Neste fim de semana houve o festival “Back to Beginning”, onde ficou marcado pela união dos principais artistas do heavy metal mais o encerramento do Black Sabbath e, por conseguinte, de Ozzy Osbourne, no qual eles tocaram na cidade de origem: Birmingham, segunda maior cidade da Inglaterra e importante centro da Revolução Industrial.

A maior lição da vida do grupo que é possível mostrar, musicalizar e expurgar o caos em viver na periferia inglesa, utilizando elementos metafóricos, que são símbolos contrários da pureza. Para eles, o diabo não era o Lucífer (anjo rebelde) propriamente dito, mas todo o sistema capitalista que lhes obrigavam a trabalhar em subempregos em indústrias do bairro periférico de Aston.
Em War Pigs, por exemplo, os porcos eram os norte-americanos que forçavam o seu imperialismo na Ásia por meio da Guerra do Vietnã. Pior, o Reino Unido apoiando.
Por isso, Sabbath é minha banda favorita e sou uma profunda admiradora do grupo. Desde o som impactante que mistura o blues com guitarras cruas, com desabafos da vida social até o carisma de cada um dos membros. Chorei copiosamente quando Ronnie James Dio morreu, em 2010, no qual cantava com fervor a dualidade humana em Heaven and Hell.
Fiquei triste com o diagnóstico de Parkinson de Ozzy ou o câncer de Iommi. A gente não quer que os nossos ídolos se separem ou morram. Mas, temos que lembrar que o legado é para sempre.
Não acredito que Sabbath morreu, a banda ainda vive e, principalmente, no meu coração. O festival não só estimulou a lembrar, novamente, os bons e velhos tempos, como também estimular a juventude a escutar novamente.
Por causa deles, comecei a escutar diferentes bandas de heavy metal, conheci o mundo do século XX (principalmente a zona Industrial inglesa e sua desigualdade social) e me interessou a trabalhar com jornalismo cultural.
Vendo os clipes do festival, eu rapidamente lembrei do dia que assisti Metal Lords, filme da Netflix que me fez lembrar do meu adolescente metaleiro. A obra traz a história de três adolescentes diferentes entre si e excluídos do colégio que resolveram montar uma banda de rock pesado.
O Hunter, o guitarrista da turma, apresentou ao Kevin, da banda marcial do colégio, algumas canções para aprender a tocar bateria. Entre as músicas estava “War Pigs”, do Sabbath, a intepretação do ator Jaeden Martell, demonstrando a primeira vez que escutou a música mencionada traz uma sensação quase que fidedigna de como escutei esta canção aos 12 anos, no ano de 2005.

A sensação de cabeça explodir, a vontade de balançar o corpo e todas as manifestações corporais que Kevin realizou ressuscitou a minha pessoa colocando o disco pela primeira vez para tocar. Ouvir e compreender alguém que estava tão insatisfeito com a vida quanto eu trouxe um resgaste da minha memória sensorial.
Se fosse na onda da “mídia especializada”, eu não teria escutado, pois dizia que eles misturavam coisas ocultas e não eram do bem. Mas, foi por causa das letras que pude estudar melhor figuras de linguagem, conhecer o século XX e entender como era uma visão de quatro malucos excluídos na escola pensavam sobre o mundo. A mensagem era clara: eles não queriam ser apenas operários comuns, com uma família feliz e cristã tradicional inglesa.
Mas, voltando a juventude, o festival resgata o heavy metal para a grande mídia que estava fazendo matérias sobre a crise do estilo diante ao crescimento da música pop e a associação com os movimentos neofascistas.
O filme, mesmo sendo lançado em 2022, ainda é um dos mais assistidos na plataforma de streaming.
Hoje, portanto, a imprensa mostra o lucro do festival para hospitais públicos ingleses e também na pesquisa sobre Mal de Parkinson, que ainda são diminutas.
Sendo assim, filmes como Metal Lords e festival Back to Begnning mostram que o rock pesadão ainda está lá, pois sempre alguém vai estar insatisfeito com o sistema e vai querer externar com um som agressivo.




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