Ela recebe o nome de Santa Rita de Cássia, porque nasceu na cidade italiana de Cassia, em 1381, e sempre mostrou desejo de viver uma vida em Cristo. Seu nome de batismo é Marguerite, um belo dia ela conheceu um homem, Paulo, que salvou uma criança, ambos se apaixonaram. Porém, ele era filho de Ferdinando Mancini, vindo de uma família rica e que acreditava que o matrimônio era uma forma de manter os negócios em família. Ou seja, impossível de acontecer. Ela rezou para que eles se casassem. Esse é o primeiro milagre: Marguerite e Paulo casaram-se mesmo vindo de classes distintas.
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Teve uma vida conjugal difícil, devido aos hábitos da nova família e devido ao caráter violento do marido. Com seu empenho e orações, conseguiu convertê-lo. Tiveram filhos gêmeos: Tiago e Paulo. Porém, começaram a trabalhar como camponeses no feudo. O marido morreu e os seus filhos, posteriormente, tiveram lepra e também faleceram.
Viúva, manifesta a vontade de ingressar no mosteiro das irmãs Agostinianas que só aceitava jovens solteiras. Ficou muito tempo perdida… Pois não tinha mais seus pais e família do marido a refugou. Ainda assim, começou a cuidar de doentes da peste e a curar enfermos. Após esse tempo, finalmente fizeram uma exceção e aceitaram a santa em sua comunidade.
Se devotou especialmente a cuidar de irmãs doentes e a aconselhar pecadores. Por 14 anos, até sua morte, trouxe na testa um estigma, associando-se, assim, à paixão de Cristo. Morreu no Mosteiro de Cássia, em 1457 e foi canonizada em 1900. São-lhe atribuídos tantos e tão extraordinários milagres que é tida como “advogada das causas perdidas e a santa do impossível”. É também protetora absoluta das mães e esposas que sofrem pelos maus-tratos dos maridos.
500 anos depois, no Rio Grande do Norte, uma Fazenda, que antes povoada por povos indígenas tapuias, era cheia de inharés, considerada “sagrada” pela população. Na época, a população achava impossível que a seca acabasse. Segundo a tradição, atraía grandes males caso algum de seus galhos fosse quebrado, como secas e epidemias de doenças. Conta a lenda que, certo dia, um missionário, sabendo dessa tradição, resolveu visitar o povoado e mandou erguer uma cruz, feita com alguns galhos dessa árvore.
Em seguida, em frente à capela de Santa Rita de Cássia, foi cavado um grande buraco, onde foram colocadas todas as armas da população nativa por ordem desse missionário, sendo ali colocada aquela cruz. Com isso, os males teriam cessado e grandes fontes de água teriam jorrado, e muitos dos animais típicos da região teriam se tornado mansos. Com este fato, o povoado teve seu nome alterado para “Santa Cruz do Inharé”.
Em 1825, foi erguida a capela de Santa Rita de Cássia, que estimulou ainda mais o crescimento do povoado. Uma imagem da santa, vinda da fazenda Cachoeira, foi doada para a capela. No mesmo ano, a lei provincial nº 24, datada de 27 de março, eleva o povoado à condição de distrito, com a denominação “Santa Cruz da Ribeira do Trairi”.
Apenas em 11 de dezembro de 1876, o distrito foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de São José de Mipibu, através da lei provincial nº 777, após vários anos de luta. Entre as figuras que lutaram pela emancipação destacam-se o padre Antônio Rafael Gomes de Melo, o tenente coronel Ivo Abdias Furtado de Mendonça e Menezes e os fazendeiros Trajano José de Faria e Félix Antônio de Medeiros. Finalmente, em 30 de novembro de 1914, a lei estadual 372, a vila é elevada à condição de cidade, tendo sua denominação sido alterada para “Santa Cruz”, conservada até os dias atuais.
Por causa disso, a padroeira da cidade recebe tal alcunha como forma de homenagear a santa que esteve presente na vida dos moradores, a Paróquia de Santa Rita de Cássia, com apoio da Arquidiocese de Natal, resolveu criar uma estátua gigante, que demorou três anos para ficar pronta e foi inaugurada no dia 26 de junho de 2010.
Os políticos locais fazem diversas campanhas para estimular a visita ao monumento e incentivar o turismo na cidade, que antes era movida apenas pela agricultura.
Visitando a Região do Trairi, o Brechando tinha que visitar a estátua, que pode ser vista por toda a cidade. Quer saber como chegou em Santa Cruz? Olhe a escultura. Mas, como faz para chegar perto? O local tinha várias placas indicando os caminhos para o santuário. Em seguida, pegamos a BR-226 e vamos para uma Serra bem alta, onde a santinha está no topo. Então, temos que parar no meio da ladeira para subir a ladeira e pagar o estacionamento, que custa 3 reais.
Durante a ladeira, os ambulantes vendem diversos acessórios, desde os religiosos (rosários ou imagens de santos) até uma boneca Elsa (personagem do filme “Frozen”), vestida de sereia.
Após uma bela caminhada em um sol quente de meio-dia, conseguimos chegar ao local que estava lotado, uma vez que era domingo, dia sagrado para os católicos, pois acontecem as missas no ponto turístico. O local estava cheio de gente, desde gente pagando promessa por um graça alcançada, curiosos, nativos e turistas de várias cidades do Rio Grande do Norte, Paraíba e outros estados. Muitos ficaram curiosos em saber que no meio do Sertão existe um monumento que é maior que a famosa Estátua da Liberdade, em Nova York, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
O Santuário é dividido em dois pavimentos. No primeiro piso está uma gruta com a imagem de Maria (Nossa Senhora), a capela em homenagem à Santa Rita de Cássia, onde as missas acontecem nos domingos; o local para para colocar as velas em troca de um milagre, homenagem à Nossa Senhora do Carmo e aos Mártires de Cunhaú e Uruaçu e a lojinha das lembranças, no qual o dinheiro é utilizado pela Paróquia para a manutenção do espaço.
Subindo ao pavimento superior, finalmente podemos ver a Santa no céu super azulado de Santa Cruz e realmente é maior que o Cristo Redentor. Se brincar, ele bate no ombrinho da Rita. Lá, os turistas tentam o melhor ângulo para registrar a santinha, a disputa é bastante acirrada, por sinal.
Depois de contemplar a bela imagem, de ver todos os detalhes de seu rosto, corpo e mãos, fomos ainda para mais duas salas. A primeira era uma capela em homenagem ao Santíssimo e a outra é a Sala das Promessas, uma forma dos fiéis registrarem o seu agradecimento pela graça alcançada, são entregues: fotos das pessoas que tiveram o milagre atendido, troféus de campeão de vaquejada, aguardente (também não me pergunte o porquê), representação de corpos humanos em madeira, dentre outras coisas. Por fim, saímos de lá batendo o sino que fica na porta do santuário.
Vale a pena visitar o ponto turístico, mesmo que não seja católico.
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