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Último Yujô e as minhas experiências de evento de anime/cultura pop

Primeiramente, quero começar neste texto que não acredito que Daniel Garcia, o principal idealizador, vai parar completamente com a cultura pop. Se não for com outro Yujô, com certeza vai ser através de evento de cultura pop, pois esta área é o que sempre lhe motivou e, sem querer, ajudou muitas pessoas a seguirem por…

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Primeiramente, quero começar neste texto que não acredito que Daniel Garcia, o principal idealizador, vai parar completamente com a cultura pop. Se não for com outro Yujô, com certeza vai ser através de evento de cultura pop, pois esta área é o que sempre lhe motivou e, sem querer, ajudou muitas pessoas a seguirem por esse caminho. Portanto, essa é a minha opinião e vamos começar falando sobre como foi minha brechada no Yujô, que na teoria seria o último evento, conforme falamos por aqui.

Quando o Yujo foi criado, os idealizadores ainda eram adolescentes e era uma forma de unir aqueles que gostavam de anime/mangá e o público era quase da mesma idade. Assim como o Saga.

Graças ao Saga e o Yujô, apareceram muitos atores, cantores, gamers profissionais que estão participando de times nacionais, desenvolvedores de jogos, programadores, músicos, quadrinistas e dentre outras pessoas.

Se não foi para área de cultura pop, com certeza migrou para a parte de indústria criativa.

Enquanto muitas lojas estavam fechando no bairro do Alecrim, zona Oeste da cidade, muitos carros estavam em direção ao bairro na avenida Alexandrino de Alencar. Para parar no estacionamento do Clube Atlântico foi uma luta, pois só tinha vaga quase em direção ao Camelódramo, na lateral do clube ou no sentido da Prudente de Morais (voltando mesmo). E aí me senti escolhendo qual a porta abrir no programa Porta dos Desesperados (quem nasceu nos anos 90 sabe o que estou falando). Mas eu resolvi abrir a porta número 3. Escolher a terceira opção, na verdade.

O Yujô me tirou o trauma do Clube Atlântico, no qual eu fui no aniversário de 1 ano do meu primo e lá eu vi um clube caindo aos pedaços (meu tio só escolheu porque ele é marinheiro reformado e pertence à Marinha), com uma festa infantil mais triste na minha vida e direito ao palhaço mais mal humorado que conheci.

Enquanto, eu chegava via a mistura de gerações, os adolescentes de 15 anos, os jovens adultos e a rapaziada que é frequentadora do clube jogando Aliado e, ao mesmo, chamando os filhos para ir: “Ô meu filho, venha aqui no Alecrim, porque tem aquele troço de cosplay que você gosta.”. Mesmo quem não goste de jogar tabuleiro antigo, a rapaziada podia jogar aqueles boardgame europeu que está crescendo cada vez mais adeptos no Brasileiros. Lá, eu vi, com muita frequência, os sócios do clube sairem da piscina e ir direto para aprender, além de saber que a vida não é só feita de Banco Imobiliário.

Casal de Cosplay (Fotos: Lara Paiva)

Nada de peças? Preguiça de colocar tudo na caixa depois? Tinha a parte de games digitais, com Just Dance e outros videogames que estavam espalhadas numa espaçosa sala com ar-condicionado, que me aliviou bastante nos momentos de calor, além de ver que um menino de 12 anos pode dançar Lady Gaga melhor do que eu. Caso não interessa jogar, havia um Museu do Videogame, onde tinha diversos consoles das antigas e também poder dá aquela jogatina.

Agora queria saber como eles colocaram um Nintendinho para funcionar em uma tv moderna. Um dos mistérios que fica no ar!

Ainda tinha a parte de venda de acessórios, no qual podia comprar toquinhas, mangás, travesseiros e dentre outros acessórios para colecionar. Ficou em um lugar bem central!

Agora o ápice do evento foi o campeonato de cosplay, no qual as pessoas se fantasiaram e interpretaram os personagens de quadrinhos, animes, mangás, filmes e dentre outros. A maioria escolheu interpretar jogos, principalmente de League of Legends e World of Warcraft. Mas ainda teve gente que escolheu de fazer animado, principalmente do canal Cartoon Network, como a Pérola, uma das protetoras de Steve, do lindo desenho Steve Universo.

Outro ápice foi a disputa de grupos que dançam música K-Pop, o famoso pop vindo da Coreia, que a cada ano tem mais seguidores. Ainda tinha o espaço para os quadrinistas mostrarem os trabalhos.

Você está vendo como esse evento foi uma mistura de gerações e rapidamente passou na minha cabeça aquele texto que fiz sobre os eventos nos anos 2000. O Yujô começou nas dependências na Fundação Capitania das Artes (Funcarte), passou para uma escola estadual, onde fui pela primeira vez e ficava a tarde todinha rodando o colégio e comendo raspadinha de morango, lá era o espaço onde encontrava os amigos e os alternativos iriam porque não tinha forró.

Hoje, meus amigos que vão ao espaço mais para levar o filho/primo/sobrinho, ir apenas ao campeonato de um jogo ou para uma área específica. Agora, o público que vai ao espaço são pré-adolescentes e adolescentes e o conteúdo deles é totalmente diferente do que eu gosto.

As tendências mudaram, a forma de lidar com a tecnologia também e principalmente os conceitos destas festas. Há 10 anos a gente adorava ver a presença de dubladores, conversando mais sobre a profissão e contando momentos engraçados, além de fazer diversas piadas com a voz dos seus personagens. Hoje, as pessoas veneram os Youtubers, que antigamente chamávamos de vlogueiros, principalmente aqueles que falam e dão dicas sobre games, no qual traz o adolescente uma certa identificação.

Hoje, se colocar os dois, o evento agrada todas as idades e não um público específico.

Sem contar que na época que ia para eventos de anime, meu celular era um Siemens A40, gravava filmes em uma cybershot (achando que estava sendo uma excelente videomaker) e fotografava. Hoje, as tecnologias é uma extensão do nosso corpo, toda hora estamos com um ceular e queremos registrar nos mínimos detalhes. Antes não fazíamos ideia de como montava um cosplay, hoje uma galera grava todo o processo através do stories e acompanha a mesma chegando até o Yujô, como muitas vezes peguei as pessoas sentadas fazendo este ato.

Não tinha festivais de pop coreano e as festas eram encerradas com bastante rock cantado japonês, principalmente vindo de aberturas e encerramentos de séries e animes.

O anime está cada vez mais diminuto, principalmente pelo fato dos americanos estão cada vez mais inserindo traços que eram comuns dos desenhistas japoneses. Mas, os games viraram uma febre, principalmente aqueles que tem uma história, continuação e metas para bater, como se fosse jogar um futebol, surgindo assim os e-sports.

O evento foi bom, atingiu o seu recado, deu gente e espero que os adolescentes criem os seus próprios eventos assim como o Yujo e o Saga.

Confira as fotos a seguir:

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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