Moacyr Gomes da Costa nasceu em Caicó, no dia 07 de junho, e mudou-se para Natal aos dois meses devido ao trabalho do pai, que era promotor público. oi aluno do Atheneu Norte-Riograndense, começou a trabalhar aos 17 anos; por ser bom datilógrafo e falar inglês, foi selecionado para trabalhar na Base Aérea de Natal. Em 1946, muda-se para o Rio de Janeiro. Devido ao trabalho e dificuldades de pagar o cursinho, só conseguiu ingressar na faculdade 3 anos depois, concluindo o curso em 1954.
Seus estudos aconteceram na Faculdade Nacional de Arquitetura, da então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Iniciou seus trabalhos na empresa de engenharia do tio no Rio de Janeiro, mas cansado de sempre projetar edifícios de apartamentos, resolveu retornar ao Rio Grande de Norte, com a proposta de desenvolver mais ideias e explorar a diversidade da arquitetura. Foi aí que entrou na história da arquitetura esportiva.
Projetando o Machadão em Natal
Tudo começou no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O trabalho aconteceu com base em arquitetura desportiva, após ver a construção do Maracanã.
Por isso, Moacyr propõe como Trabalho de Conclusão de Curso, um projeto intitulado “Complexo Olímpico de Lagoa Nova”. Sim, ele queria transformar o recente bairro natalense em um exemplo para as práticas esportivas.
Embora tenha sido feito na década de 50, o estádio só foi construído no final dos anos 60. Primeiramente, o Estádio João Machado, que inicialmente recebeu o nome de Castelo Branco. Somente depois veio o Ginásio Poliesportivo Humberto Nesi, que recebeu o apelido de Machadinho por conta do seu nome e por parecer uma versão compacta do Machadão.
Ele contou como foi o projeto
Ele era contra a sua derrubada e ficou bastante abelado com o seu fim.”Foi o projeto de minha conclusão de curso, foi um fato inédito. Foi o seguinte. No segundo ano da faculdade, eu fui aluno do professor Pedro Paulo Bernardes, que era um dos arquitetos do grupo do Maracanã. Estávamos em 49, a poucos meses da Copa de 50. O Maracanã estava com o cronograma atrasado e, por isso, estava fechado a estranhos. Então, numa das aulas, pedi ao professor que me facilitasse o acesso, e ele gentilmente me atendeu”, disse.
“Ele sugeriu para meu trabalho de conclusão e despedida o projeto de um complexo esportivo completo, recomendando ainda que, de preferência, este fosse voltado para a minha cidade. Aí eu liguei para Natal e consegui um levantamento topográfico dessa área onde hoje existe o Centro Administrativo do estado, que tem cerca de 50 hectares, mas, naquela época, só tinha, para o estádio, 17 hectares, porque o resto ainda era ocupado por Saturnino de Brito, para os serviços de saneamento em transição para a CAERN. O governador Dinarte Mariz prometeu que doaria o terreno para construir o estádio”, complementou.
Essa condição seria a entrega de um documento que o livrasse de uma possível crítica dos seus adversários políticos. Então fui para o Rio e trouxe o documento. Conseguimos a doação, foi feito o estádio, 40 anos depois ocorreu sua estúpida demolição, veio o desencanto”, disse nesta entrevista.
Outras obras
Além do Machadão, ele também foi responsável por grandes obras públicas, como o Instituto de Educação de Mossoró (atual Centro Educacional Jerônimo Rosado); Instituto de Educação de Caicó (atual Centro Educacional José Augusto); Hotel Vila do Príncipe em Caicó e ainda mais fez o famoso Cine CID em Mossoró (atual Teatro Lauro Monte Filho).
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