Durante a noite a gente olha uma parede branca e vazia na fachada da loja Leader, que fica no bairro de Cidade Alta, próxima de prédios históricos, como Hotel Ducal, Edifício 21 de Março, Beco da Lama e dentre outras atividades. Há 10 anos, a empresa fluminense fica em um prédio onde funcionou por muito tempo o Cine Nordeste, um dos tradicionais cinemas da capital potiguar. Quando foi inaugurada, em 2008, o artista potiguar Dorian Gray Caldas fez um quadro mostrando como era o funcionamento do centro de Natal e do Grande Ponto. Cadê o quadro? Não teve ninguém que restaurou? Infelizmente, não obtivemos uma resposta.
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O blog “Ventos Nordeste” também criticou a falta de preservação do quadro:
No final da Rua João Pessoa, próximo da Loja Maçônica 21 de março, havia o Cinema Nordeste, inaugurado em 1958, ficando conhecido por ter poltronas confortáveis, arquitetura moderna e o primeiro a funcionar com o ar-condicionado. O prédio também foi espaço para a sede da Rádio Nordeste em Natal, que hoje é conhecido por ser destinado para o público evangélico.
Ainda tinha a Sorveteria Óasis.
Na fachada do seu prédio tinha, inicialmente, um quadro de Aguinaldo Muniz, macaibense que arquitetou o prédio, também conhecido por projetar a antiga sede do ABC. O quadro pode ser visto a seguir:
Depois a imagem foi trocada por uma arte do potiguar Dorian Gray Caldas, que foi pintada em 2008, como uma homenagem ao Cine Nordeste, uma forma de relembrar a história deste prédio histórico. Veja o desgaste do quadro a seguir:
Após o período de decadência e exibindo filmes pornôs, o cinema fechou. Em 2008, a loja Leader está em seu lugar. A fachada e paredes externas foram tombadas como patrimônio cultural pelo Governo do estado em 26 de junho de 2008.
A empresa, além de preservar o prédio, se comprometeu a revitalizar a Praça Kennedy e o Beco da Lama, nas proximidades.
Sobre Dorian Gray
Dorian Gray Caldas nasceu em 16 de Fevereiro de 1930 na cidade de Natal no Rio Grande do Norte . É um consagrado artista potiguar que expressa sua arte em diversas plataformas artísticas, tais como: Escultura, cerâmica, tapeçaria, desenho, poesia e escritos.
Dorian estreou na arte em 1950, junto com os primeiros e grandes amigos Newton Navarro e Ivon Rodrigues, no 1º Salão de Arte Moderna de Natal. Seu primeiro livro se deu 11 anos depois, em 1961, intitulado “Instrumento de Sonho”.
Ele atuou como assessor da secretaria estadual da cultura do Rio Grande do Norte (1967-1968) e da Fundação José Augusto (1974) e foi diretor do Teatro Alberto Maranhão (1967-1968). Em 1989 publicou o livro ‘Artes Plásticas do Rio Grande do Norte 1920—1989’.
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