A foto pode parecer que está tudo bem na praia da Redinha, mas não está. O fechamento do Mercado da Redinha e, consequentemente, a sua demolição para reforma deixou centenas de pessoas sem emprego e donos de restaurante recebendo uma indenização de um salário mínimo até que o novo mercado estivesse pronto.
“Nesta segunda, 21 de março, completa 15 dias. Meu quiosque ainda está funcionando, se quiser comer alguma coisa, ainda estou estou aqui”, disse uma das pessoas que ainda estão com restaurante em pé ou conseguiram ficar em um terreno próximo enquanto o Mercado da Redinha estivesse pronto.
Além da chuva e a reforma do mercado, o clima da praia era praticamente deserto e só tinha banhistas que moravam próximo da praia. No lugar das cadeiras com banhistas, barcos com pescadores tentavam mostrar os frescos e gigantes peixes que pescaram próximo ao Rio Potengi.
O desespero é real. Afinal, ninguém sabe que o prazo da Prefeitura pela reforma do Mercado da Redinha é aquilo que vai ser, sem contar que houve uma grande demora para o da Rocas em ficar pronto.
Ainda mais diminuirá drasticamente o número de turistas, pois era lá que produzia as tradicionais Ginga com Tapioca, que são bastante queridas pelos turistas que vão a região.
Por ser um passeio obrigatório pelos buggies, a falta de movimentação vai transformar a praia urbana de Natal em um deserto, trazendo prejuízo não só aos donos dos boxes do mercado, como também pescadores, guias e outras pessoas que circulam na região.
A reforma do Mercado da Redinha
De acordo com a Prefeitura do Natal, a demolição aconteceu no dia 07 de março e será retirada aos poucos. Tijolo por tijolo. Alguns boxes já não existem mais e a expectativa é que só exista o terreno ainda no final do mês. A entrada, por exemplo, está toda no chão.
Enquanto isso, era visível a agonia dos restantes para saber o que fazer. “A gente só conseguiu ficar porque o antigo restaurante cedeu para gente. Ou muita gente ficou vendendo seus produtos em casa. Mas, muita gente ficou desempregada ”, disse um dos garçons que ajudou a vender meu almoço e conseguir aproveitar um dos últimos momentos do Mercado.
O que eles vão fazer
Uma das obras mais aguardadas pelos moradores e turistas que frequentam a zona Norte, o Complexo da Redinha teve seus trabalhos iniciados e quatro dos cinco lotes referentes a obra já estão com as atividades em execução. O único lote sem ser iniciado é referente ao novo Mercado da Redinha. Orçada em R$ 25 milhões, recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e da Prefeitura do Natal, a previsão é de que o Complexo da Redinha seja finalizado num prazo de 18 meses.
Mais demolição
A obra do Complexo Turístico da Redinha engloba a reformulação completa do mercado e criação de novos acessos ao local; abertura de nova rua ligando a ponte Newton Navarro ao mercado; construção de deck para passeio; recuperação do quebra-mar e instalação de nova iluminação na área. Além disso, a Prefeitura promoverá novos 29 boxes e seis restaurantes na obra final do Complexo Turístico.
Como consequência, o tradicional Redinha Club, conhecido pela Festa do Caju, foi totalmente demolido. Outras partes da Redinha Velha serão demolidas.
Enquanto tem 25 milhões, os donos do boxes só vão receber 1200 reais
“Estamos trabalhando como pode. A Prefeitura do Natal só deu um salário mínimo para os donos e só. Enquanto os funcionários ficou à mercê, estou dando graças a Deus por trabalhar”, disse um dos funcionários.
1200 reais. Este é o atual salário mínimo. Isso é o que os donos dos 47 boxes do Mercado receberão. E para conseguir esse benefício tem que se cadastrar na sede da Secretaria Municipal dos Serviços Urbanos (Semsur), no prédio da Ribeira, onde fica o início da rua Princesa Isabel. Ou seja, longe para caramba. Será que as pessoas conseguem viver com isso por um ano e meio, cuja a taxa selic e a inflação cresce?
Enquanto as pessoas esperam o progresso, outras reclamam deste que passa como rolo compressor em cima das pessoas e sem algum planejamento.
Deixe um comentário