Foto: Viver Natal
Coca-Cola é um refrigerante carbonado vendido em lojas, restaurantes, mercados e máquinas de venda automática em todo o mundo. Sabia que a sede da empresa é em Atlanta, no estado da Georgia, nos Estados Unidos? Como chegou ao Brasil? Sabia que Natal foi a primeira cidade a conhecer o refrigerante mais popular que o planeta Terra já teve? Não? Nós contaremos a história de amor entre Natal e a Coca. Quem gosta de tomá-la em frente a praia bem gelada?
Tudo começou no século XVIII, quando John Pemberton, após a Guerra Civil Americana, estava querendo alguém que comprasse suas ideias e medicamentos. Por não ter nenhuma habilidade em vendas, ele procurou o contador Frank Robinson, que acabara tornando-se sócio.
Em 1884, a dupla lançou a “Pemberton’s French Wine Coca”, anunciada como uma bebida intelectual, vigorante do cérebro e tônica para os nervos, feita a partir de uma mistura de folhas de coca, grãos de noz-de-cola e álcool.
No dia 8 de maio de 1886 era vendida a primeira bebida conhecida atualmente como Coca-Cola, nome posteriormente dado por Frank Robinson, que utilizou a sua própria caligrafia para fazer o logotipo. No dia 29 de maio daquele mesmo ano saiu o primeiro anúncio da Coca-Cola.
Devido aos problemas de saúde e financeiros, Pemberton foi obrigado a vender a fórmula. Ainda em 1886, Frank Robinson procura pelo empresário e farmacêutico Asa Griggs Candler que acaba comprando a fórmula. Uma das formas encontradas dos dois de propagar o produto foi contratar pessoas para distribuir cupons que davam o endereço e um brinde, experimentar de graça a Coca-Cola, fazendo com que os estabelecimentos fossem procurados. Foi assim que surgiu o crescimento do produto.
Quando o país norte-americano entrou na Segunda Guerra Mundial, a Coca-Cola desenvolveu “fábricas móveis” para as frentes de batalha junto com técnicos da empresa, que garantiam a produção e a distribuição da bebida para os soldados, fato este aprovado pelo então general Dwight D. Eisenhower das Forças Armadas dos Estados Unidos.
Apesar dos custos de produção na frente de batalha serem elevados, a companhia decidiu arcar com os mesmos, numa tática de marketing, vendendo o refrigerante pelo mesmo preço praticado nos Estados Unidos. Durante o período de guerra, 64 instalações de engarrafamento foram criadas para abastecer as tropas que estavam fora dos Estados Unidos.
Este fato ajudou a abrir caminho para a internacionalização da Coca-Cola, que, durante e após a guerra acabou sendo licenciada nos diversos países em que acompanhou o exército americano, incluindo o Brasil. Aí que Natal entra na história.
Em 1941, os americanos instalaram sua base militar em Natal, devido à sua localização ser perto da Europa. O governo brasileiro autorizou secretamente os norte-americanos a utilizarem bases aéreas e navais situadas no país, para garantir a defesa do continente americano.
No dia 26 de julho foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto Lei número 3.462, de 25 de julho de 1941, uma das primeiras medidas que autorizava a empresa “Panair do Brasil”, a construir, melhorar e aparelhar os aeroportos do nordeste brasileiro. Desta forma, aviões militares americanos passaram a chegar ao Brasil com maior frequência, reforçando as bases estratégicas estabelecidas no país.
Criado para proteger o continente americano das investidas do Eixo — composto por Alemanha, Itália e Japão –, o Parnamirim Field era, na década de 1940, a maior base aérea estadunidense em território estrangeiro. Ao fim da guerra, o fato rendeu à capital potiguar o apelido de “Trampolim da Vitória”.
Cerca de 55 mil pessoas habitavam o município, que era tranquilo e pacato antes do conflito armado internacional. Natal, naquele período, teve um aumento populacional de 10 mil pessoas.
Foi assim que os natalenses começaram a experimentar o produto. Na época, a política adotada pela empresa em relação á Segunda Guerra Mundial era o de apoiar seus combatentes, oferecendo seus produtos onde quer que estejam, sendo comercializada, a um preço simbólico de cinco centavos (15 centavos nos dias de hoje) de dólar o copo.
Tendo em vista a sua associação com os produtos americanos, o refrigerante acabou exercendo o papel de um símbolo patriótico. A popularidade da bebida aumentou bastante no pós-guerra, quando os soldados voltaram fazendo propaganda do refrigerante.
A presença de soldados dos Estados Unidos praticamente iniciou a vida noturna na cidade. Várias casas foram inauguradas para abrigar bailes e festas que agitavam a região. O consumo de álcool, cigarro e prostituição aumentaram exponencialmente. Várias mulheres potiguares ficaram grávidas de combatentes americanos, iniciando uma série de novas famílias.
Em 1942, a primeira fábrica foi instalada no Rio de Janeiro, em São Cristóvão. Um ano depois abre em São Paulo a primeira filial e em 1945 a segunda fábrica carioca é inaugurada. No final da década de 1960, a The Coca-Cola Company contava com mais de 20 fábricas engarrafadoras autorizadas e franqueadas. Nos anos 80 são 36 franqueadas e em 1990, a fábrica Recofarma começa a produzir o concentrado para fazer a bebida.
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