Se já ouviu falar de Ciganinha ou Feiticeira, automaticamente sabe quem é o cantor Carlos Alexandre, conhecido pelas músicas consideradas românticas (ou brega para alguns), foi um verdadeiro fenômeno midiático, participando, inclusive, de programas de auditório nacional, como o Chacrinha.
Na década de 80, o jornalista Cassiano Arruda Câmara realizou uma entrevista no estilo ping-pong, de perguntas e respostas, com o artista que estava despontando e começando a sua carreira, no qual falou de discos, vida pessoal e todo aquele conceito que a gente via o que o artista tinha que responder para não “magoar” as fãs.
Confira a entrevista completa a seguir:
A entrevista está no jornal O Poti, no dia 13 de janeiro de 1980. A condução da entrevista foi de Cassiano Arruda Câmara.
Pedro era padeiro; agora é Carlos Alexandre, um cantor de sucesso, um pão
Ele já vendeu quase um milhão de discos, suas músicas são tocadas no Brasil inteiro e estão pintando em alguns países da América Latina, confirmando o seu inegável sucesso. Apesar disso, em Natal, sua cidade, Carlos Alexandre só é reconhecido pelas suas fãs. O resto da cidade o esnoba; mas ele não liga para isso. Diz que continuará morando aqui mesmo, e na Cidade da Esperança, seu bairro.
Confesso que tomei conhecimento de Carlos Alexandre, quando minha filha de três anos de idade ameaçou cantar sua música “Feiticeira” que havia aprendido na televisão. Depois, testemunhei, na própria TV, que as suas eram as músicas mais apresentadas pelos calouros e quando fui informada de que ele era natalense, fiquei ainda mais surpreso.
Quando a Rádio Poti promoveu um show com artistas da RGE, vi aqui, no estacionamento da rádio, um grupo de garotas partindo para cima de um rapaz que depois vim a saber que era o tal Carlos Alexandre. Cheguei mesmo a sugerir uma matéria com ele, mas nenhum colega se mostrou muito interessado no assunto.
Fiquei me questionando nossos jornais têm sido pródigos em abrir espaços para artistas que atingem apenas a elite e terminam sem falar ao povão, mas estavam negando um registro a quem era sucesso de fato e, além de tudo, um conterrâneo.
– Por que não mostrar o que pensa e como é o nosso maior ídolo popular surgido na área artística desta década?
E assumi comigo mesmo o compromisso de fazer esta reportagem. Só faltava a oportunidade, que surgiu casualmente aqui mesmo na Rádio Poti. Ele estava participando de um programa para atender pedidos musicais. Disse que desejava entrevistá-lo para o Diário. A reação, não foi de um cantor de sucesso, mas de um calouro que se mostrava realmente grato pela grande oportunidade de se mostrar ao público e dizer que existe.
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