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Jana Sá: “Mataram meu pai pelo fato de ter sido guerrilheiro na Ditadura Militar”

Jana Sá

Você tem a memória de seu falecido pai? A jornalista Jana Sá, infelizmente, não pode ter este privilégio, uma vez que o seu pai faleceu de um acidente automobilístico quando tinha seis anos. “Lembro que chorava para ir ao velório dele, consegui me despedir e não fui ao enterro”, disse em entrevista ao Brechando. Entretanto,…

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Você tem a memória de seu falecido pai? A jornalista Jana Sá, infelizmente, não pode ter este privilégio, uma vez que o seu pai faleceu de um acidente automobilístico quando tinha seis anos. “Lembro que chorava para ir ao velório dele, consegui me despedir e não fui ao enterro”, disse em entrevista ao Brechando. Entretanto, o pai dela não era qualquer pessoa, mas o político Glênio Sá, que estava em campanha para o senado no RN em 1990, quando houve o acidente, contestado pela família até hoje. Mas por quê?

Pelo simples fato de Glênio ter sobrevivido ao massacre da  Guerrilha do Araguaia,, considerada a repressão mais cruel dos militares contra os ditos comunistas. 

“Eu tinha seis anos, meu irmão tinha nove. Eu era muito pequenininha pra entender exatamente o que aquilo representaria em nossas vidas e para a política brasileira. A gente soube da notícia pelo plantão da rede Globo na casa da minha tia. Foi bem difícil”, disse Jana, no qual seu emocional ficou tão abalado que desenvolveu diabetes por conta do trauma.

“E de tudo, uma das coisas que mais me dói é ter um único registro fotográfico com ele. Depois de sua morte, nossa casa sofreu três arrombamentos. No primeiro, não levaram objetos de valor, apenas documentos e álbuns fotográficos ”, lamentou.

Jana Sá quando era criança. Seu pai morreu quando ela tinha seis anos (Fotos: Instagram)

 

Além disso, ela mesmo falando da falta de lembrança, o nome Glênio Sá era presente e ninguém acreditou naquele acidente de carro. Essa teoria ficou mais forte quando Jana fez um livro-reportagem sobre a participação de Glênio na Guerrilha.

“Eu fiz a solicitação da documentação de painho à Agência Brasileira de Inteligência quando demos entrada na Comissão de Anistia. Foi com ela que soubemos que painho foi vigiado até o ano da morte dele. Não sou eu que estou dizendo, mas o próprio Estado. Então, isto reforçou mais a ideia. Eu cresci ouvindo mainha dizer que nunca acreditou na versão oficial”, relatou.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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