A prisão aconteceu em abril de 2012. Ou seja, o caso completa 10 anos em 2022 e até hoje é tema de histórias de true crime e assombradas em sites, vídeos e jornais.
De acordo com os autos do processo, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva (foto acima) eram um trisal que cometia crimes e depois consumiam a carne de suas vítimas. Na imprensa, eles ficaram conhecidos como ‘Canibais de Garanhuns’ e uma das mulheres é potiguar.
Como a potiguar conheceu os outros canibais de Garanhuns
O personagem principal foi Jorge Beltrão Negromonte da Silveira. Depois de morar alguns anos em Portugal, terra dos pais, voltou a Pernambuco. Em Olinda, Jorge matou Luciano Severino da Silva, de 17 anos, pelas costas. Por falta de provas, foi absolvido. Depois, deu um golpe na mãe, a aposentada Zélia Beltrão Negromonte da Silveira, tirando R$ 80 mil da sua conta, com o qual comprou uma casa. Seu irmão o acusou de tentar matar a mãe e enterrar o corpo para ficar recebendo sua pensão de R$ 6 mil.
Em 2009, Jorge escreveu a sua biografia para falar sobre esquizofrenia. Era filho caçula de pais portugueses e estudou em Portugal.
O segundo personagem é Isabel Cristina da Silveira, conhecida como Bel. Numa Igreja dos Mórmons, conheceu Jorge. Foi o primeiro namoro dos dois. Em 1984 decidiram se casar. Na festa do casamento, ele teve um surto e, com uma faca na mão, anunciou matar todos os convidados. Para ajudar em casa, fazia empadas e coxinhas, que futuramente viria ser a principal característica do crime.
O terceiro personagem é Bruna Cristina Oliveira da Silva, natural de Natal. Ao praticar artes marciais, se apaixonou por Jorge e fugiram para Pernambuco. Para não perder o marido, Bel aceitou a formação de um trio, ela, Jorge e Bruna. Decidiram criar uma seita que chamaram de Cartel.
O Crime
O Ministério Público apontou que eles mataram duas mulheres em Garanhuns, Gisele Heleno da Silva e Alexandra com atos que envolviam canibalismo e rituais macabros. Os acusados faziam do ritual de sacrifícios de mulheres em Garanhuns.
O caso aconteceu quando Isabel chamou Gisele à sua casa para falar sobre a Bíblia. Topou e se dirigiu a residência no bairro Jardim Petrópolis.
Após alguns instantes, Isabel deixou o local e se dirigiu até a casa de sua irmã, ficando no interior da residência, Bruna, Gisele, uma criança e Jorge, que se encontrava escondido no quintal da casa.
A vítima conversava com Bruna e passados alguns instantes, Jorge se dirigiu para o interior da casa e lá, aproveitando-se que a vítima estava de costas, desferiu um violento golpe de faca-peixeira em sua garganta, esgorjando-a. O corpo de Gisele foi conduzido até o banheiro onde foi esquartejada por Jorge e Bruna, onde o trisal mais a criança ingeriu por três dias carne humana.
Essa criança era a filha de criação do trio, que explicaremos mais detalhes a seguir.
O trisal ocultou os demais restos mortais no quintal da residência, além de roubarem uma câmera fotográfica, documentos e celulares. Depois, Bruna e Jorge começaram a comprar coisas com o cartão de Gisele e apresentavam a menina como sua filha, alternando os diversos nomes.
Depois, eles atraíram outra vítima, a Alexandra da Silva Falcão, mediante emprego de arma branca e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, ocultando, em seguida, seu cadáver. Inicialmente, Alexandra foi a casa sob a promessa de ter um emprego como babá.
Após retalharem os corpos das vítimas, os acusados comiam a carne humana e ainda a colocavam em empadas e salgadinhos à venda aos populares de Garanhuns e até Caruaru.
Mais crimes
Os denunciados confessaram que praticaram mais outras seis mortes em Pernambuco, com o mesmo modo de agir. Também constam dos autos que no dia 11 de abril, que Bruna, a potiguar que é uma das canibais de Garanhuns, apresentou com uma falsa identidade sob o nome de Jéssica Camila da Silva Pereira para não dizer que era desaparecida no Rio Grande do Norte.
Acredita-se que Jéssica Camila foi a vítima e mãe da garota, que Bruna apossou dos seus documentos. A Jéssica era de Olinda e estava desaparecida desde 2008.
Em relação aos crimes cometidos contra Jéssica Camila da Silva Pereira, os acusados foram condenados por homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver. Beltrão foi condenado a pena de 21 anos e 6 meses de reclusão, mais 1 ano e 6 meses de detenção. Isabel Cristina foi condenada a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção. A ré Bruna Cristina, a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção.
O julgamento
Em 2015, o caso foi levado à júri popular e o trio foi julgado na cidade do Recife, acompanhados o tempo todo pela mídia local. As pessoas queriam saber o quanto mais eles pagariam pelas mortes de Gisele e Alexandra.
Pelas outras duas mortes, o júri popular determinou no dia 15 de dezembro de 2018 a reclusão de Jorge Beltrão, por 71 anos; Isabel da Silveira, por 68 anos; e Bruna da Silva, por 71 anos e 10 meses.
Em 2019, a Justiça determinou o aumento das penas do trio quanto ao assassinato cometido em 2008. Jorge passou a cumprir 27 anos de cadeia, bem como um ano e meio de detenção, e Isabel Cristina Pires e Bruna Oliveira receberam a pena de 24 anos na prisão, além de ter que cumprir um ano de detenção.
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