Quando falamos de heavy metal potiguar lembramos de Deadly Fate, Crosskill, Sertão Sangrento, Kataphero… Além disso, primeiras bandas da cidade surgiram na década de 80 e uma delas foi o Sodoma. Pioneira na cidade.
Para falar um pouco mais da banda, eu pesquisei o site Rock In Natal, de Mitchell Pedregal, visto que é um dos gurus do metal natalense. O site exibe cartazes, sons e outros conteúdos da cena. Uma curiosidade interessante é que um dos integrantes, o guitarrista Edu Heavy, era filho do jornalista Luiz Maria Alves, na época diretor-geral do Diário de Natal, hoje é nome do Parque das Dunas.
Edu, cujo seu nome completo era Luiz Eduardo de Souza Alves, morreu aos 18 anos em um acidente automobilístico na Via Costeira. No ano passado, o ex-baixista da segunda formação e pastor da Igreja Nazareno, Alexandre Agaffi, faleceu aos 53 anos, vítima de leucemia.
História da banda
Tudo começou primeiramente na década de 80, quando o Edu se tornou apresentador do programa “Metal Mania”, da Rádio Poti, uma vez que era de administração do pai. Lá, ele entrevistava bandas locais e nacionais. Animado com a cena, ele resolveu montar a sua própria banda: Sodoma.
“O Sodoma era o nosso Iron Maiden. Íamos para a casa de Edu, no bairro de Candelária, onde passávamos as tardes curtindo os ensaios da banda, que naquela primeira formação contava com Gilvan Rato (vocal), Ângelo Marcio (baixo) e Roosevelt Figueiredo (bateria), além do próprio Edu Heavy nas seis cordas”, comentou o jornalista Paulo Dumaresq.
O primeiro show aconteceu 19 de julho de 1986, numa jam de bandas em um estúdio que tinha na cidade. Pouco tempo depois, a banda se apresenta na Escola Estadual Floriano Cavalcanti, o Floca. Então, começa a profissionalização.
Assim a nova formação contava com Sérgio nos vocais, Paulão como segundo guitarrista e Alexandre no baixo. Além disso, eles adquiriram bons equipamentos. Como resultado, eles conseguiram shows fora do RN. O primeiro foi no Necrofestival, em Fortaleza (CE) e depois tocaram em Recife (PE).
A demo esquecida voltou em 2020
Com a formação estabilizada, a banda ainda faz dois shows importantes, um na Festa do Boi, abrindo para Robertinho de Recife e a banda Metalmania, e o outro no Palácio dos Esportes. Após as performances, o Sodoma inicia a gravação da demo Prisioneiros do Absurdo, no estúdio improvisado montado na casa de Candelária, tendo como técnico de som o músico Franklin Nogvaes.
O resultado foi muito bom considerando a inexperiência da banda em estúdio. Eles gravaram oito faixas e lança a demo em fita cassete.
Com o registro em mãos, Paulão e Edu Heavy vão ao Rio de Janeiro, visitando as principais editoras e rádios. A demo obtém resenhas elogiosas nas revistas Metal e Rock Brigade, consideradas, à época, as duas principais publicações do estilo no Brasil.
A promoção da demo gera propostas para a gravação de um álbum, entretanto a condição imposta pelos selos era que o Sodoma adotasse a língua inglesa em suas composições. Revoltado, o foco de Edu Heavy, então, passa a ser a construção de um estúdio próprio, que deveria ser referência no Nordeste, mas a sua morte repentina fez com que a banda não só encerrasse, mas também a ideia da gravadora também foi por água abaixo.
A demo virou um objeto raro no heavy metal natalense, Mitchell Pedregall só tinha uma faixa de uma das canções em k7.
Somente em 2020, a editora carioca Dies Irae lança o disco que Edu tanto sonhara. Se chama o “Prisioneiros do Absurdo”. É um álbum duplo, sendo que disco 1 apresenta as oito faixas da demo de 1987. Já o disco 2, é uma compilação de músicas inéditas em estúdio e outras capturadas ao vivo. Traz, ainda, uma entrevista na FM Transamérica, com Edu Heavy e Paulão.
A volta do grupo com Paulão
Neste ano, todavia, Sodoma retomou as atividades com Gil Oliveira (vocal), Paulão Vianna (guitarra), Hugo Albuquerque (guitarra), Wilton César (baixo) e Damião Paz (bateria). A banda está ensaiando para logo mais iniciar uma maratona de shows, interrompida por conta da quarentena do Coronavírus.
O CD portanto pode ser adquirido diretamente com Paulão Vianna (98775-1520) ou pelos sites www.diesirae.com.br e www.risingrecords.loja2.com.br
Sobre a coletânea do Whiplash
Falando da história do heavy metal natalense, o Brechando já falou um pouco da Whiplash, que fez parte da vida dos natalenses e foi inaugurada na década de 1980 por Luziano Rock Stanley, que antigamente trabalhava num outro estabelecimento que vendia discos. Era um vasto colecionador de discos importados e outros artigos que deixaria qualquer metaleiro louco, depois começou a vender estes mesmos dentro da sua casa. A demanda cresceu e criou uma loja.
Numa época sem rede social, a propaganda feita pelas próprias pessoas ajudou para que a loja ficasse famosa e ficava no meio da Avenida Senador Salgado Filho. O local era perfeito para quem quisesse saber um pouco mais daquela cena pesadona.
O sucesso da loja estimulou o aparecimento de várias bandas de metal vindas do Rio Grande do Norte. Por isso, a primeira (e única) coletânea da Whiplash, lançada em 1990. Assim nasceu um clássico do heavy metal natalense. O lado A do disco é com a banda Crosskill e Hammeron.
Já o outro é pela banda Ausschwitz e Deadly Fate. Na época, eles eram portanto os principais expoentes do metalzão. O nome era “Whiplash Attack Vol. 1”, entretanto esta foi a única coletânea do selo de Luziano, que cantou neste álbum com Hammeron.
Para ler a matéria completa, portanto, é só clicar no link a seguir.
Deixe um comentário