As redes sociais ampliaram e facilitaram coisas que inicialmente parecem ser inalcançáveis. Algo como procurar algo para consertar roupa, ajeitar o cabelo ou restaurante bom pode ser achado quando você faz um post, seu amigo vê e comenta no texto referido. Isto aconteceu comigo quando estava na minha colação de grau para receber oficialmente o meu diploma de jornalista. Vocês já utilizaram as redes sociais para conseguir algo?
Não estava tão disposta ou empolgada de me formar, uma vez que nos últimos dois meses passei por muitos problemas com a minha profissão. Meus parentes estavam fazendo diversas cobranças.
– O que você vai usar na sua colação?
– Você vai fazer uma chapinha?
– Vai contratar um maquiador?
– Com que roupa você vai pelo amor de Deus?
– Quer que eu fale com meu cabeleireiro?
Confesso que “estas cobranças” estavam me deixando um pouco irritada, uma vez que todos queriam que eu reproduzisse os seus desejos e não os meus.
Natal é uma cidade pequena comparada com outras capitais brasileiras e por isso quase todo mundo se conhece. Desde pequena escuto a frase: “Aqui só tem três pessoas: eu, você e alguém em comum”. Se você adicionar uma pessoa no Facebook, vocês tem mais de 15 amigos que se conhecem entre si. Então, as mídias sociais fizeram com que a cidade ficasse “mais unida” do que habitualmente já é.
Foi assim que me ajudou a procurar o cabelo ideal para participar da minha colação de grau. Usando o poder dos natalenses com as redes sociais.
Meu cabelo é cacheado, sei fazer a minha própria maquiagem e eu não estava com vontade de fazer uma chapinha ou escova, muito menos gastar em torno de 150 reais com isso. Então, eu procurei pessoas pelo Facebook para saber que penteados ou pessoas que poderiam indicar um cabeleireiro BBB (Bom+Bonito+Barato).
O resultado foi melhor do que imaginava e causou uma reflexão sobre o uso das redes sociais.
Em menos de 15 minutos, já tinha uns 10 comentários com canais do You Tube, fotos de penteados, dicas de cabeleireiros, etc. Foi uma interação rápida do que imaginava. Pessoas que não faziam parte do meu ciclo social também me ajudaram bastante. A expressão “A União Faz a Força” encaixou perfeitamente neste contexto. Parecia um milagre e meus problemas acabaram, principalmente porque resolvi isto aos 45 minutos do segundo tempo.
Eu coloquei esta mesma postagem em um grupo de mulheres da cidade e me indicaram a cabeleireira Magalino, que era cliente de um monte de amigas minhas e o detalhe mais interessante, ela trabalha bastante perto de casa. Isto ajudaria a reduzir o tempo de me arrumar, deslocar o carro ou ônibus (que é bipolar, ora é rápido ora demorado) e poderia me ajudar a chegar pontualmente no horário indicado que o cerimonial da minha formatura anunciou.
Foi fácil, consegui conversar com ela pelo Whatsapp, uma vez que topa em marcar dessa seguinte forma. Eu mostrei as minhas referências que queria no cabelo e deu certo. Cheguei no horário marcado, consegui fazer o cabelo, e custou bem menos que 150 reais. O importante: eu gostei do meu cabelo e me senti poderosa hahaha.
Além dos meus cabelos, eu já consegui utilizar as redes sociais para fazer compras. Recentemente, eu falei do Sebo Desapego, que é um canto que as pessoas vendem seus produtos que não querem mais, que foi criado pela comunicadora Leide Franco.
Uma vez consegui comprar um livro que desejava ler há tempos e não achava em livraria alguma da cidade. Um belo dia, a namorada de um então amigo meu estava vendendo o livro no sebo, rapidamente nos comentários da postagem disse que interessava e rapidamente combinamos o local para que fosse deixar o livro. Assim, eu consegui ler.
Foi também pelas redes sociais que consegui encontrar minha cachorra que havia fugido de casa e ficou perdida por mais de seis horas. Um amigo do meu namorado comentou que tinha visto uma poodle parecida com a minha na Avenida Ayrton Senna em Natal. Achei minha cachorra, que neste momento está no meu colo, enquanto escrevo este artigo.
O que conclui com essas três experiências? As redes sociais é um Estreito de Bering formado por cabos de fibras óticas. Assim como o estreito pode reunir a Ásia e América com uma simples ponte formada de geleiras e criando uma fronteira diferente, a internet também pode reunir gente da zona Norte à zona Sul de Natal.
O que achei mais interessante nesta experiência de arrumar um cabeleireiro nas redes sociais foi como os natalenses são hospitaleiros e gostam de ajudar. Foi assim que consegui organizar formatura, trabalho e dentre outras coisas.
A experiência da internet une pessoas dos mais diferentes tipos. Se a pessoa está distante de você umas boas quadras de distância, pode lhe ajudar com uma experiência incrível. Obrigada, Zuckemberg!