Com certeza você já ouviu a sua avó ou algum parente mais velho sobre o Cometa Halley, no qual muitos acreditaram que era o fim do mundo chegado. Para quem não sabe, ele é visível na Terra a cada 75–76 anos. O único regularmente visível a olho nu da Terra e aparecer nos céus duas vezes em um século, visto que apareceu em 1910 e em 1986. Foi registrado em outros períodos históricos, sendo observado pela primeira vez no ano de 240 a.c.
Sua periodicidade foi determinada pela primeira vez em 1705, pelo astrônomo inglês Edmond Halley, cujo nome foi dado ao cometa.
Em sua aparição de 1986, se tornou o primeiro cometa a ser observado em detalhes por uma espaçonave, fornecendo os primeiros dados da estrutura de seu núcleo, bem como o mecanismo da cabeleira e cauda.
Fim do mundo?
A sua aparição em 1910 fez com que muita gente tivesse medo, visto que dizia que o cometa tinha cianogênio, gás letal presente na cauda do cometa, criou um clima de pânico à escala global.
Porém o que ocasionou tal receio foi decorrente de descobertas científicas sobre a composição química dos cometas. Pela primeira vez, os astrónomos identificaram os elementos químicos de um cometa, que incluía componentes venenosos, e esta informação foi divulgada pela imprensa. Houve tentativas de explicar que, mesmo ao aproximar-se mais da Terra, o cometa não poderia envenenar. Desenrolou-se a partir daí um conjunto de superstições, especulações e de exploração comercial sobre este cometa.
Na época, as pessoas saíram máscaras para escapar aos gases, comprimidos que prometiam ser um antídoto ao veneno, e até guarda-chuvas para se protegerem. O Halley passou e continuou a sua órbita sem causar danos de qualquer espécie na Terra. Sua próxima aparição na terra será daqui a 41 anos.
Cometa Halley em Natal
Mas, como foi a repercussão em Natal e no Rio Grande do Norte? Pesquisando alguns jornais digitalizados na Biblioteca Nacional, descobrimos a repercussão do assunto na imprensa local, no qual recordei e divulgarei a seguir:
Ano 1910
Não há registros dos jornais de 1910 de Natal que falam sobre o cometa Halley, o assunto é repercutido nos anos posteriores como algo incrível e sempre algum outro cometa poderia ser visto no céu, sempre relembrava do fenômeno na década de 10. Na década de 80, no entanto, a medida que o cometa se aproximava do Planeta Terra, mais os jornalistas ficavam empolgado.
Anos 80
São vários registros sobre a vinda do cometa Halley, que era esperado desde o início da década de 80, mas ele começou a aparecer aos habitantes na terra em fevereiro de 86. Mas, no Rio Grande do Norte, o fenômeno conseguiu ser visto em abril. No entanto, não há registros em Natal, uma vez que não tinha grandes recursos e muita gente alegara nas colunas sociais que não viu, chegando até ser piada de que era uma farsa.
Vamos montar uma linha do tempo a seguir:
O colunista Paulo Macêdo já noticiava no Diário de Natal em 1982
O colunista Sanderson Negreiros também comentava sobre o assunto
Antes da chegada do Halley, uma chuva de meteoros pode ser vista no Brasil. Mas, só pode ser visto na região Sudeste
Inclusive era noticiado sobre naves que fotografavam o Haley antes da sua chegada ao Planeta Terra
Também foi realizado uma matéria completa sobre o que era o cometa em 1984 e também divulgava matérias sobre as naves que registravam minuto a minuto sua chegada
O colunista Vicente Serejo divulgou histórias de conhecidos que viram o cometa em 1910
A vinda da chuva de meteoros antes do cometa Halley
Em 1985, um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) iriam montar um Observatório para o Cometa. Mas, os recursos e as obras ficaram paralisados
O colunista Paulo Macêdo comentou sobre a vinda do cometa poderia ser visto no Brasil em 11 de abril de 1986
O Carnaval de 1986 foi marcado pela vinda do Cometa Halley
O jornalista Cassiano Arruda Câmara, na coluna Roda Viva, disse que muitos acharam que era “Fake News” a história do cometa
O cometa só poderia ser visto aos natalenses a partir das 23 horas de 11 de abril em Natal, muitos ficaram madrugadas esperando na Via Costeira
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