Não é todo dia que a gente tem crédito no Natal Card (cartão que serve como vale-transporte). Uma das soluções para facilitar é apresentar a carteira de estudante e pagar a tarifa pela metade do preço. Isto, na teoria, seria bem mais fácil. Tanto que existiu uma determinação da Prefeitura para que as empresas de ônibus realizem este feito, porém a coisa não funciona dessa forma.
Recentemente, apareceu vários vídeos na timeline do meu Facebook mostrando o funcionamento de pagar a meia-entrada usando o cartão do ônibus. Para piorar, eles estão fazendo este mesmo tipo de burocracia com os idosos que possuem o direito de ter a gratuidade.
Como funciona o esquema? Veja a seguir:
Durante a tarde desta sexta-feira (8), eu fui pegar o ônibus para um dos shoppings na cidade. Foi o mesmo veículo que peguei para relatar este artigo aqui. Estava sem crédito no Natal Card e não estava com tempo de colocá-los. Então, eu “resolvi” testar para saber se eles estão realmente deixando que os estudantes paguem a meia, pois tinha lido que os condutores estavam recusando esta forma de pagamento.
O ônibus chegou e eu subi, apresentei minha carteira de estudante. Rapidamente, ele entregou um formulário (foto acima), no qual deveria colocar meu nome completo, número da matrícula, curso, telefone para contato, CPF e o número da minha carteira de identidade. Enfim, uma burocracia total. E, sem querer, fiz um tumulto na fila da entrada, pois tinha que preencher o papel rapidamente, entrar, pagar e conseguir um lugar dentro do ônibus lotado.
Aqui em Natal, os motoristas ao mesmo tempo são cobradores. É lógico que isto vai demorar para sair da parada. Uma coisa que poderia ser resolvida em um minuto. Neste dia, as pessoas estavam desesperadas, pois os rodoviários haviam parado de trabalhar toda a manhã como uma forma de protestar o não cumprimento dos empresários de ônibus sobre o reajuste salarial.
É uma forma de intimidar quem quer pagar a meia-passagem com dinheiro? Claro. Porque o Natal Card é uma forma de “controlar” a existência de estudantes ou não na cidade. Além disso, muitos fingem que são estudantes e usam para ter desconto de 50%. Com o pagamento da carteirinha, a fiscalização seria dupla. Sem contar que seria muito mais vantajoso, na visão empresarial, pagar a inteira.
Recentemente, eles estão fazendo esta mesmo de burocracia com os idosos. Demorando cada vez mais a saída dos abrigos. Sem contar que já vi vários ônibus recusando abrir a porta traseira aos idosos.
Cadê a fiscalização da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana? Prometida na lei de regularização do sistema de transporte público, que garantia a gratuidade aos idosos. A mesma pasta é responsável em fiscalizar se as empresas estão obedecendo a lei.
Para finalizar este texto, veja esta crítica da jornalista Sheyla Azevedo, que presenciou uma cena de pessoas demorando para subir ao ônibus: