Sempre gostei de álbum de figurinhas, na minha infância comprei os álbuns da Chiquititas, do Cartoon Network, da Disney e dentre outros personagens. Já do grupo “É O Tchan”, eu ganhei de uma ação promocional de uma rádio que passou lá na minha escola em João Pessoa e como uma boa pessoa que passou a década de 90 escutando estas pérolas da música baiana, eu quase completei.
Mas, eu nunca tinha colecionado um álbum da Copa do Mundo, não sei estava relacionado com minha falta de interesse em futebol ou porque tinha coisa mais interessante para fazer. Dentre as listinhas do que fazer em 2018 seria “fazer algo que nunca fiz”.
Como pular de bungee jumping está caro e não tem uma equipe que faça isso na Ponte Newton Navarro, eu resolvi fazer algo mais leve como colecionar o álbum de figurinhas da Copa do Mundo, algo que nunca fiz e isto é muito viciante. Custa 7 reais e você precisa ter muita disposição ou vontade de gastar com o pacote de figurinhas que custa 2 reais com cinco cromos cada.
Tem gente que é mais rico e está arriscando até comprar a edição de capa dura e a de ouro, que valem 10x o preço da edição mais simples.
A primeira vez que fui comprar pensava: “Meu Deus, por que estou fazendo isso na minha vida?”.
Até a mulherzinha da banca chegou a perguntar: “É para o seu filho?”.
Respondi: “Não!”.
Depois, ela perguntou novamente: “Para o seu sobrinho?” (Eu não tenho sobrinhos).
Eu: “É para mim mesmo.”.
Ficou calada, mas a expressão dela de bullying pelo fato de ser uma mulher com 25 anos está comprando um álbum de futebol foi algo que nem ela conseguia disfarçar. Gente, depois de anos, eu finalmente sei a diferença de pênalti, impedimento e falta, depois de trabalhar em redações em que 90% da equipe é masculina, por uma mãe que gosta de futebol (ela, por muito tempo, foi a única filha mulher e meu avô e tios sempre ficavam com o rádio no ouvido aos domingos) e meu padrinho ser tão louco pelo ABC Futebol Clube que leva a família inteira numa Pampa para assistir um jogo no Frasqueirão.
O álbum tem em torno de 600 espaços para colocar a figurinha e acho que não preenchi a metade, visto que não tive a coragem de marcar quais que já tenho e não tenho.
Também descobri que é mais fácil ter uma figurinha de Lionel Messi (craque da Argentina) do que do Neymar (foram muitos gastos até o encontrar). Toda hora não posso comprar vários pacotes de figurinha, então eu utilizo os meus primos que também coleciona para trocar as repetidas. Afinal, uma mão lava a outra.
Ainda tenho a loucura de ir ao encontro de troca de figurinhas, onde cheguei a negociar com meninos de 7 anos vendendo as figurinhas douradas por dois reais (o empreendedorismo chegando).
Mas eu nunca cheguei a fazer tretas malucas por conta de um álbum, como nesta matéria aqui. Sim, a foto acima do título é a mesma foto do link mencionado agora, porque vou usar o meu álbum como modelo.
Atenção, pais dos estudantes do Marista (não sou doida de invocar menores de idade), mandem mensagens para a fanpage do Brechando para fazer negociações, só não compro figurinhas por preço abusivo e muito menos rasgo álbum alheio.
A gente acha que a brincadeira não vai para frente e vai colar todas as figurinhas de acordo com as suas necessidades. Mas ninguém conta que isto é viciante e graças às redes sociais, eu descobri todos os pontos de troca, onde vende um conjunto de pacotes com um preço em conta e os pontos existentes. Sabia que tem Instagrams que enviam os pacotes de figurinhas na porta de sua casa?
Aí aos poucos você se torna um experiente colecionador e já está brincando de bafo com os primos 10 anos mais novos.
O negócio é tão concorrido que uma vez fiquei uma hora esperando na fila da Saraiva do Midway, pois lá estava vendendo um pacote com 150 figurinhas por 50 reais e sem contar a edição de capa dura. Mas, eu fui forte e enfrentei a fila. O melhor, tinha poucas repetidas.
Apesar de falarem que é coisa de criança, colecionar ou fazer algo que estimule a trabalhar a mente é importante na vida adulta, como ajudar a decorar números, a memorizar, criar uma opção de lazer nesta vida agitada, ajudar a ter convivência com outras pessoas (conheci outros adultos colecionando o álbum) e dentre outros benefícios.
“O hábito nos ensina a organizar e controlar as coisas, decidir a vida e a morte de cada objeto. Eis uma boa forma de aprender a tomar decisões e a lidar com o mundo exterior.”.
diz a revista Super Interessante.
A revista Superinteressante ainda aponta que o hábito de colecionar objetos não começou com crianças. Há 500 anos, os aristocratas e reis tinham mania de colecionar diversos objetos, nos quais alguns estão expostos em museus de diversos lugares do mundo. Sabe-se hoje que já existiam colecionadores na Roma antiga e até no Egito – o faraó Tutancâmon tinha o seu acervo de cerâmicas finas.
Olha que não é só minha pessoa que está colando figurinhas da Copa. De acordo com o Estadão, o Álbum de figurinhas oficial da Copa do Mundo Fifa Rússia 2018 está levando a garotada e seus pais para uma corrida às bancas de jornais, principalmente no Brasil, que é o maior consumidor de cromos entre os 92 países que tem a coleção à venda. São 8 milhões de pacotes de figurinhas produzidos por dia, sendo 40 milhões de figurinhas no total. Esse ritmo deve seguir até o dia 20 de abril. A tiragem inicial de álbum só para o Brasil é de 7 milhões. No mundo, a produção estimada é de 1,2 bilhão de envelopes e 57 milhões do álbum.
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