Antes do real, o Brasil utilizava o Cruzeiro como moeda oficial. Na década de 90 (início do governo de Fernando Collor), o rosto de Luís da Câmara Cascudo, que neste sábado (30) completa 30 anos que deixou a vida terrena, foi estampada na moeda de 50 mil cruzeiros. Depois, a cédula também foi utilizada como imagem para o Cruzeiro Real. O verso representa o bumba meu-boi, cuja intenção era representar o folclore, no qual Cascudo tanto estudou.
O Cruzeiro Real, por sua vez, foi o padrão monetário no Brasil entre 1 de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994. A moeda foi desenvolvida durante o governo de Itamar Franco. Na época, as altas taxas de inflação que marcaram o ano de 1993 levaram o governo a tomar algumas medidas provisórias, incluindo a criação de uma nova moeda. Na época, o cruzeiro real era equivalente a mil cruzeiros.
As primeiras cédulas deste padrão foram cédulas de 50.000, 100.000 e 500.000 cruzeiros nas quais foi aposto um carimbo com o novo padrão. Ou seja, eles carimbaram as moedas do antigo cruzeiro criado na década de 90 durante o Plano Collor. Depois disso, foram lançadas em circulação entre 1993 e 1994 as seguintes cédulas, já com o nome do novo padrão.
Essa cédula tenho em casa e pertencia ao meu avô materno. Veja a foto a seguir:
A partir desta moeda, todas as cédulas brasileiras passaram a trazer sinais especiais (marca tátil) para auxiliar os deficientes visuais a identificarem o valor. A moeda deixou de circular no mercado em 15 de setembro de 1994.
No Mercado Livre, a cédula pode ser encontrada a venda entre R$ 2 a 12,90. Essa de Câmara Cascudo faz parte da última linha do cruzeiro antes de se tornar, oficialmente, Real, atual moeda que utilizamos.
Todas as cédulas e moedas desse padrão foram recolhidas na troca pelas novas cédulas do padrão Real, que entrou em circulação em 1 de julho daquele ano.
Quintal de Luís fará uma apresentação neste fim de semana no Parque das Dunas
O Grupo Estação de Teatro vai homenagear os 30 anos de encantamento de Luís da Câmara Cascudo com uma temporada especial do espetáculo “Quintal de Luís”, dias 30 e 31 de julho, às 16h30 e 10h respectivamente, no Parque das Dunas. O ingresso é apenas o acesso ao parque que custa apenas um real.
É uma fábula com licença poética e lúdica que remonta uma brevíssima fração temporal, onde o nosso protagonista se propõe a peregrinar ao redor de si. Então, criaturas que povoaram toda uma existência, fictícias ou verdadeiras, se apresentam como depoentes nesse tribunal da própria memória.
O momento escolhido para ilustrar tal condição, é um fato verídico, quando na década de 1920 um professor do Colégio Atheneu pediu a expulsão do professor Cascudo por ocupar os espaços da sala de aula com lobisomens, sacis e outras discrepâncias científicas, relacionadas na maioria das vezes aos costumes do povo e sua oralidade.
A peça surgiu a partir de um processo coletivo entre o Grupo Estação de Teatro com o dramaturgo César Ferrario do Clowns de Shakespeare. Ferrario é responsável pelo roteiro. Já os atores que participarão serão Caio Padilha, Davidson Lacerda, Joanisa Prates, Manu Azevedo, Nara Kelly, Ananda Krishna e Enio Cavalcante. A direção é de Rogério Ferraz.
Em 2015, as roupas do espetáculo estiveram na Quadrienal de Praga, capital da República Tcheca. Lá, o figurinista João Marcelino foi convidado para apresentar uma reflexão artística sobre sua criação para o espetáculo.
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