Maia e criador do Cine Rio Grande, que fica na Av. Deodoro da Fonseca em Natal (por sinal, ficava perto de sua casa, que morava com os seus familiares). Por muitos anos era o cinema que havia os equipamentos mais modernos da cidade e acomodava mais de duas mil pessoas. Além disso, era proprietário da construtora Cicol. Era conhecido pelo seu apelido de diplomata.
Muitos assistiram os filmes clássicos nas telas do Rio Grande. A sua decadência, porém, veio na década de 1980. No ano de 1991, a sala foi desativada e foi criado o Cine Rio Verde, composta por duas salas em um espaço menor, que funcionou até meados da década de 2000. Hoje, o prédio do Cinema Rio Grande é utilizado por uma igreja evangélica. Já o Rio Verde é a sede da Rádio Rural, administrado pela Igreja Católica.
Já a casa era para ser um palacete à beira-mar para Moacyr Maia, que começou a ser construído na década de 70. O empresário comprou o terreno e chegou a viajar para o Rio de Janeiro com o objetivo de legalizar com a União. A casa era projetada para ter oito suítes, todas voltadas para o mar, além de um enorme salão de festas. Os arquitetos que projetaram a obra está Moacyr Gomes (arquiteto do estádio Machadão) e Ubirajara Galvão.
No entanto, a Cicol quebrou em meados da década de 70 e a casa nunca foi terminada. O engenheiro faleceu no ano de 2005. Até hoje o terreno pertence a família.
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