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67 anos de Madonna: O que a mídia local pensava dela nos anos 80

Madonna

Madonna explodiu a carreira nos anos 80 e os jornais de Natal já falavam da artista através de colunas sociais e musicais.

Madonna Louise Ciccone nasceu no dia 16 de agosto de 1958 e é a rainha do pop, segundo a mídia especialista em música. Desde os anos 80, a cantora é conhecida por romper tabus e trazer um legado para a música. Logo, veio o seguinte questionamento: o que a imprensa local pensava sobre a diva?

Rapidamente, fomos ao Diário de Natal e O Poti, dois jornais que fecharam e seu arquivo está em domínio público para consulta. Ao pesquisar o nome “Madonna”, vimos que a mencionaram 16 vezes apenas no Diário e quatro vezes em O Poti.

Mas, separei apenas trechos jornalísticos que falavam a cantora e não os anúncios, que este valor de menções se reduz.

A sua primeira menção aconteceu na coluna de Paulo Macedo, onde dizia:

A cantora Madonna parece ter definitivamente o status de super-estrela nos Estados Unidos. Já foram vendidos nada menos que dezessete milhões de cópias do álbum Like a Virgin, sem que a cantora tenha jamais participado de um show ao vivo. A proeza pode ser creditada aos videoclips (sic) da cantora sexy, exibidos na MTV, que exibe clips com exclusividade na televisão americana.

DIário de Natal, coluna de Paulo Macedo em 10 de maio de 1985

O mesmo colunista falou das fotos nua da cantora que ela tirou quando era modelo para faculdade de artes dos Estados Unidos, no texto dizia:

Dar as melhores fotos da roqueira Madonna – nua- tornou-se a obsessão das revistas dos EUA: Penthhouse e Playnoy puseram nas bancas, já esta semana, seus exemplares de setembro, cada uma garantindo que mostra Madonna mais ao naturel do que a outra.

Diário de Natal, 08 de agosto de 1985

Um outro trecho mencionando Madonna veio de uma reportagem na página 02 do periódico, publicada em junho de 1988, intitulada de “Teatro reflete conflitos mas não consegue reunir público”.

Matéria de Rubem Rocha no DIário de Natal que fala sobre Madonna

A matéria traz a cobertura de uma palestra de Rubem Rocha Filho na Fundação José Augusto (FJA) falando da crise do teatro e mencionou o consumo da música pop podendo ser uma das possibilidades do desinteresse.

“É tão forte o poder do colonizador, o mesmo que faz o ideal erótico dos negros ser a Xuxa ou a Madonna, que é difícil quebrar essa mística de que o que vem do Rio e São Paulo, ou mesmo dos Estados Unidos, não é o melhor para nós. Assim, nos carnavais, o maracatu e os caboclinhos são fatalmente massacrados pela escola de samba, e o teatro fica numa espécie de ilha de resistência em que os valores locais são levantados e transmitidos”, Ruberm FIlho no Diário de Natal.

Consumo de Madonna nas colunas sociais

Dentro dos jornais do Diário de Natal, ainda em junho de 1988, havia uma seção dedicada a região do Seridó e dedicou uma sessão a debutante que tinha gostos mistos de pessoas para admirar, colocando Madonna e Margareth Tatcher (primeira-ministra do Reino Unido) em um mesmo patamar:

A jovem Gigliana Mendonça da Silva é mais uma debutante de Currais Novos. Ela tem 1,57,, cabelos e olhos castanhos escuros, filha de Francisco Tavares da Silvs e Terezinha D’Arc Mendonça Silva, aluna do 2º ano científico do Instituto Maria Auxiliadora. Nasceu em Natal, onde estuda, e o que mais almeja na vida é concluir seu curso de inglês na Inglaterra, onde já esteve. Gigliana tem com “hobby” viajar, é fã do seu pai, da irmã Dulce, de Margarete (sic) Tatcher e da cantora Madonna. Vai sempre ao cinema quando os filmes são de Sylvester Stallone.

E o Poti?

Coluna de Tim Kawasaki sobre a cantora em 1983 para O Poti

Resolvi deixar a parte de jornal O Poti para este espaço. O jornal dominical resolveu deixar matérias para falar da música da cantora.

Em 1983, o jornalista TIm Kawasaki, em sua coluna, divulgou a set-list de seu programa na 96 FM, nos fins de semana, onde menciona que iria executar a canção Phisical Attraction da cantora.

O mesmo colunista, alguns dias depois, veio fazer uma resenha para falar do primeiro disco da cantora, no qual dizia o seguinte:

Já era sem tempo. A música disco precisava de novas ideias e algumas injeções de criatividade. A excessiva repetição do baticum eletrônico e das marcações pautadas das guitarras e baixos se tornaram mamjadíssimas e o entusiasmo e euforia iniciais foram dando vez ao lugar comum.

De repente desponta neste cenário musical uma nova cantora Madonna, trazendo uma revigorante dose de pura energia ao gênero, e o resultado é um disco que aos potente e bonito, além de altamente dançável. Um trabalho lindíssimo e sinfgular, onde os efeitos eletrônicos sonoros estão em toral harmonia com os sons de instrumentos convencionais, num extremo de bom gosto.

Lucky Star, Borderline, Holiday, Physical Attraction ou o hit Everybody ou qualquer outra faixa merecem destaques especiais, não somente pelo ritmo pulsante das ótimas fusões Disco/Rhythm & Blues que Madonna consegue unir, como também pelo seu distinto estilo vocal, que certamente continuarão garantido seu sucesso.

TIm Kawasaski, em sua coluna em O Poti, no dia 06 de novembro de 1983.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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