Nesta segunda-feira (25) comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Como surgiu esta data? Surgiu em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, quando realizou-se o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas.
A data é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe.
Para falar desta data, nada como falar da mulher negra mais guerreira que o Brasil já teve: Dandara dos Palmares, que lutou juntamente com Zumbi a erradicação da escravidão nas terras tupiniquins e lutou bastante para ter sua representatividade política, no qual até hoje é difícil para uma mulher negra.
É quase impossível de arranjar dados sobre a sua biografia, mas o pouco que a gente sabe mostra que foi uma pessoa que lutou bastante pelo os seus ideais, uma justiceira, que rendia um bom roteiro de personagem de super-herói.
Dandara foi esposa de Zumbi do Palmares. Para quem não sabe, Zumbi nasceu na Capitania de Pernambuco, na região onde hoje fica o estado de Alagoas, e era um escravo que fugiu de sua fazenda e criou o Quilombo dos Palmares, junto com Ganga Zumba (seu tio), um reino formado por diversos escravos fugitivos e a área chegou a ficar do tamanho de Portugal.
Foi em Palmares que ele conheceu a Dandara, que estava na região desde a sua infância, e tiveram três filhos (Motumbo, Harmódio e Aristogíton). Ninguém sabe ao certo se nasceu no Brasil ou na África.
Juntos, eles realizaram vários ataques a engenhos para libertar escravos e apoderar-se de suprimentos, armas e munição.
Descrita como uma heroína, Dandara dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares contra a invasão Portuguesa.
Ela participava também da elaboração das estratégias de resistência do quilombo. Além de lutar, participava de atividades cotidianas em Palmares, como a caça e a agricultura, no qual chegava a plantar mandioca, aprendeu a caçar, mas também aprendeu a empunhar armas e quando adulta liderar as falanges femininas do exército negro palmarino.
Assim como Zumbi, Dandara era contra os diversos tratados de paz que foram oferecidos pelos portugueses. Na opinião dela, isto seria um passo para a destruição da República dos Palmares e a volta à escravidão. Portanto, ela preferia guerrear até o fim contra os portugueses e não media nenhum esforço para isso.
Dandara foi morta, com outros quilombolas, em 06 de fevereiro de 1694, após a destruição da Cerca Real dos Macacos, que fazia parte do Quilombo de Palmares. Ela se matou quando esteve presa, pois preferia ser morta do que voltar à escravidão. Jogou-se de uma pedreira ao abismo.
Apesar de ser pouco estudada, Dandara já foi retratada em filmes (“Quilombo”, de Cacá Diegues, disponível na íntegra no You Tube) e em livros.
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