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Visão do Plano Collor em Natal

Plano Collor

Plano Collor , em 1990, que era para acabar com inflação, devastou a economia de todo o Brasil, mas também em todo o Rio Grande do Norte. Saiba mais no Brechando!

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Em 15 de março de 1990, o primeiro presidente da República, Fernando Collor de Melo, tornou-se o primeiro presidente da república após o fim da Ditadura Militar. Em janeiro de 1990, a revista RN Econômico entrevistou empresários. Os mesmos estavam otimistas com a gestão que dois anos depois terminou em impeachment e a piora da hiperinflação.

Na época, o empresário Antônio Gentil disse na entrevista da revista que o governo deve arrumar a casa e depois ganhar credibilidade. Além disso, defendia a redução do tamanho do estado do Rio Grande do Norte para diminuir os gastos. Ainda mais, ele acreditara que a dívida externa deveria ser paga segundo o povo brasileiro.

Já Guilherme Farkat, presidente da Câmara Dirigente de Lojistas (CDL), na época, acreditara que ele faça o que havia proposto sobre enxugar funcionários fantasmas.

Quando rolou o Plano Econômico em Março de 1990 em Natal

O Plano Collor era um conjunto de ações que confiscaria dinheiro nas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas. Causando a recessão da história, privatização de empresas, abertura do mercado, congelamento de preço e pré-fixação de salários. Causando o primeiro desconforto.

Além do confisco da poupança, foi a decadência do setor agropecuário na participação do PIB potiguar que passou de 12,6% em 1980 para 7,2% em1990. Era o resultado da abertura indiscriminada da economia brasileira, da diminuição da taxa média de investimentos, do encarecimento do crédito e da histórica manutenção de altas taxas de juros.

Em compensação, a fruticultura deu os seus primeiros sinais, porém correspondia 5% da produção total do RN. Entretanto, a economia do estado ainda se concentrava nas cidades de Natal e as que faziam fronteira, que são: Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, Extremoz e Parnamirim. Ou seja, limitou os seus espaços econômicos.

Em 1990, a maioria do Produto Interno Bruto no Rio Grande do Norte foi através na Indústria de Transformação. Na época, boa parte das indústrias e comércios que recebiam incentivo do poder público estavam nas cidades de que futuramente formaria na Região Metropolitana de Natal.

E o confisco da poupança?

Com o Plano Collor, houve o declínio do valor do produto na parte de serviços, fazendo com que encarecesse cada vez mais e trazendo dificuldade dos consumidores em comprar. Após a abertura de economia, muitas empresas fecharam as portas. Algo parecido com que aconteceu em outros estados brasileiros.

No dia 16 de março de 1990, milhões de brasileiros ficaram estarrecidos com o que assistiam ao vivo pela TV. Era o dia seguinte à posse do presidente Fernando Collor, e sua equipe econômica, capitaneada pela ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, anunciava medidas econômicas de grande impacto.

E dentro do pacote de 21 medidas provisórias e dezenas de portarias estava o inédito confisco de contas bancárias e poupança de todos os brasileiros por 18 meses.

Na reforma monetária da equipe econômica de Collor, a antiga moeda, cruzados-novos, foi convertida em cruzeiros. E cada cidadão ou empresa podia dispor de no máximo 50 mil cruzeiros, como anunciou a então ministra Zélia Cardoso.

“Quem tinha ontem um depósito a vista, ou um de cinquenta mil cruzados, pode ir ao banco segunda-feira e sacar se quiser 50 mil cruzeiros. A parte excedente a esses 50 mil fica depositada junto ao Banco Central sob a titularidade da pessoa física ou jurídica em forma de cruzados-novos”

disse a então ministra

Todo o dinheiro restante depositado em bancos no país ou investido em aplicações financeiras ficou retido pelo governo, que prometeu restituí-lo em 12 parcelas.

Outras reformas dentro do Plano Collor

O presidente anuncia também uma grande reforma administrativa. Extingue órgãos públicos federais, anuncia a privatização futura de empresas estatais e dá aposentadoria precoce a funcionários públicos. No enxugamento da máquina pública, o número de ministérios cai de 23 para 12 unidades.

Embora grande parte da sociedade brasileira tenha virado o nariz ao Plano Collor, o Congresso aprovou as medidas econômicas anunciadas em virtude da legitimidade eleitoral do presidente, diz o deputado Roberto Freire, do PPS de Pernambuco.

“Não vamos esquecer que Collor confiscou poupança e conta-corrente desse país. Com apoio do Congresso e até do Judiciário. Por conta da força que ele tinha, da legitimidade da eleição presidencial que teve”

Ao deixar o povo e as empresas praticamente sem dinheiro, o Plano Collor joga a economia brasileira em uma brutal recessão no ano de 1990.

A falta de dinheiro no mercado obriga o Governo a liberar parte do dinheiro bloqueado para evitar a paralisia da economia.

A inflação é contida. Mas em pouco tempo o Governo perde forças no combate aos preços e o Plano começa a fracassar.

No início de 1991, com a inflação superando os 20 por cento ao mês, a equipe econômica anuncia o Plano Collor 2, aplicando novo congelamento de preços e salários e proibindo as operações financeiras de overnight, aquelas realizadas de um dia para outro.

As novas medidas não seguram a alta de preços por muito tempo. Com isso, no mês de maio, a ministra Zélia Cardoso de Mello deixa o posto que ocupava, derrotada pela inflação.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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