“Chuva de Prata” e “Nada Mais” estava na playlist e ocasionalmente cantarolava “Meu nome é Gal”. Mas, como todo jovem acha que os pais não tinham bom gosto. A primeira vez que ouvi o cover de “Fé Cega, Faca Amolada” de Doces Bárbaros eu pirei, principalmente na voz de Gal Costa que chamava atenção pela dramaticidade. Depois, eu escutei mais coisas de Gal, desbravando os álbuns e, assim, descobri a minha identificação com a música nordestina e com canções escritas na língua portuguesa.
Mas, depois descobri a importância da história de Gal, uma mulher a frente do seu tempo. Participou da Tropicália, onde misturou o rock com elementos da música brasileira. Lutou contra a Ditadura Militar e mostrou o seu corpo em um período que “não era considerado coisa de mulher”.
Gal pintava seus olhos exageradamente, quando o certo era ser delicada. A mesma deixava seus cacheados e volumosos expostos quando todo mundo queria alisar. Ensinou que você pode ser mãe a qualquer momento.
Sem contar que vou sentir falta da sua versatilidade, da extensão vocal única e também de seu carisma único. Ela podia cantar Caetano ao funk de forma primorosa. Algo que poucos artistas conseguem.
Gal se foi, “sem temer a morte”. Mas a música, sua interpretação e a contribuição na história do Brasil fica.
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