Duas mil crianças sem registro no nome do pai no RN

Duas mil crianças sem registro no nome do pai no RN

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O número é 2002. Este valor é a quantidade de crianças nascidas no ano de 2022 no Rio Grande do Norte que não tem o nome do pai nos seus documentos. Este número, no entanto, pode ser maior se somar com a quantidade de menores de idade sem pai. Esta é a realidade de muitos brasileiros e brasileiras. Por isso, o dia dos pais é um momento para lembrar do abandono paterno e uma comprovação de que esta atitude ainda é naturalizada.

Com este valor, o RN está na 18ª posição do ranking dos estados com nascidos com a filiação incompleta. Ainda mais, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas referente a 2022 revela que, no Brasil, 11 milhões de mulheres criam sozinhas os filhos. Deixar de dar aos filhos o afeto necessário para construir laços e prover um desenvolvimento emocional adequado tem nome: abandono afetivo.

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Importante!

Levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN) mostra que, em 2022, mais de 164 mil crianças foram abandonadas pelo genitor ainda no útero materno. Em 2023, esse número passou dos 106 mil até julho.
A ausência da figura paterna durante o desenvolvimento das crianças e adolescentes pode ter impacto na saúde física e mental delas. Em muitas situações, causam danos irreparáveis, que podem perdurar por toda uma vida.

O Brechando realizou um levantamento abrangente utilizando os dados do Censo do IBGE para identificar o número de crianças que não possuem o registro do nome do pai em suas certidões de nascimento. Essa análise visa trazer à tona a dimensão desse problema e fomentar discussões sobre a importância do reconhecimento paterno e suas implicações sociais.

  • Total

  • RN

  • Natal

No Brasil, o Censo percebeu que são 141.574 crianças sem pai no registro em comparação as 2,5 milhões de crianças nascidas em 2022. Como resultado, 5% das crianças apresentam problemas no seu registro de filiação, fazendo com que tenha apenas a presença materna.

Ao todo, no Rio Grande do Norte, há o registro de 43.223 pessoas registradas pelo pai no ano de 2021 e no ano seguinte é 39.974. Ou seja, houve uma redução de oito por cento dos registros de nascimento de progenitores, segundo o censo de 2022 do IBGE. Enquanto isso, 2002 crianças em 2022 não obtiveram nome da pessoa que ajudou a gerar, deixando a filiação apenas com o nome da mãe.

Quando pensamos em Natal, o resultado é um pouco diferente, uma vez que são mais de 11 mil crianças (11.117, na verdade) tiveram o nome do pai na certidão de nascimento em 2021. Mas, no ano seguinte, este valor reduziu para 10.931 crianças. Diminuindo o número de registros para dois pontos percentuais. Além disso, 571 bebês não tiveram o nome do progenitor no seu primeiro documento com dados do último ano do censo demográfico.

Os maiores estados sem registro de progenitor na certidão

O estado de Tocantins lidera o ranking nacional de crianças sem o registro do nome do pai na certidão de nascimento. Esse dado alarmante destaca a necessidade de ações mais eficazes para garantir o direito das crianças ao reconhecimento paterno, além de apontar para questões sociais e familiares que precisam ser urgentemente abordadas. Mas, o Rio Grande do Norte está na 18ª colocação.

EstadosRegistros sem pai
1. Tocantins29.043
2. Sergipe12.723
3. Sao Paulo12.501
4. Santa Catarina11.362
5. Roraima8.463
6. Rondônia7.781
7. Rio Grande do Sul7.040
8 Rio de Janeiro5.983
9. Piauí5.975
10. Pernambuco 4.305

As 10 maiores cidades do RN que apresentam maior abandono paterno

O Brechando compilou uma lista detalhada das 10 cidades do Rio Grande do Norte com o maior número de crianças sem o registro do nome do pai. Confira os dados, portanto, a seguir:

CidadesRegistros sem pai
1.Natal571
2. Mossoró466
3.Parnamirim140
4.Ceará-Mirim77
5. São Gonçalo do Amarante56
6. Macaíba47
7. Santa Cruz37
8. São José de Mipibu33
9. Caicó28
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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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