Todos os dias pagamos por uma passagem de quase três reais para se locomover em vários pontos da cidade. Seria bom se a gente tivesse o retorno dessa tarifa a partir de um bom serviço de transporte público, motoristas eficientes e educados, ônibus novos e modernos e dentre outras coisas. Mas, não é isso o que acontece.
Em muitas linhas de ônibus, nos quais andamos, deparamos com funcionários estressados devido às péssimas condições de trabalho, veículos decadentes e usuários insatisfeitos. Obviamente essas situações ruins poderão causar um grave problema.
Foi isso que aconteceu no dia 21 de junho com a Débora Lemos. Antes de pegar o ônibus da linha 104 (também conhecido pela Eucaliptos via Alecrim), naquele dia, ela estava terminado o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Serviço Social, já havia fotografado as fotos de formatura e estagiava na Ouvidoria Geral do Município (OGM). Estava (quase tudo) perfeito na vida dela.
No dia desse acidente, ela pegou o ônibus para retornar para casa após um dia do estágio e resolveu descer na parada próxima do Natal Shopping, no bairro de Candelária. Quando estava no último degrau da escada, bem pertinho de pisar na calçada, o motorista fechou a porta, prendeu uma de suas pernas e começou a andar novamente.
Débora ficou com parte do seu corpo para fora, caiu e foi arrastada por alguns metros do chão. O condutor só parou para abrir a portinha de saída novamente após os gritos daqueles que estavam dentro e fora do ônibus.
Então, ela foi socorrida pela população e levada para o hospital mais próximo da região. Lemos não ficou apenas com o arranhão por causa desse deslize do motorista. Boa parte do seu corpo ficou lesionado, principalmente a coluna, mais precisamente na região da lombar, causando uma hérnia de disco e não sente mais a perna direita.
“Foi muita coisa ao mesmo tempo, as coisas estão bastante difíceis depois do acidente e agora estou numa cadeira de rodas”, disse a jovem em entrevista ao Brechando. Débora e sua família já prestaram um boletim de ocorrência com a Via Sul e acionarão a Justiça. Segundo a estudante, o motorista não prestou socorro e continuou a sua jornada de trabalho.
“Estou parada em casa, em busca de outros exames para saber como vou fazer a cirurgia na coluna. Infelizmente, na avaliação do neurocirurgião, descobri que a lesão pegou a medula”, comentou a Débora.
Débora Lemos não sabe quanto tempo vai demorar o tratamento para melhorar a coluna e em quantos dias irá se recuperar, mas ela ainda tem fé que consiga voltar a andar novamente. “Tive que parar toda a minha vida por conta desse acidente. Para mim, muito mais que as dores e os traumas foi o descaso”, desabafou.
Até o momento, o motorista foi afastado de suas atividades.
O acidente causou revolta nas amigas de Débora nas rede sociais, no qual postaram diversas mensagens para que o motorista fosse punido pelo ato. Uma dessas mensagens pode ser conferida a seguir e já tem mais de 82 compartilhamentos:
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