O Brechando não teve folga no dia do trabalhador e fomos no show mais tradicional de Natal. Vocês sabem adivinhar?
O dia do trabalho foi um momento que todos esperam para relaxar e curtir. Valorizar aquele velho canto boêmio. Primeiramente, as pessoas querem procurar um evento gratuito para poder sair com os amigos e familiares. E esta foi a minha missão neste fim de semana. O objetivo era saber se existia algum show gratuito na cidade, principalmente nos lugares tradicionais. Existiram vários, afinal todo mundo que trabalha quer comemorar o dia do trabalhador. Do seu jeitinho, inclusive ir no show mais tradicional de Natal.
As pessoas saem de casa para zona Leste da cidade, pegam um ônibus, Uber ou até o próprio carro. Nas casas com estado duvidoso, as pessoas iam e vinham, com a melhor roupa para ir a balada de graça e consumido todo tipo de cultura. O show tinha a apresentação de bandas locais, mas também tinha show nacional.
Será que vocês adivinham onde fui? O texto tem quatro minutos de leitura, você não vai perder o seu tempo.
Assim como todos os shows de Natal, principalmente naquela região, a sua divulgação foi no tradicional boca a boca e os amigos chamando uns aos outros para chegar junto. O evento tem apoio político, ambulantes na calçada vendendo comida mais acessível que no bar e trânsito em volta próximo do horário da apresentação principal.
Claro que o local estava lotado, onde as pessoas queriam procurar o melhor local para ficar no palco, inclusive esperando os portões abrir às 14 horas para esta tal finalidade.
E o pessoal do show tradicional de Natal?
E o pesosal? Ahhhhhhh, todos estavam arrasando.
A galera estava vestindo o melhor look, com roupas de camisetas de artistas, boxbraids atualizadas, melhor maquiagem, tênis, roupas…Tinha a função de abrigar todas as tribos, desde o público LGBTQIA+, mas também playboys, patricinhas, roqueiros, tilelês, cirandeiros e entre outros.
Cigarros não paravam de ser tragados o tempo todo e sempre o clima de paquera rolava solto, principalmente quando vinha uma música mais romântica. A maioria do público era jovens de 18 a 35 anos, com celulares em riste para selfie e filmar aquele artista que estava presente.
Quem ganha é a população, artistas e a sociedade.
Mas, fui em qual show mais tradicional da cidade?
Se vocês acham que fui a Ribeira neste feriado de dia do trabalho, estão totalmente enganados. Simplesmente fui no evento do dia do trabalhador na Praia do Meio, mais precisamente na Imperium Music, onde gente do Alecrim, Redinha, Cidade Alta, Brasília Teimosa, Rocas e Ribeira, além de outros lugares, para ter a oportunidade de assistir Grafith e Bonde do Brasil (lembra da apresentação nacional de graça?).
Lembrar que o Grafith é uma figura carimbada nos shows da Praia do Meio, principalmente nos feriados. E outra, me diverti bastante, ri e dancei bastante. Sem contar que o show foi animado, a galera estava na paz e fazendo as mesmas coisas que faria se tivesse indo ao Circuito Cultural da Ribeira.
Por que um é meme e outro não?
Isto mostra que não existe diferença entre ir ao show cultural na Ribeira, ou organizado pelo Festival Dosol, e de ir ao show do Dia do Trabalho com Grafith. Ambos fazem parte da cultura potiguar, da sua maneira e também estão ajudando a manter a classe artística. Ainda mais estão gerando empregos aos técnicos e outras pessoas que resolveram trabalhar no entretenimento.
Sem contar que ambos têm patrocínios de órgãos públicos e estão sempre na mídia no caderno de cultura. Alguns torcem o nariz pelo Grafith pelo fato do público “ser pobre” e é isso que faz com que a visão natalense de ainda continuar tendo ações de limpeza social. Logo, dizendo que como quem gosta do Grafith é pobre, logo os locais que eles têm que ficar se apresentando devem ser escondidos.
Do mesmo jeito com eventos da Ribeira, pois acham que ser “alternativo” é ser drogado e precisa ficar invisível aos olhos da maioria, que é na zona portuária de Natal.
O que aprendemos hoje no dia do trabalhador e no show mais tradicional de Natal? Todo artista tem o direito aonde o povo está, como já dizia Milton Nascimento. Independente se for no Teatro Riachuelo ou numa casa de show da Praia do Meio.
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