Imagina você andando na praça da sua cidade no interior, ver o prefeito e, do nada, ele foi morto. Isto aconteceu com Expedito Alves há 40 anos, no dia 10 de setembro de 1983. O mesmo estava conversando enquanto a missa na igreja não começara, quando de repente veio um carro Fiat de cor verde e lhe disparou um tiro na sua cabeça. O político morreu na hora.
Podia ser qualquer problema no interior se não fosse o seguinte fato: ele era irmão de Aluízio Alves, o ex-governador do estado e no ano anterior perdeu as eleições para governador para José Agripino Maia.
Expedito Alves estava começando o seu terceiro mandato como prefeito de Angicos, estava tomando muitas ações em prol as comunidades mais carentes e, de repente, aquele homem de 58 anos morreu.
Foi motivação política?
Inicialmente, desde políticos aos jornalistas se havia problemas políticos, uma vez que Expedito recebera ameaças anteriormente, conforme o filho disse em depoimento para polícia. Além disso, a região Oeste do lado estado estava passando por uma onda de violência por causa de briga de bandos de famílias diferentes.
Até o próprio Aluízio Alves declarou diversas vezes à imprensa que a morte do irmão foi o resultado da onda de violência e que merece investigação, além de que o Governo Estadual (sob a administração do rival político) deveria melhorar em questão.
Agripino, por sua vez, criticou Alves alegando que ele estava usando o irmão para falar de política. Isto porque alguns meses antes, Expedito chegou a falar com Agripino para conversar sobre a demora na distribuição de água à cidade.
Além disso, houve uma notícia de que houve uma invasão na cidade, no qual o então prefeito negou.
Afinal, quem matou?
Após uma investigação, o assassino foi identificado como o então estudante de engenharia elétrica, Ednardo Silva, que queria se vingar de Expedito, alegando que o mesmo culminou na morte do pai do assassino há uma década antes no mandato anterior do prefeito.
O pai de Ednardo tinha um comércio na região e a Prefeitura tomou posse de sua venda para construir parte do Mercado Público.
Entretanto, a polícia mostrou que o Ednardo Silva tinha comportamento agressivo, principalmente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Relatos da instituição de ensino mostram que ameaçou um professor com uma arma.
Esteve foragido
Após cometer o crime com o então prefeito de Angicos, ele fugiu e somente o encontraram após três meses, quando perceberam o registro de uma viagem que sua então noiva fez para São Luís, Maranhão.
Lá, ele foi preso e enviado para Natal, onde ficou inicialmente na Colônia Penal João Chaves, o “Caldeirão do Diabo”.
Quem assumiu a Prefeitura?
Com a morte de Expedito vários prefeitos assumiram a pasta, um deles foi o Dedé Salviano. Entretanto, esteve preso após assassinar um homem numa churrascaria após uma briga. Logo, fomentando mais a instabilidade política.
Depois, ao longo do tempo, a situação de Angicos voltou a normalizar, voltando a alcunha de que Paulo Freire conseguiu alfabetizar a população em dois dias.
Deixe um comentário