Reza a lenda que o skate foi inventado na Califórnia por conta da falta de ondas boas para o surf, nos Estados Unidos. O crescimento do “surf no asfalto” se deu de uma maneira tão grande que muitos dos jovens da época se renderam ao novo esporte chamado “skate”. Surgiam, então, os primeiros skatistas da época. Em 2016, foi anunciado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) que o skate, a partir de 2020, no Japão, será um esporte olímpico.
Em Natal, o Skate, por sua vez, aconteceu no ano de 1984, quando o skatista e jornalista carioca Guto Jimenez visitou a casa da potiguar Ilzeli Confessor. Inicialmente, Jimenez deu pilha para os natalenses e a moda começou a pegar aos poucos. Antes, algumas pessoas também chegaram a andar de skate pelas ruas do Alecrim, como Tercílio Albano. Em entrevista ao site Veteran Skate, ele dizia que “saia de skate a noite, quando as lojas eram fechadas ou nos fins de semana”, mas não sabia que aquilo se chamava skate.
Depois as pessoas começaram a se reunir para fazer as primeiras manobras. Haviam vários lugares para o encontro desde pistas fechadas até o centro e o Alecrim. Alguns também faziam encontros no bowl do Aeroclube (pista que parece uma piscina seca) ou na pista de skate que existia próxima do antigo kartódromo e hoje é estacionamento do estádio Arena das Dunas, no qual foi construída após os skatistas usarem a antiga quadra como seu espaço.
Ainda tinha a Praça do Disco Voador, local que fica em Ponta Negra, que sempre foi usada para a prática do esporte, como na foto acima, tirada no ano de 1989.
Dentre os rapazes que praticavam, segundo o Veteran Skate, era o Jamesom, que tinha 14 anos e criou a sua primeira jump com pedaços de janela, assim tornando um dos percussores do skate de rua na cidade. Logo depois, a rapaziada de João Pessoa, Fortaleza e Recife mantiveram um bom contato e trocaram experiências com o povo de Natal.
No inicio de 1988, o espaço no Aero Clube onde funcionava o Flying Rollers (ringue de patinação, que funcionou de 1985 a 1987), continuava sem utilidade para o clube. Então, o espaço foi liberado para as seções. Mais uma vez, o local era berço e testemunha de uma outra fase do skate Potiguar. Ali, alguns pioneiros como Wendel Leite, James Brilhante, Jameson, Ivan Zanoni, Eduardo Monga e Paulo Playboy se reuniam para sessions de street na quadra e de lá saiam para andar na rua Alberto Maranhão, quadra da praça Augusto Leite e centro da cidade.
Assim surge ários picos de rua surgiam em diversos bairros de Natal, como a Praça André de Albuquerque, Condomínio Parque das Serras, Quadra de Candelária, jump no inicio da Av. Afonso Pena, Campus Universitário e Av. Rui Barbosa.
Com street skate consolidado em Natal, cada vez mais novos praticantes surgiam e juntamente com eles a ASKN (Associação de skate Norte-Riograndense), que tinha Ilzeli Confessor e João Carvalho à frente. Com todo esse fomento, o bolo cresceu cada vez mais e por volta de 1993, picos como o supermercado Pão de Açúcar (hoje, a Igreja Universal na Av. Salgado Filho), Banco do Brasil (Centro), Quadra da Cidade da Esperança e Circo da Folia se juntavam aos antigos e trazia sangue novo à cena.
Nos anos 2000 a cena do skate deu uma baixa na cidade. Somente 10 anos depois que surgiram novas pistas, no qual falamos nesta matéria no Brechando e também a quadra do DED, no qual alguns chegam a chamar de Barcelona.
Com a falta de competições oficiais no Estado, atletas qualificados do RN partem para outros polos, porém alguns estão sendo incentivados pelas lojas que vendem produtos relacionados ao esporte e de vez em quando promovem algumas iniciativas, como essa daqui.
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