Quando você vai numa balada, todo fumante já encontrou o velho conhecido Pine (se pronúncia como se fosse ler em português. Nada de “Páine”), que queima o peito que só a beleza, mas está lá tragando por ser beeem mais barato que aquela carteira velha de Marlboro. Desculpa, leitores, antes da quarentena eu fumava sim e já falei disso quando experimentei o vape pela primeira vez. Porém, minha vida maior que o fumo. Não quero pegar corona, obrigada.
Estima-se que de quatro em cada 10 fumantes consomem cigarro de contrabando no Brasil
Mas, o assunto não é esse, quero falar de uma ocorrência policial que aconteceu em Nova Parnamirim, bairro de Parnamirim, região Metropolitana de Natal. Vou contar a história a seguir.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Crime Organizado, prendeu na última quinta-feira (14) o vereador Pato Choco, de Serrinha dos Pintos, no qual traficava Pine e outros cigarros do Paraguai, que são considerados ilegais no Brasil por não pagarem os impostos de importação. Ele escondeu em um bunker feito pelo próprio Choco, cujo seu nome de batismo é Macio Ferreira de Aquino.
Como a polícia descobriu esse bunker?
Os policiais civis estavam inicialmente investigando um galpão dentro com a finalidade de prender suspeitos em roubo de banco. Ao chegar no local, eles viram um grande movimento de pessoas dentro da fazenda. Para quem não sabe, Nova Parnamirim mais próximo do Jiqui é cheio de fazendas, granjas e sítios.
O galpão ficava dentro da fazenda e não era um local visível, uma vez que era um bunker que ficava embaixo da terra, tipo aqueles esconderijos de guerra mesmo ou compartimentos que os americanos usam para esperar o fim do munto.
Ao brechar o bunker, eles viram diversas caixas de Pine e armas de grosso calibre, no qual suspeita-se que era usado para ações criminosas do novo cangaço.
De acordo com as investigações, o Pato Choco era um dos maiores fornecedores de cigarros paraguaios do Estado.
O bunker tinha 60 metros quadrados e ficava escondido em um campo de futebol de areia.
Existe um vídeo mostrando como foi a descoberta. Confira:
Quantos Pines foram encontrados?
Ao todo foram encontrados 20 caixas do cigarro, que juntas custam mais de 40 mil reais e armas de calibre 40.
Em seguida, foram realizadas diligências com o objetivo de prender “Pato Choco”, o qual foi encontrado em um condomínio de luxo, em Nova Parnamirim. Com “Pato”, foram apreendidos dois veículos, sendo um deles avaliado em R$ 180 mil reais, e outro supostamente utilizado para transportar cigarros contrabandeados.
O suspeito, que confessou a prática do contrabando, foi conduzido à DEICOR, onde foi autuado em flagrante pelos crimes de contrabando e posse ilegal de munição de uso restrito.
Macio Ferreira será encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.
Quem for pego contrabandeando cigarro pode pegar de dois a cinco anos de prisão, enquanto quem pratica o tráfico internacional de armas pode ficar de quatro a oito anos preso ou de 5 a 15 anos, no caso de tráfico de drogas.
Por que o Pine é um cigarro ilegal?
Como falado anteriormente, o Pine e outros cigarros do Paraguai não pagam impostos. Por isso, eles ficam mais baratos e, portanto, mais acessíveis a crianças e adolescentes. Além disso, ele não recebe aquele selo da Agência Nacional de Vigilância, a Anvisa.
Como eles não tem a inspeção da Anvisa, os cigarros podem ter substâncias mais perigosas que o cigarro “legal”, podendo ser mais perigoso ao sistema respiratório.
O preço mais alto dos itens regularizados se deve a uma ação adotada pelos países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a redução do tabagismo. Portanto, o Brasil obriga os fabricantes a pagarem impostos consideravelmente pesados, que torna o cigarro caro.
Dessa forma, ao vender produtos ilegais, os comerciantes sabotam os efeitos dessa política.
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