Que tal ensinar graffiti nas escolas? Criado em 2020 pelos artistas e educadores Leila Lua e Emanoel Aquila, o Graffiti Educa vem mostrando a cada edição o potencial de unir arte urbana, educação e transformação social. Em sua quinta edição, contemplada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2024, o projeto ocupa a Escola Municipal José de Andrade Frazão, na Zona Norte de Natal, com oficinas, rodas de conversa e um grande mutirão de graffiti. São 3 dias de oficinas de graffiti com os professores Erre Rodrigo, SouPúrpüra e Leila Lua.
Segundo os idealizadores, a proposta surgiu da própria experiência como grafiteiros e professores.
“O Graffiti Educa é um projeto que leva para os estudantes de escolas públicas a vivência de construir murais coletivamente e debater temas importantes para sua construção de identidade, ao mesmo tempo que oportuniza a artistas locais se aproximarem do público e promoverem sua obra”, explicam Leila Lua e Emanoel Aquila.
Nesta edição, o público-alvo são alunos do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além disso, a escolha, segundo os coordenadores, se deu para garantir a continuidade de ações já realizadas na escola e para contemplar públicos pouco alcançados por iniciativas culturais.
“O EJA, em especial, carece de atividades multidisciplinares, por isso a necessidade de incluí-lo no projeto”, destacam.
O que acontece nas oficinas
As atividades envolvem tanto a parte teórica quanto a prática. Como resultado, os 55 alunos beneficiados aprenderão sobre a história desta arte urbana, seus materiais e linguagens, e também participam da pintura coletiva de murais. Mais do que ensinar técnicas, o projeto busca estimular reflexões sobre identidade e pertencimento.
Além da escola José de Andrade Frazão, o projeto já passou por outros espaços, como a Escola Indígena do Amarelão, em João Câmara, e até pelo curso de Design da graduação.
O encerramento do projeto acontece no domingo, 24 de agosto, a partir das 9h, com um grande painel por artistas da Zona Norte de Natal. A programação inclui ainda shows com DJs e bandas locais, batalhas de rima e cypher de breaking, transformando a escola em um verdadeiro palco da cultura urbana. “Será um momento de culminância do projeto, reunindo cerca de 30 artistas ligados ao hip-hop”, explica a produtora Denise Amaro.
Para além das escolas
Os idealizadores ressaltam que o Graffiti Educa não se limita ao ambiente escolar. Já foram promovidas rodas de conversa sobre o cenário artístico local e produções audiovisuais com artistas da cidade. Ademais, a meta é ampliar as ações para outros espaços institucionais, fortalecendo o debate sobre o graffiti como ferramenta de educação e transformação social.
Para Leila Lua e Emanoel Aquila, o projeto é fundamental para democratizar o acesso à arte. “O hip-hop e o graffiti se identificam com os espaços periféricos, e levá-los para a escola é uma forma de fortalecer a expressão artística e descentralizar a ideia de que arte só existe dentro de uma galeria”.
Os próximos passos incluem, portanto, expandir para mais escolas e abrir novos debates no meio artístico. “O projeto tem o potencial de se discutir o graffiti enquanto ferramenta de transformação social e educação”, completam.
Serviço
Data: 24 de agosto (domingo)
Horário: A partir das 9h
Local: Escola Municipal Prof. José de Andrade Frazão – Av. Boa Sorte, 1834, Nossa Sra. da Apresentação, Zona Norte de Natal/RN
Mais informações: @graffitieducaoficial_
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