Ir para o conteúdo
Brechando/Urban Art / Artista denuncia violência a partir de intervenção urbana

Artista denuncia violência a partir de intervenção urbana

A Lei Maria da Penha completou 12 anos, mas ainda vemos a presença dos casos de violência contra a mulher. No ano de 2016, quando a lei completou 10 anos, o G1 catalogou mais de quatro mil notícias sobre o assunto desde que o portal de notícias foi fundado, no ano de 2006, como Eloá,…

Compartilhe:

A Lei Maria da Penha completou 12 anos, mas ainda vemos a presença dos casos de violência contra a mulher. No ano de 2016, quando a lei completou 10 anos, o G1 catalogou mais de quatro mil notícias sobre o assunto desde que o portal de notícias foi fundado, no ano de 2006, como Eloá, Mércia Nakashima, Luiza Brunet e dentre outras. Engana-se que a agressão física entre as pessoas do gênero feminino é causada por aquelas militantes. Em março deste ano, a artista Catarina Alice, que falamos na matéria sobre como protestar contra intervenção militar em pleno 2018, sofreu uma agressão de um ex-companheiro, chegando a pedir medidas protetivas na Justiça.

A briga foi parar na justiça após a Catarina ter ficado com um olho roxo durante a discussão. “Após anos de diversas violências, de me permitir continuar uma relação que só me causou dano e sofrimento cotidiano, que me fez esquecer de mim e meus posicionamentos, entre querer ser a própria justiça e terminar com um olho roxo, é definitivo: nenhum passo atrás. Foi preciso me deparar com o que há de mais patriarcal da sociedade em mim para arrancar e entender que sou mulher e que é essa posição que estou no mundo. Que não tenho privilégios e meu estado comum é a batalha”, disse em seu post no Instagram.

O mandado pode ser visto a seguir:

QUANDO UMA MULHER AVANÇA, O MACHISMO RETROCEDE! Acabou o amor. Para aqueles que precisam de provas, essa postagem é uma vitória soberana para as mulheres. Para quem me apóia desde quando me permiti e acreditam sem pestanejar no depoimento de uma mulher, meu respeito e admiração, seguiremos sempre lado a lado. Essa postagem é sobre coragem. Após anos de diversas violências, de me permitir continuar uma relação que só me causou dano e sofrimento cotidiano, que me fez esquecer de mim e meus posicionamentos, entre querer ser a própria justiça e terminar com um olho roxo, é definitivo: nenhum passo atrás. Foi preciso me deparar com o que há de mais patriarcal da sociedade em mim para arrancar e entender que sou mulher e que é essa posição que estou no mundo. Que não tenho privilégios e meu estado comum é a batalha. Quase perdi diversas vezes, não só pelas ameaças e humilhações que passei, mas as que me fiz também, por me julgar incapaz de me definir como feminista e não ter armadura pro machismo. De não ser mais eu por dias e dias. O fato é que hoje estou viva, que me orgulho disso, e que não permitirei nenhum metro a mais me sentir amedrontada ou constrangida por estar no mesmo local que alguém que já me agrediu cruelmente, jogando a culpa em mim e me chamando de desequilibrada, está. Isso não é ser vítima, é vencer uma luta intensa. Tenho respeito à minha história, e todos que conhecem essa cidade sabem: a gente é duna, areia que desaba, mas retoma o ciclo. A política de passação de pano tem uma posição definida: quando abre a porta e espaço para um homem agressor, fecha para uma mulher. É preciso definir o lado da história que estamos. Força à todas mulheres que passaram ou passam por isso. Não recuem. Pega a corrente desse vento e lembrem que eu só consegui, porque nós conseguiremos. #NãoPassará

Uma publicação compartilhada por Catarina Santos (@catarinaalicee) em

Recentemente, ela lançou uma intervenção urbana chamada “Eu puta, ele santo”, que denuncia a violência doméstica e também critica as autoridades em acreditar nas denúncias de agressão. Santos grudou suas fotos com o olho roxo nas paredes da Rua Chile, na Ribeira, com lambe-lambe. “Ás vezes a gente vive uma violência tão fudida (sic) que a única forma de seguir em frente é olhando para ela”, comentou a jovem.

Ás vezses a agressão física não vem da forma física, mas também psicológica e verbal (ex: xingamento). Sem contar que muitas denúncias são só aceitas a partir de provas concretas, como uma ferida.

Catarina estudava psicologia quando seus trabalhos com a fotografia começaram a ficar famosos, principalmente durante a Revolta do Busão. Hoje, ela estuda pedagogia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e atua na assessoria de imprensa do vereador Sandro Pimentel (PSOL).

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

Clique aqui para saber mais.

Arquivos

Chuva de palavras

Alecrim Arte banda Brechando Brechando Vlog Campus Party carnaval Cidade Cidade Alta Cidades cinema Covid-19 Cultura curiosidades Dosol entrevista Evento eventos Exposição feminismo Festival filme filmes Historia lgbt livro Mada mossoró Mudanças Mulher Música Natal pesquisa Peça potiguar projeto Quarentena Ribeira Rio Grande do Norte RN Rolé Show Teatro UFRN ônibus