Quadrinhos, Paulo Moreira e bar do pernambuco, a crônica

Quadrinhos, Paulo Moreira e bar do pernambuco, a crônica

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Em 2023, eu levei o Hawk para conhecer o Beco da Lama, no feriado de Corpus Christi e foi um rolé doido. Primeiro, mostrei a Via Costeira, com seus resorts e a vista incrível do Parque das Dunas. Quando chegamos em Petrópolis, comentei sobre a sofisticação da área, e Hawk não perdeu a chance de tirar onda: “Natal é uma cidade chique, todo canto parece glamouroso.”

Expliquei a ele sobre a zona Sul e os bairros de classe alta, como Tirol e Petrópolis. Ele ficou confuso sobre as rodas de samba no Beco da Lama, já que havia ouvido diferentes versões no Instagram. Expliquei que havia duas rodas de samba: a do bar de Nazaré e a do Borogodó, que acontecem em dias diferentes.

Em uma das conversas, ele mencionou sobre Paulo Moreira ter recomendado comer ginga com tapioca e mencionou o Bar de Pernambuco, que é um dos maiores símbolos das Rocas. Sendo que a reforma do canto do mangue fez com que o espaço se encontrasse fechado por conta de uma reforma, transformando mais uma aventura em comer ginga com tapioca.

Primeiramente, porque o Mercado da Redinha está em reforma, deixando os feirantes a mercê. Em segundo lugar, ginga com tapioca na praia, algumas vezes, vem pré-pronta e não é a mesma coisa.

Bar do Pernambuco

Segundo a jornalista Cinthia Lopes, Edson Ferreira Machado é o famoso “Seu” Pernambuco, autoridade da culinária praieira no Canto do Mangue há mais de 60 anos. No espaço público onde atracam as embarcações de pesca à beira do rio Potengi, ele comanda o Bar do Pernambuco, famoso pelo preparo de variados pescados e iguarias do mar. 

Quem não quisesse cruzar a Ponte Newton Navarro, o Bar do Pernambuco era o lugar para comer os crustáceos e pescados da região.

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No Bar do Pernambuco a variedade de peixes é o destaque. Lá são preparados pescados inteiros ou as postas de peixe fritas no azeite de dendê, caldos, ovas, pirão, tapiocas com ginga e outras iguarias. A receita escolhida foi preparada pelo cozinheiro auxiliar Paulo Duarte: A Ova de Dourado frita no dendê.

Entretanto, a Praça do Pôr do Sol, onde fica o Canto do Mangue, foi fechada para reforma, forçando a saída de pescadores e também de gente que tinha quiosques, incluindo o Bar do Pernambuco.

Um ano depois encontro Paulo Moreira e eu anuncio o triste fim do Bar de Pernambuco

Estava na GGCon, na parte da área dos artistas, onde ilustradores e artesões divulgavam seu trabalho. Encontro Paulo Moreira e veio maior diálogo informal da história.

Primeiramente, eu encontrei ele e disse, de primeira, a história de Hawk. Ele riu e disse: “Incrível como as pessoas pintam o Beco da Lama de forma tão negativa, mas queria conhecer. Todo mundo fala bem.”. Aí lembrei que ele curtia o Bar do Pernambuco, ele respondeu que sim e comentou que acha interessante o dono do bar ser ativo com mais de 90 anos.

Aì falei que infelizmente o bar fechou. O mesmo rapidamente perguntou se Pernambuco tinha morrido. “NÃO, HOMI. Ele tá vivinho. O motivo foi outro”, expliquei. Rapidamente, tive que contar toda a história que mencionei acima, além de falar que conhecia o bairro, que também o artista paraibano elogiou e chamei para Segunda do Vagabundo. Será que ele vai algum dia?

Inclusive, disse que estava tudo em reforma. Chega ficou triste, enquanto autografava o fanzine do Psy para o boy e meu A3. E ficamos reclamando enlouquecidamente sobre as reformas do nada que as prefeituras fazem, mas nós dois esperamos a volta do Bar do Pernambuco. O texto, inclusive, é uma forma de saber por onde anda, onde comer ginga com tapioca e peixe gostoso nas Rocas.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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