A foto acima mostra a turma de 87 de jornalismo. Não sabia como fazer uma homenagem aos 60 anos do Departamento de Comunicação da UFRN, o Decom/UFRN. Então, eu vou botar mais uma vez Alice Paiva, a minha mãe, na pauta. Para quem não sabe, eu não sou a única jornalista da minha família, mãe se formou no ano de 1987 e o convite de formatura mostra que os problemas relação aos profissionais ainda são os mesmos.
A seguir vou apresentar o verso do convite:
Na parte direita do convite existe a seção pauta geral, onde diz:
- Por um piso salarial digno para os jornalistas.
- Pela a regulamentação dos estágios.
- Pelo aparelhamento urgente dos laboratórios.
- Pela competência dos professores das universidades.
- Pelo fim da Lei de Segurança Nacional (LSN).
- Pela Liberdade.
- Pela Democracia.
O que não mudou
De 1987 para 2022 são 35 anos e o jornalismo brasileiro não tem um piso salarial digno para os jornalistas. Só para você ter uma ideia, o piso salarial dos jornalistas, no Rio Grande do Norte, é de R$ 1.634,20. Ou seja, apenas dois salários mínimos, praticamente. A média do salário em todo o estado do Rio Grande do Norte é R$ R$ 2.027,86.
Algumas empresas não conseguem pagar este valor para os jornalistas de suas respectivas redações.
Apesar de que a UFRN conseguiu mudar o programa de estágio depois de 2015, algumas empresas ainda estão chamando estudantes de jornalismo para ser mão de obra barata, colocando para atuar em coberturas sérias, sem nenhum tipo de preparo educacional para aquela função.
O que mudou
O que é a LSN? Criado em 1983, durante os formandos estavam no curso, a lei definia os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, além de estabelecer seu processo e julgamento. Ou seja, qualquer atividade que fosse considerada contra o Governo estava inclusa e muitos a incluíam como o crime de repressão, no qual muitos jornalistas foram punidos injustamente. A LSN só foi revogada somente em 2021.
Poderia incluir na mudança Liberdade e Democracia, uma vez que em 1989 surgiram as Eleições Diretas e Democráticas do país, graças a Constituição de 1988. Mas, a gestão Bolsonarista e o Neofascismo nos deixa com medo do futuro.
A UFRN finalmente tem um prédio para os os jornalistas, publicitários e jornalistas. Agora, o Decom tem um prédio próprio, onde tem laboratórios equipados, salas de aula, estúdio e auditórios. Sem contar que além do jornalismo, tem audiovisual e publicidade. São três cursos fornecendo o melhor da Comunicação Social.
60 anos do Decom/UFRN
Nesta semana, o Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Decom/UFRN) completa 60 anos. A celebração conta com a inauguração da Faculdade Elói de Souza, que futuramente seria a Faculdade de Jornalismo e Filosofia. Lá, o espaço formou vários jornalistas, que passaram nas redações potiguares e nacionais, como Erika Zuza, Fábio Farias, Ana Paula Davim, Alan Severiano, Fefito, Glacia Marilac, Michelle Rincon e entre outros.
Poderia fazer um post inteiro para falar que como o Decom/UFRN mudou a minha vida. Mas, eu quis falar que nunca consegui cortar o cordão umbilical. Afinal, são 11 anos que estou lá dentro, contando com jornalismo, especialização em documentário e agora o curso de Publicidade e Propaganda. A relação é mais antiga, pois já tive mãe e prima que passaram por aí. Além de grandes amigos e colegas que estão até hoje no meu coração.
O Decom faz parte da minha formação como profissional e queria muito que as pessoas pagassem no mínimo uma matéria para entender o processo de como se faz a comunicação para que não pudesse mais cair nas armadilhas das Fake News.
Além disso, é um dos poucos momentos que sinto que estou em casa, quando como minha bolacha recheada nas mesas de Paris antes de ir à aula, subir na sala da 59mil para falar com meus colegas ou até mesmo o simples fato de assistir uma aula. Os meses de pandemia foram difíceis e me angustiavam em não ter aquele contato que gosto do departamento.
E eu sei que ainda vou continuar por lá, independente de tudo.
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