O número é 2002. Este valor é a quantidade de crianças nascidas no ano de 2022 no Rio Grande do Norte que não tem o nome do pai nos seus documentos. Este número, no entanto, pode ser maior se somar com a quantidade de menores de idade sem pai. Esta é a realidade de muitos brasileiros e brasileiras. Por isso, o dia dos pais é um momento para lembrar do abandono paterno e uma comprovação de que esta atitude ainda é naturalizada.
Com este valor, o RN está na 18ª posição do ranking dos estados com nascidos com a filiação incompleta. Ainda mais, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas referente a 2022 revela que, no Brasil, 11 milhões de mulheres criam sozinhas os filhos. Deixar de dar aos filhos o afeto necessário para construir laços e prover um desenvolvimento emocional adequado tem nome: abandono afetivo.
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O Brechando realizou um levantamento abrangente utilizando os dados do Censo do IBGE para identificar o número de crianças que não possuem o registro do nome do pai em suas certidões de nascimento. Essa análise visa trazer à tona a dimensão desse problema e fomentar discussões sobre a importância do reconhecimento paterno e suas implicações sociais.
Total
RN
Natal
No Brasil, o Censo percebeu que são 141.574 crianças sem pai no registro em comparação as 2,5 milhões de crianças nascidas em 2022. Como resultado, 5% das crianças apresentam problemas no seu registro de filiação, fazendo com que tenha apenas a presença materna.
Ao todo, no Rio Grande do Norte, há o registro de 43.223 pessoas registradas pelo pai no ano de 2021 e no ano seguinte é 39.974. Ou seja, houve uma redução de oito por cento dos registros de nascimento de progenitores, segundo o censo de 2022 do IBGE. Enquanto isso, 2002 crianças em 2022 não obtiveram nome da pessoa que ajudou a gerar, deixando a filiação apenas com o nome da mãe.
Quando pensamos em Natal, o resultado é um pouco diferente, uma vez que são mais de 11 mil crianças (11.117, na verdade) tiveram o nome do pai na certidão de nascimento em 2021. Mas, no ano seguinte, este valor reduziu para 10.931 crianças. Diminuindo o número de registros para dois pontos percentuais. Além disso, 571 bebês não tiveram o nome do progenitor no seu primeiro documento com dados do último ano do censo demográfico.
Os maiores estados sem registro de progenitor na certidão
O estado de Tocantins lidera o ranking nacional de crianças sem o registro do nome do pai na certidão de nascimento. Esse dado alarmante destaca a necessidade de ações mais eficazes para garantir o direito das crianças ao reconhecimento paterno, além de apontar para questões sociais e familiares que precisam ser urgentemente abordadas. Mas, o Rio Grande do Norte está na 18ª colocação.
Estados | Registros sem pai |
1. Tocantins | 29.043 |
2. Sergipe | 12.723 |
3. Sao Paulo | 12.501 |
4. Santa Catarina | 11.362 |
5. Roraima | 8.463 |
6. Rondônia | 7.781 |
7. Rio Grande do Sul | 7.040 |
8 Rio de Janeiro | 5.983 |
9. Piauí | 5.975 |
10. Pernambuco | 4.305 |
As 10 maiores cidades do RN que apresentam maior abandono paterno
O Brechando compilou uma lista detalhada das 10 cidades do Rio Grande do Norte com o maior número de crianças sem o registro do nome do pai. Confira os dados, portanto, a seguir:
Cidades | Registros sem pai |
1.Natal | 571 |
2. Mossoró | 466 |
3.Parnamirim | 140 |
4.Ceará-Mirim | 77 |
5. São Gonçalo do Amarante | 56 |
6. Macaíba | 47 |
7. Santa Cruz | 37 |
8. São José de Mipibu | 33 |
9. Caicó | 28 |