Respira e inspira. Conto até 10 vezes. Se continuar a ficar irritada, conto mais 10 vezes. Ora temos certeza de tudo, ora erramos vergonhasamente. Os últimos dois anos foram de intensas mudanças que vieram como um terremoto: intenso e catrastófico. Tudo que achava iria acontecer só restou apenas uma idealização do futuro e vejo distante, no qual tive uma força descomunal que já consegui construir os alicerce e erguendo as primeiras paredes. 2017 deixei as pessoas irem para me descobrir, sabendo que aquela rotina não mais me pertencia. Eu tive medo, fiz muitas besteiras e me transformei em uma adolescente novamente para mostrar que sou adulta agora.
A qualquer momento as mesmas podem derrubar novamente por força da natureza, autosabotagem, gente querendo destruir por puro sadismo e dentre outras coisas, mas eu voltarei como uma bruxa com a magia e transformar esta obra novamente. Ainda vocês vão ver esta casa edificada com os sonhos realizados, desculpa essa metáfora bem “Lua de Cristal”, da Xuxa. Porém, esses versos de Triste, Louca ou Má, de Francisco El Hombre, que fala sobre uma mulher que largou tudo, para se descobrir, me identificou sobre o meu ano.
Por coincidência, a música foi lançada em 2016 no álbum “Solta as Bruxas”, que estimula as pessoas a mostrar o seu lado verdadeiro, sem precisar se escorar em um companheiro (a) ou grupo de amigos.
Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver sóEu não me vejo na palavra
Fêmea: alvo de caça
Conformada vítimaPrefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
E a vida reinventarE um homem não me define
Minha casa não me define
Minha carne não me define
Eu sou meu próprio larTriste, Louca ou Má – Francisco, El Hombre
Foi o ano que mais tentei fazer de tudo: tentei ter uma vida profissional estável (brincando de vivo ou morto nos meus trabalhos), uma vida romântica estável após as aventuras no Tinder (mesmo arriscando envolver com gente de capital vizinha) e ter alguém na política pessoas com que acredito a partir das minhas ideologias. Mas, tudo foi em vão e só vi apenas vento, a galera joga muito pesado mais do que imaginara. Muitas vezes lágrimas saíram e a vontade de rebobinar a fita para voltar a Lara Criança que era cheia de imaginação e bem otimista, sem feridas.
Porém, pensara: “Passei por muita coisa para não desistir, lembre-se que bruxas devem deixar marcas.”. E deixei as marcas.
Mas sempre lembrava que eu mesma “era o meu próprio lar”. Era a hora de construir os meus próprios sonhos e sair daquela zona de conforto, embora a timidez e a ansiedade gritasse com todos os poros da minha pele. As mudanças deste ano me fizeram muito mal na minha saúde mental, mas ao mesmo tempo tive compaixão e vi que não estou sozinha nesta luta de equilibrar seus ideiais, o amor e o profissional numa mesma balança.
“Lara, vou ser bem sincero, quero procurar alguém que queira o todo. Estou numa fase que me sinto mais bonito, inteligente e determinado. Estou emagrecendo, sendo vaidoso e quero encontrar alguém assim”
Então, respondo:
Por muito tempo queria ficar alguém como espelho, mas as pessoas vão faltar pedaços e assim você tem altas chances de perder pessoas incríveis para compartilhar, por conta de besteirinhas. Se pensas assim, boa sorte!
O caminho é longo pela autoaceitação, mas vou em frente e seguindo este trem, por enquanto deixo 2018 com pequenos rastros.
Estou fazendo uma segunda especialização (produção em Documentários), a revista do Brechando saiu para comemorar os três anos do site, foram realizados quase 1000 textos em 2018, atingi um milhão de leitores, andei de moto na garupa pela primeira vez, viajei sozinha,, finalmente pude conhecer a Campus Party (fazendo uma boa cobertura), entrevistei gente de todos os lugares possíveis e pessoas que sempre quis entrevistar, como os rapazes do Choque de Cultura e o Eduardo Spohr, e fiz novas amizades. Ainda não consigo viver totalmente com o site, mas o apoio e a realização das atividades citadas mostram que estou no caminho certo.
Foi um ano com bastante experiência, mudanças repentinas e loops. Quero 2019 mais forte, para enfrentar as mudanças de cabeça erguida, inteligência e sem passar a mão na cabeça de ninguém. Como já dizia na Tropicália: “É preciso ficar atentos e fortes”.
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