Papari ou Papary era o nome antigo da cidade de Nísia Floresta, que fica na Região Metropolitana de Natal. O município conhecido pelas praias, estação de trem e outros pontos turísticos também tem história para contar. A primeira que vamos contar é sobre essa mudança, que aconteceu em 1948. Ou seja, há 73 anos.
Primeiro, precisamos explicar quando surgiu a cidade
Quem foi Nísia Floresta
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira. Primeira na educação feminista no Brasil, com protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais. A mesma nasceu em Papari no dia 12 de outubro de 1810 e morreu na França aos 74 anos, no dia 24 de abril.
Ela viveu na cidade até os sete anos, quando fugiram para Pernambuco, na cidade de Goiana, onde teve contato com a educação Carmelita. Aos 13 anos é forçada a casar, porém o matrimônio não durou muito tempo.
No mesmo ano em que seu pai morreu, Nísia inicia um namoro com Manuel Augusto de Faria Rocha, acadêmico da Faculdade de Direito de Olinda. Ainda que acusada de adultério pelo marido de quem havia se separado, sofrendo ameaças do inconformado com o abandono, isso não impediu que Nísia Floresta tivesse sua primeira filha com Manuel Rocha, Lívia Augusta de Faria Rocha, nascida em janeiro de 1830.
No ano seguinte, nasce seu segundo filho, que acaba morrendo precocemente pouco tempo depois. Foi no mesmo ano que começou a carreira na escrita.
Mudanças de lugares
O ano de 1831 é marcante pelas primeiras publicações escritas de Dionísia. Ela publica em um jornal pernambucano, chamado Espelho das Brasileiras, uma série de artigos sobre a condição feminina. Em 1832, faz a publicação de seu primeiro livro: Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens e assina pela primeira vez com o pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta.
A escolha se deu porque Floresta era o nome da fazenda onde nasceu, Brasileira pelo orgulho de seu país e Augusta como uma homenagem e recordação de seu segundo companheiro e grande amor, que a deixou viúva aos 23 anos, mudando-se para Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e, posteriormente, ao Rio de Janeiro, onde fundou o Colégio Augusto.
Somente em 1849 se muda para Europa, onde viveu até sua morte.
Assim como a sua vida, a cidade onde nasceu também fez muitas mudanças
Os primeiros habitantes da região de Papary, conhecida desde os idos de 1600, foram os índios Tupis. O nome Papary vem da lagoa de pesca abundante existente no território, ao lado de várias outras. Durante o domínio holandês nada de significativo aconteceu na povoação. O tempo passou e os holandeses foram embora. Já em 1703, com a presença portuguesa, o povoado de Papary tomava forma e a igreja de Nossa Senhora do Ó começava a ser erguida, concluída somente 52 anos depois.
O progresso econômico da povoação se impulsionou pela pesca farta nas várias lagoas das redondezas e terras de boa qualidade para o plantio de várias lavouras, especialmente a de Papary, chamada Paraguaçu no século XVII. Pela Lei número 242, de 18 de fevereiro de 1852, o povoado desmembrou-se de São José de Mipibu, tornando-se município com o nome de Vila Imperial de Papary e, em 1º de fevereiro de 1890 passou a denominação de Vila de Papary.
Em 1948, a comunidade de Papary, em homenagem a sua filha mais ilustre, mudou seu nome para Nísia Floresta. A decisão aconteceu, portanto, na Câmara Municipal e sancionada pelo Governo Municipal.
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