A imagem acima mostra a Avenida Bernardo Vieira (Foto: Tribuna do Norte). Liga os bairros de Lagoa Nova e Tirol aos localizados na zona Norte. É uma das principais avenidas da capital do estado do Rio Grande do Norte. Esta avenida, em sua maioria, possui estabelecimentos comerciais, porém ainda há algumas residências. Nela, se concentra os principais estabelecimentos comerciais da cidade, principalmente na altura do bairro do Tirol, na zona Leste da cidade. Mas, pouca gente sabe quem é ele. Saiba sobre a sua história a seguir.
Afinal, quem foi Bernardo Vieira?
Bernardo Vieira primeiramente foi governador do Rio Grande do Norte quando ainda era uma colônia. Apesar das ações no RN, ele é natural de Jabotão dos Guararapes, quando ainda era a freguesia de Muribeca. Seu nome completo é Bernardo Vieira de Melo, que também era de seu pai, um fidalgo cavalheiro da Casa Real e de D. Maria Carmelo de Melo. Seu primeiro casamento foi com D. Maria de Barros, com a qual não teve filhos e, em segunda núpcias, casou-se com D. Catarina Leitão, tendo quatro filhos.
Sua carreira na política inicialmente surgiu juntamente com a de militar. Entre 1695 a 1700 foi governador e capitão-mor da Capitania do Rio Grande do Norte, sendo reconhecido por acabar com a Guerra dos Tapuias, no qual ocorreu uma briga entre os colonizadores e índios, onde exterminou boa parte dos nativos. Ainda foi Capitão do Rio Grande, Capitão de Infantaria, Tenente-Coronel de Ordenanças e também atuou em Pernambuco, como Capitão-mor de Igarassu. Com a exterminação dos Tapuias, ele ajudou a fundar a cidade de Assu.
Participou da exterminação do Quilombo dos Palmares
Entre as expedições que comandou destacam-se: a do ataque final ao Quilombo dos Palmares, onde destruiu uma das maiores resistências de negros que fugiram para a região do Alagoas e fugir da escravidão. Junto com Domingos Jorge Velho, Bernardo Vieira de Melo comandou o ataque final contra a Cerca do Macaco, onde Zumbi nasceu, cercada com três tropas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir. No entanto, Zumbi, então aos 40 anos, era traído por um antigo companheiro. Foi preso e morto, e sua cabeça foi exposta ao governador Melo e Castro.
Mudança para Pernambuco
Concluída sua gestão como governador do Rio Grande do Norte (1700), voltou para Pernambuco, sendo nomeado Comandante do Terço de Linha do Recife. Está na história, entretanto, por ser personagem da Guerra dos Mascates (1709-1714). Esta guerra caracterizou-se por uma luta de classes: a dos mercadores ou comerciantes portugueses – chamados mascates –, moradores da então povoação do Recife, e a dos senhores de engenho, os nobres de Olinda – os “pés rapados”, como os mascates os chamavam. O pretexto para o início da Guerra dos Mascates foi uma Carta Régia, de 19 de novembro de 1709, que elevou a povoação do Recife à categoria de Vila e a colocação do pelourinho da nova vila, em 15 de fevereiro de 1710, com a aprovação do governador Sebastião de Castro e Caldas.
Participação da Guerra dos Mascates e o atentado, por conseguinte, a sua morte
Em outubro de 1710, por ter dado apoio aos comerciantes portugueses, levantando o pelourinho, e pela tentativa de demarcar os limites entre as duas vilas, o governador Sebastião de Castro e Caldas sofreu um atentado e, junto com seus auxiliares e amigos, fugiu para Salvador; os olindenses ocupou Recife, destruíram o pelourinhos e as autoridades foram presas. Os rebeldes seguiram para Olinda onde, em reunião no Senado da Câmara, discutiram a quem entregariam o governo embora, legalmente, na linha de sucessão, deveria assumir o bispo D. Manoel Álvares da Costa.
Foi neste momento que a importância histórica de Bernardo Vieira de Melo ficou definida. Como vereador do Senado da Câmara de Olinda, precisamente no dia 10 de novembro de 1710, ele propôs a independência do Brasil para livrar o país dos portugueses. Entretanto, a grande polêmica em torno deste fato é a inexistência de documentos que comprovem a proposta do vereador.
A Ata da reunião do Senado, contudo, nunca foi localizada. Por causa daquela proposta de independência e de suas ações contra os mascates, Bernardo Vieira de Melo sofreu um atentado, foi perseguido, teve sua cabeça exposta a prêmio, entregou-se às autoridades e foi preso, junto com outros líderes pernambucanos, seu filho e alguns parentes. Ficaram na Fortaleza do Brum, depois foram para Lisboa e lá recolhidos, portanto, à cadeia de Limoeiro.
Em 10 de janeiro de 1714, o ilustre pernambucano morre na prisão, nos braços do filho, sendo sepultado no Mosteiro do Carmo, Portugal. Seu filho André Vieira de Melo também falece em 14 de abril de 1715.
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