Na noite desta quinta-feira (14), na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a renda básica foi discutida por Eduardo Suplicy, do Partido dos Trabalhadores (PT). Atualmente, ele é deputado estadual, economista e professor universitário brasileiro, discutiu a construção de um Brasil democrático, justo, fraterno e solidário.
“Desde que ingressei na minha vida pública, tenho muito batalhado desde que fui eleito pela primeira vez em 1978 como deputado federal, lutei pela eleição direta e é muito importante manter a democracia”, alegou o deputado estadual de São Paulo, que também já foi vereador e senador.
Suplicy ressaltou a importância de políticas econômicas e sociais que promovam a justiça na sociedade. Destacando, inclusive, que implantação da renda básica de cidadania é crucial para elevar o grau de justiça na sociedade brasileira. Ou seja, não adianta ter riquezas em abundância se a população está pobre.
Ainda mais, o mesmo acredita que vai conseguir implementar no Brasil, independente do tempo. Um dos primeiros passos aconteceu há 20 anos quando o mesmo enviou um ofício ao Lula explicando os benefícios, gerando, porn conseguinte, um de seus livros. Entretanto, no ano de 2024, veio mais um avanço.
Utopia? Claro que não!
“Em outubro do ano passado, encaminhei ao presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministro a criação de um grupo de trabalho. Além disso, citei mais de 100 apoiadores e argumentei que no dia 8 de janeiro de 2002 sugeri pela primeira vez ao Lula sobre a renda básica. No dia 1 de fevereiro, eu pedi uma audiência e marquei no dia 21 de março, na Assembleia Legislativa a criação de um grupo de trabalho”, ressaltou.
O documento encaminhado ao Lula foi compartilhado pelos jornalistas que estavam presentes.
Será, portanto, a criação de um grande conselho, com membros da esfera pública, privada e órgãos institucionais para discutir a implementação da renda básica no Brasil.
Ao lhe questionarem se é uma utopia, ele prontamente citou declarações de Papa Francisco e Barack Obama acerca do assunto. “O Papa, inclusive, declarou que a renda básica é um direito universal.”.
Para avançar nesse caminho, o palestrante revelou ter encaminhado propostas para líderes políticos, incluindo o presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin, visando a criação de um grupo de trabalho para implementar a renda básica. Ele ressaltou: “O apoio do Papa Francisco a essa causa é um sinal positivo de sua viabilidade.”
O que é a renda básica, defendida por Eduardo Suplicy
A renda básica é vista por seus defensores como um instrumento crucial para fortalecer a democracia, garantindo a todos os cidadãos uma quantia mínima para atender suas necessidades essenciais.
Segundo Suplicy, “Ninguém deve ser privar o direito a uma condição de vida digna, independente de sua cor, credo ou raça.”
Um exemplo que mencionou foi os Estados Unidos, onde o prefeito Jay Hammond (depois virou Governador do Alaska) implementou esta atividade. Primeiramente, ele criou um fundo vindo do imposto sobre a pesca na cidade de Bristol Bay.
“Ele observou que saia uma grande riqueza da pesca, mas boa parte da população ainda era pobre. Então, ele disse aos cidadãos que poderia criar um imposto de 3% sobre o valor da pesca para instituir um fundo a todos. Ele demorou cinco anos para ele persuadir a comunidade”, argumentou.
argumentou o deputado estadual de São Paulo
Suplicy destacou que esse fundo, distribuído a todos os cidadãos, transformou a realidade da comunidade, demonstrando os benefícios tangíveis da renda básica. Além disso, admitiu que viu o projeto de perto, como era a inscrição e viu que todos cidadãos tinham acesso.
No contexto brasileiro, Suplicy mencionou empresas como Petrobrás, Banco do Brasil, Vale, Itaú e Bradesco como investidoras deste fundo americano.
Hoje, como resultado, o Alaska é um dos estados mais igualitários dos EUA. Além disso, citou exemplo de Maricá, no Rio de Janeiro, que está começando a fazer um teste de atividade sobre renda básica.
Como evitar a volta de um regime autoritário?
O palestrante ainda enfatizou a importância de valores humanos fundamentais, como fraternidade, solidariedade e colaboração coletiva, declarando. “Esses valores são essenciais na busca por uma sociedade mais justa e democrática”, enfatizou.
“O Palácio da Alvorada mandou um ofício agradecendo o presente e eu dúvido que o mesmo leu”, disse em meio aos risos da plateia.
No entanto, Suplicy expressou preocupação com os resquícios autoritários presentes na sociedade brasileira, evidenciados pela nostalgia por períodos de ditadura militar. Ele enfatizou: “Não há espaço para saudades de uma era em que a liberdade era cerceada.”
“O 8/1 trouxe tristeza para nós brasileiros e é triste ver que haja pessoas com saudade da Ditadura Militar. Por isso, eu preciso que todos saibam que não há saudades de ter um tempo em que quase toda a atividade cultural tinha que pedir licença, inclusive para ouvir um show de Chico Buarque. Quando era deputado estadual levei Joan Baez no Teatro da Puc e o representante impediu que o show acontecesse. “
relembrou Suplicy
O evento encerrou-se com uma mensagem de esperança, representada portanto, a partir de uma citação de Paulo Freire sobre a pedagogia do amor, reforçando o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e solidária para todos os brasileiros e brasileiras.
Ele durante todo o evento vestiu uma camiseta com o rosto do educador que recebeu de um fã no hotel em Natal.
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