Até a segunda metade do século XX, havia um riacho de água limpa, no qual os natalenses a chamam de Riacho das Quintas e foi por causa disso que surgiu um dos bairros mais famosos da capital potiguar. Hoje, o endereço no Google Maps mostra que lá se chama o Rio das Lavanderias.
A foto acima mostra um registro da Revista Manchete nos anos 50 e mostra uma Natal bucólica, sem muitos prédios, parecendo uma zona Rural. Por isso, o repórter soltou esta seguinte frase: “Todos em Natal conhecem as lavadeiras das Quintas. É um aspecto pitoresco da cidade a desaparecer quando o progresso chegar. A um ponto maior e para ele marcha. Desde 1942 para cá Natal só faz crescer.”.
Além disso, o rio era um espaço onde lavadeiras de vários lugares da capital potiguar usavam para lavar as suas roupas e as dos seus clientes, geralmente da elite de Cidade Alta e Ribeira.
Até que inaugurou uma lavanderia pública nas margens do rio, mas acabou sendo abandonada e o prédio está em ruínas
Os Holandeses descobriram o Riacho das Quintas
De acordo com os historiadores potiguares, os holandeses quando invadiram o Rio Grande do Norte montaram um povoado, chamada Keysers Croon, onde fica as Quintas. Em 1647, o holandês George Macgrave, no entanto, publica um mapa que mostra registros de um rio chamado Cunhacima, que provavelmente seria o Riacho das Quintas.
O Rio das Lavadeiras, como também é conhecido, conecta-se ao Rio Potengi através do manguezal. Além das Quintas, o corpo hídrico ainda está conectado com os bairros de Bom Pastor e Bairro Nordeste. Alguns trechos do rio apresentam pequenos “olheiros”, que são nascentes d’água que afloram no percurso do riacho.
Fim do Riacho das Quintas
No final da década de 1990, foi construído, portanto, um canal sobre o rio para evitar que a água transborde e atinja as casas próximas. Em anos anteriores, o canal acabou transbordando e preocupando a população.
Hoje, o riacho é um problema sério para os moradores, uma vez que há um grande acúmulo de lixo, forte odor e recebimento de ligações clandestinas de esgoto dos bairros da zona Oeste da capital do Rio Grande do Norte, tornando o lugar vítima dos inconvenientes advindos da poluição.
Atualmente, o pequeno rio possui diversas irregularidades ambientais e urbanísticas no local, como o despejo de esgoto in natura nas águas; cercas de estacas de concreto quebradas; estruturas construídas na margem do riacho e acúmulos de lixo depositado nos arredores.
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