O Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DCE/UFRN) promoveu, no final da tarde desta segunda-feira (3), uma Feira Gastronômica a favor da permanência dos ambulantes. Centenas de pessoas caminharam até o estacionamento do prédio da Escola de Ciência e Tecnologia para comer os quitutes oferecidos pelos ambulantes.
Recentemente, a reitoria da UFRN, uma semana precedente ao início do semestre letivo, entrou com uma determinação para retirar os vendedores que ficam dentro das dependências dos setores de aulas e abrigos de ônibus.
Os estudantes são contra a retirada por conta dos preços abusivos da cantina e também são a favor da livre concorrência. O DCE acusa as cantinas da universidade de pertencer ao mesmo grupo, além dos proprietários destes estabelecimentos oferecem um serviço de má qualidade.
O ambulante Paulo César trabalha próximo ao prédio do curso de Ciência & Tecnologia (C&T) e comentou que a vinda dos ambulantes não traz perigo à instituição de ensino. “A gente tem que permanecer, porque além da gente ter família para sustentar, nós estamos fazendo um trabalho honesto”, afirmou.
César está vendendo os seus salgados e sucos há mais de seis anos juntamente com o seu pai. Ele apoia a regulamentação dos ambulantes. “O aluno vai gastar mais de cinco reais. Se regularizar a nossa situação, todo mundo vai sair ganhando”, sugeriu.
O estudante Victor Diniz comentou que além dos preços abusivos da cantina, os ambulantes oferecem algumas comidas que não são comuns em ver nos estabelecimentos “oficiais” da UFRN.
“Um dos pontos muito forte dos ambulantes é o fornecimento de comidas veganas, isso porque não sou vegano. Eu vejo que eles precisam de um espaço para que os ambulantes possam vender”, disse.
O estudante de farmácia, João Vicente Torres, reclama desta nova determinação da universidade. “É uma maneira a gente comer bem e sem gastar tanto. A gente não tem tempo de vagar de restaurante por restaurante”, João Vicente Torres, estudante de Farmácia.
Em entrevistas aos principais veículos de comunicação, a reitoria da UFRN comentou que realizaram esta retirada por cumprir a lei. Entretanto, o DCE, em sua nota distribuída durante a manifestação, disse que a expulsão não foi motivada por nenhum problema jurídico.
“Fica evidente que a expulsão desses trabalhadores e trabalhadores, que buscam apenas garantir o seu sustento, se dá a fim de aumentar o lucro do cartel de cantinas do campus universitário”, apontou.