Hoje é dia do resultado do Sisu e todo mundo querendo comemorar o seu ingresso numa universidade. Mas, precisamos relembrar de alguém. Era o ano de 2011 quando Lucas Leão estava tentando o seu segundo vestibular. De Fisioterapia, ele mudou para Farmácia. Antigamente, a forma de ingresso para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) era o vestibular e o resultado era exibido em todos os meios de comunicação da cidade, inclusive o site da Comperve, quem organizava o processo seletivo da instituição de ensino.
Então, Lucas e sua família resolveram filmar o momento em que viu o resultado. O vídeo que mostra o alto grau de ansiedade do jovem e suas frases engraçadas, “Chama o Samu” e “Estou tendo um derrame”, fez com que muitos dessem risadas ou se identificar. Na UFRN, ele ficou conhecido por “Calouro Samu”.
Até hoje é um dos vídeos potiguares mais vistos e sempre relembrado em período de Sisu e vestibular. As pessoas podem não admitir, mas quando passa numa prova difícil temos vontade de cometer loucuras como essas.
Mas, o que aconteceu com ele? Ele já se formou? Está gostando da sua vida profissional? O Brechando resolveu entrevistá-lo e prontamente topou.
Lucas ainda está estudando Farmácia na UFRN, mas a previsão é para se formar ainda este ano, “se Deus quiser”, segundo o universitário. Hoje, ele faz estágio numa drogaria na Grande Natal. “O curso é totalmente diferente do que eu pensava! Abrange um campo enorme de trabalho, porém, ainda há o que mudar na grade curricular.”, afirmou.
Ao ser questionado se passou um pouco de bullying na UF por conta do vídeo, ele respondeu que sim. “Na época eu não queria nem sair de casa mais. É muito estranho, em um dia eu podia sair na rua normalmente, no outro, as pessoas apontavam para mim e davam gargalhadas”, contou.
O estudante relembrou que a sua vida na internet virou de cabeça para baixo. “Na Internet tinha gente vendendo ingresso para o meu trote, eu fiquei com medo do que fosse fazer comigo. Já nos dois primeiros dias de aula, fui com um familiar até o prédio onde tinha aula, mas quando eu entrava, só via os olhares dos universitários pra mim, me apontando e rindo de mim, tinha uns que gritavam “Mainha, chama o SAMU”, “Eu vou ter um derrame””.
Quando chegou o dia do trote, ele resolveu fugir para biblioteca e o pessoal não perdoou no bullying. “Minhas redes sociais foram bombardeadas de comentários negativos, eu lembro que me escondi no estacionamento da biblioteca e liguei pra minha tia ir me buscar. Depois, houve outro trote, e só então resolvi participar, graças a Deus não aconteceu nada de errado. Mas de forma geral, o bullying sofrido pelas redes sociais foi maior do que o presente, parece que as pessoas têm mais coragem na Internet”.
Acabou o trote? Começa a vida acadêmica e o pessoal começou a ficar de boas com o rapaz, mas ainda ele é reconhecido pelo nome “Calouro Samu”.
“É incrível como tem gente boa de fisionomia, porque eu engordei um bocado e as pessoas ainda conseguem me identificar! Em 2014 fui passar o carnaval em Salvador, estava no trio da banda Cheiro de Amor e quando olhei pra baixo percebi umas 15 pessoas do bloco pulando e apontando pra mim, quando parei pra observar o que eles diziam quase caí na gargalhada, eles pulavam e gritavam “chama o SAMU, eu vou ter um derrame”, outra vez, mais recente, aconteceu no show do Safadão (que aconteceu no dia 21 de janeiro em Pirangi), duas mulheres bem bonitas, educadamente me chamaram e perguntaram se eu era o “Calouro Samu” (risos)”, contou.
Apesar disso, ele não se arrepende em nenhum momento de ter entrado na UFRN. “A parte boa de ter entrado na UFRN é vantagem de se estudar em uma das melhores universidades do Brasil com um ensino de qualidade sem ter que pagar a mais por isso, já que pagamos impostos. “.
Sobre o período de Sisu, ele conta que o processo seletivo deixou as coisas mais fáceis para os jovens estudantes. “A gente só sabia se tinha passado no dia do resultado, agora, com o Sisu, dá para ter uma noção se você passa pela sua nota e o ponto de corte! Mas o segredo é tentar manter a calma, o difícil é ter calma! (risos)”, finalizou.
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