Jesiel Figueirdo foi um importante nome no teatro do Rio Grande do Norte. Era ator, diretor, dramaturgo e produtor cultural. Além disso, ele conseguiu erguer um teatro em meio uma cidade que até hoje não olha bem a produção independente. Por isso, o Brechando resolveu se aventurar para coletar um pouco da história deste produtor, no qual se encontram perdidas por aí na história do potiguar.
Primeiramente, são poucas informações de sua biografia. Além disso, muitas informações achadas foram a partir de jornais da época, no documentário de Ana Ferreira e sites de nostalgia do Rio Grande do Norte.
Afinal, quem foi Jesiel Figueiredo?
Jesiel Figueiredo nasceu no dia 11 de abril de 1938. Era o primogênito de nove irmãos e veio de uma família protestante na cidade, no qual sua mãe trabalhara como empregada doméstica e um padeiro, que tinha uma própria padaria no Alecrim. A sua carreira nas artes cênicas é relembrada pelas fortes produções e uma vontade de deixar um legado nas terras potiguares.
Veio para Natal ainda hoje. De acordo com o seu irmão Jairo Figueiredo, desde jovem Jesiel se interessava por literatura, principalmente de grandes escritores. Começou no teatro jovem, aos 15 anos, apesar do pai não apoiar nesta profissão.
Para alguns, era um exemplo de produtor cultural, visto que ele literalmente gastava todas as suas forças e energias para colocar o teatro de pé.
Por isso, fundou a sua própria companhia de teatro infantil no final da década de 60. Durante um bom tempo, sempre aos domingos, apresentava peças infantis no Teatro Alberto Maranhão, na Ribeira.
Esta sessão era chamada de “Teatro Infantil de Jesiel Figueiredo”, onde chamava bastante atenção do público, uma das peças mais famosas é “Dona Baratinha”, registrada nas páginas de nostalgia da capital potiguar.
Criação de um próprio teatro
Na década de 80, com a ajuda de patrocinadores e do Poder Público, Jesiel Figueiredo finalmente saiu do Teatro Alberto Maranhão para criar a sua própria casa de espetáculos. O local ficava atrás da Igreja de São Pedro no Alecrim, onde funcionara o antigo Cine Olde.
Era lá, no Teatro Infantil Jesiel Figueiredo, que acontecia as principais peças infantis da cidade, mas também abria espaços para o teatro de revista e apresentação de drag queens do estado e vizinhos.
Infelizmente, não encontrei fotos do Teatro Infantil, mas pela localização que foi indicada ficava na Rua Fonseca e Silva, próximo da Igreja de São Pedro. Hoje, o local é a sala paroquial da igreja.
Cinemas e teatros no Alecrim eram comuns
O Alecrim já teve muitos cinemas: o São Pedro, na Rua Amaro Barreto; o São Luís, na Avenida 02; o São Sebastião, na Avenida10; e o Cine Olde, por trás da Igreja de São Pedro. O Cine José Augusto, inaugurado em outubro de 1923, de acordo com o escritor Anchieta Fernandes, foi o primeiro. O segundo foi o Cine Alecrim, em 1947, nas proximidades da Praça Gentil Ferreira.
Além do Jesiel Figureiredo, um outro teatro no Alecrim é o Teatro Municipal Sandoval Wanderley,o “Teatrinho do Povo’, uma vez que surgiu na gestão do prefeito Djalma Maranhão (1960-1964).
Como Jesiel Figueiredo morreu?
Jesiel Figueiredo faleceu após sofrer um acidente de carro. Ele estava na rua Tomaz Landim, quando um caminhão colidiu com seu fusca.
O ator teve politraumatismo craniano, morrendo no local do acidente. Junto com ele, viajavam mais dois rapazes: Iran Dias de Mouras, de 18 anos e Ildenor Gondim Júnior, de 25 anos. Os três retornavam dos Parque dos Coqueiros, onde tinham ido comer uma pizza.
Seu legado
Hoje, o espaço cultural do Gramoré recebe o seu nome. Além disso, também é nome de uma rua da cidade e seu nome é exemplo para o teatro do Rio Grande do Norte, visto que ajudou na formação e dirigiu vários artistas que estão no teatro potiguar até hoje, como a atriz Titina Medeiros, que começou a sua carreira em 1992 em uma peça de Jesiel.
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