A gente já falou de K-Ximbinho e do Royal Cinema de Tonheca Dantas, mas a gente não pode deixar falar de Tico da Costa e a importância dele na música do Rio Grande do Norte, principalmente por divulgar a Música Popular Brasileira. Francisco das Chagas Costa nasceu no dia 13 de novembro de 1951, na cidade de Areia Branca e levou o nome do Rio Grande do Norte e do Brasil mundo afora. Fez turnês pela Europa, África e Américas Central, do Norte e Sul, tocando em festivais de Jazz, Folk e World Music de grande relevância pelo mundo, ao longo de 40 anos de carreira.
Passou por Natal, Recife e Roma estudou música, e na universidade, Letras. Ele fala com graça do cotidiano nas suas canções. Possui um estilo inconfundível. Entrelaçando harmonia, arpejos, criando um dinamismo polirrítmico que fascina público, músicos e críticos pela sua exuberância: seja como solista violão e voz, seja acompanhado de suas bandas no Brasil, Italia e Estados Unidos.
Uma das músicas mais conhecidas é “Ana Bandolim”, que foi lançada em vários álbuns do compositor no Brasil, nos Estados Unidos e Itália e ganhou, ainda, versões em inglês e espanhol. De conteúdo poético singelo, porém sem obviedades em sua estrutura melódica e harmônica, a canção já ganhou versões em ritmo de rock, de forró e também uma versão lírica. A gravação de “Ana Bandolim” feita pela cantora Lysia Condé esteve em seu CD de estreia, lançado em 2014, que pode ser escutado a seguir:
Aprendeu violão em casa com a família e já com os primeiros acordes começou a compor fluentemente. Numa noite em Recife, compôs 21 canções para cada quadro de um pintor, que depois deste desafio o convidou também para fazer shows-exposições na Itália. E assim iniciava a sua carreira internacional. Costa foi elogiado mais de uma vez pelo prestigioso jornal nova-iorquino “The New York Times”, e foi o primeiro músico potiguar a se apresentar no Jô Soares. Teve 18 álbuns gravados, dos quais 7 na Itália, 5 nos EUA, 5 no Brasil e 1 no Paraguai.
Morou durante oito anos na Itália. Sua ida a Roma ocorreu através do movimento Focolares, da Igreja Católica, à convite da escritora Chiara Lubisch, criadora do Focolares. Por falar no oaís europeu, lá que descobriu que tinha câncer no pâncreas, no qual sentia fortes dores no abdômen, porém antes de iniciar o tratamento, Tico sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi internado no Hospital Onofre Lopes, onde não resistiu. Deixou uma esposa e três filhos.
Na época estava divulgando o disco “Mar”, que contou com a participação do pianista americano Philip Glass, conhecido pela música minimalista na década de 60. Você pode conferir o show dos dois juntos, feito no ano de 2007, a seguir:
Anualmente vem sendo realizado o concerto “Várias Vozes, Um Só Canto”, que conta sempre com a participação de grandes músicos e parceiros de Tico da Costa ao longo de sua trajetória musical. Já foram realizadas apresentações no Teatro Riachuelo, Teatro Alberto Maranhão, Auditório da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atingindo um público de mais de 5.500 pessoas. As atrações envolveram mais de 500 artistas, entre bandas de música, cantores e músicos, locais, nacionais e internacionais. No ano passado, o show aconteceu em Areia Branca, a sua terra natal.
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