A desigualdade social tem cor e gênero em Natal

A Elza Soares dizia que a “carne mais barata do mercado é a carne negra”. Alguns acreditam é só mais um papo político e demagógico. Mas, as estatísticas mostram que a desigualdade social de Natal tem bastante cor. Enquanto para os brancos uma boa renda precisa-se ter condições de equidade.

A pesquisa “Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024“ reúne informações sobre a realidade de várias cidades brasileiras.

Para começar, o rendimento-hora médio real habitual do trabalho principal do natalense é R$ 22 reais. Ou seja, um trabalhador de oito horas diárias com carteira assinada ganha 176 por dia em média na capital potiguar, enquanto em João Pessoa, a duas horas de Natal, é R$ 224 reais.

Fazendo um cálculo mostra que ganhamos em média até três salários (R$ 1.518) mensalmente. E destrinchando os dados da realidade de uma casa natalense, vai ver que nem todas são distribuídas de forma igual.

Empregos formais de taxa de desemprego mostram a desigualdade social em Natal

370 mil natalenses estão com empregos formais. Bom sinal, uma vez que representa 63,2% das pessoas que estão trabalhando. Entretanto, desses 370 mil há 58,1 mil pretos e pardos em Natal com empregos formais. Ou seja, representando 15% dos trabalhadores de carteira assinada.

Isto também reflete na taxa de desemprego, a taxa de brancos desempregados é 6,9% enquanto de pretos e pardos salta 12,5%.

O rendimento médio de uma pessoa preta em um trabalho formal é R$ 3152 e informal é 1.832 reais. Comparando com branco é R$ 5723 na formalidade e R$ 1903, não formal.

Com esta distribuição de renda mostra que a organização da casa também será diferente,

Pessoas sem o Bolsa Família a renda familiar é mais problemático

As famílias que não são cadastradas pelo Bolsa Família em Natal tem a renda média mensal de 1 salário mínimo e meio, de acordo com o IBGE, no

Mostrando que mesmo sendo uma população branca, um cidadão de pele branca tem a renda domiciliar de 1720 reais enquanto a preta ou parda é R$ 770.

Ou seja….

A desigualdade salarial e social de Natal é refletida no gênero? Sim!

A mesma pesquisa do IBGE mostra que homens brancos têm uma renda de 1692 reais e as mulheres, 1.735 reais. Mostrando que as mulheres ganham 25% a mais que a população masculina.

Já o homem negro ganha R$ 871 e a mulher, negra R$ 738. Uma diferença de 84%. Quer dizer que ele ganha quase o dobro da negra.

Sendo assim, a mulher branca ganha quase o triplo que a negra.

E, você, ainda acha que quando falamos de racismo é mimimi?