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Sobre o 7 de setembro: você sabe como foi a independência?

Há 194 anos houve a independência do Brasil. Como foi este momento histórico? Só foi Dom Pedro I gritar às margens do rio Ipiranga: “Independência ou morte”?  Bem, o início foi a partir da briga entre Portugal e França. A ameaça de Napoleão invadir as terras portuguesas fez com que a corte se mudasse para…

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Há 194 anos houve a independência do Brasil. Como foi este momento histórico? Só foi Dom Pedro I gritar às margens do rio Ipiranga: “Independência ou morte”?  Bem, o início foi a partir da briga entre Portugal e França.

A ameaça de Napoleão invadir as terras portuguesas fez com que a corte se mudasse para o Brasil, mais 15 mil pessoas (os nobres também fugiram), e ficaram na região por três anos. Tudo começou com os tratados secretos de Tilsit de julho de 1807, os representantes da França e de Espanha em Lisboa entregaram ao príncipe-regente de Portugal, a 12 de agosto, as determinações de Napoleão: Portugal teria que aderir ao bloqueio continental, fechar os seus portos à navegação britânica, declarar guerra aos ingleses, sequestrar os seus bens em Portugal e deter todos os cidadãos ingleses residentes no país. O príncipe-regente era intimado a dar uma resposta até ao dia 1º de setembro.

Mas, o príncipe D. João VI não obedeceu as determinações de Napoleão e continuou negociando com a Inglaterra. Então, o imperador francês ameaçou de invadir às terras portuguesas, fazendo com que a corte portuguesa fugisse ao Brasil.

Eles, primeiramente, chegaram à Salvador e foi assinado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, onde beneficiaria a Inglaterra, que teve um papel determinante na independência do país. Após a derrota de Napoleão, a transferência da Corte para o Brasil veio também a ter como consequência a Revolução de 1820 em Portugal, que exigiu o retorno da família real portuguesa e da Corte a Lisboa. D. João VI foi incapaz de resistir por mais tempo e partiu para Lisboa, onde foi obrigado a fazer um juramento à nova constituição, deixando seu filho, o príncipe Pedro de Alcântara, como Regente do Reino do Brasil.

Os membros das Cortes Portuguesas não mostravam nenhum respeito para com o príncipe e zombavam abertamente dele. Logo, a lealdade que Pedro demonstrava pelas Cortes gradualmente foi transferida à causa brasileira. Sua esposa, a princesa Leopoldina de Habsburgo, favorecia o lado brasileiro e encorajou o marido a permanecer no país. A resposta de Pedro veio em 9 de janeiro de 1822, que, de acordo com jornais, falou: “Como é para o bem de todos e para a felicidade geral da nação, estou pronto: Diga ao povo que eu vou ficar.”

Depois da decisão de Pedro de desafiar a Cortes, cerca de dois mil homens liderados por Jorge Avilez amotinaram-se antes de se concentrar no Monte Castelo, que logo foi cercado por 10 mil brasileiros armados, liderados pela Guarda Real da Polícia. Dom Pedro, em seguida, “demitiu” o comandante geral português e ordenou-lhe que retirasse seus soldados do outro lado da baía para Niterói, onde eles aguardavam o transporte para Portugal.

Pedro partiu para a Província de São Paulo para assegurar a lealdade dos locais à causa brasileira. Ele alcançou sua capital em 25 de agosto e lá permaneceu até 5 de setembro.

Leopoldina, sua esposa, assumiu a regência durante a viagem. Diante das exigências de Portugal para que ambos retornassem a Lisboa, ela convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Estado no dia 2 de setembro de 1822 e, juntamente com os ministros, decidiu pela separação definitiva entre Brasil e Portugal, assinando então a declaração de independência.

Em 7 de setembro, quando retornava ao Rio de Janeiro, Pedro recebeu a carta de José Bonifácio e de Leopoldina. O príncipe foi informado que as Cortes tinham anulado todos os atos do gabinete de Bonifácio e removido o restante de poder que ele ainda tinha. Pedro voltou-se para seus companheiros, que incluiu sua Guarda de Honra e falou: “Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais” e continuou depois que ele arrancou a braçadeira azul e branca que simbolizava Portugal: “Tirem suas braçadeiras, soldados. Viva independência, à liberdade e à separação do Brasil.” Ele desembainhou sua espada afirmando que “Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade” e gritou: “Independência ou morte”.

Este evento é lembrado como “Grito do Ipiranga”. Mas, ninguém sabe se isso de fato aconteceu.

Ao chegar na cidade de São Paulo, na noite de 7 de setembro de 1822, Pedro e seus companheiros espalharam a notícia da independência do Brasil do domínio português. O príncipe foi recebido com grande festa popular e foi chamado de “Rei do Brasil”.

A separação oficial de Portugal só ocorreria em 22 de setembro de 1822, em uma carta escrita por Pedro a João VI. Nele, Pedro ainda chama a si mesmo de “Príncipe Regente” e seu pai é referido como o Rei do Brasil independente.

A Inglaterra apoiou bastante a independência e o Brasil por muito tempo ficou negociando com os ingleses. Foi assim que surgiu as nossas primeiras dívidas.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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