O Cine Panorama ficara no bairro das Rocas e, por muito tempo, era voltado como espaço para filme +18. Hoje, ele vai voltar a ser cinema de rua de Natal.
O Cine Panorama, localizado nas Rocas, havia deixado de ser uma igreja evangélica e estava para alugar. Mas, recentemente, foi adquirido e tombado pela Secretaria do Estado da Cultura para finalmente voltar a ser cinema.
Fundado em 1967, o Panorama foi um marco no bairro das Rocas e operou até o início dos anos 90. Agora, o histórico edifício renascerá como um novo centro cultural para as futuras gerações.
Inaugurado com o filme “007 Contra o Satânico Dr. No”, o Cine Panorama se tornou um símbolo de entretenimento na cidade. Localizado fora dos centros tradicionais de cinema, foi o único na região por anos, oferecendo uma grande variedade de filmes para a população local. Aunda mais desempenhou um papel importante como ponto de encontro para muitas famílias, sendo um espaço de lazer acessível.
Com o tempo, a popularidade do Panorama diminuiu, e com a ascensão dos multiplexes, o cinema acabou, portanto, sendo desativado. No entanto, a memória do Cine Panorama permanece viva na cidade, sendo um ícone de uma era que marcou a história cinematográfica de Natal. Ademais, o anúncio de sua revitalização e tombamento traz esperança de que ele volte a ser um espaço cultural vibrante. Preservando tanto sua história quanto sua importância para a identidade de Natal.
A valorização do Cine Panorama é uma excelente notícia para todos que acompanham o patrimônio cultural de Natal. Além disso, esta ação reflete um esforço em preservar o que é histórico e significativo para a cidade. Assim, conectando o passado ao futuro, e oferecendo aos cidadãos uma nova oportunidade de vivenciar a história local.
Projeto Aqui Já Existiu Cinema
Tudo começou neste projeto “Aqui Já Existiu um Cinema”. A arquiteta Wirenilza Lima, para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de arquitetura, registrou sobre a história dos cinemas de rua.
Por conseguinte, surgiu o interesse de realizar um filme-ensaio dos estudantes de Audiovisual Anthony Rodrigues e Ilany Régia.
Em entrevista ao Brechando, em agosto de 2023, a sua finalidade é manter a arquitetura moderna do Cinema, tombadas pela Fundação José Augusto (FJA), apesar da parte externa ter sido modificada.
Apesar do tombamento, a estudante teve dificuldades de encontrar informações básicas para conseguir projetar e ter ideias de zoneamento de áreas, como a planta baixa, cortes ou fotos.
Com um semestre do curso já atrasado por conta desse contratempo e sem ter mais aonde recorrer, ela abandonou a ideia de realizar o projeto no Cine Nordeste e achou outro prédio histórico, a antiga sede da Secretaria Municipal de Tributação (Semut) em frente ao Sesc Cidade Alta e por trás da Escola Estadual Winston Churchill.
O espaço também foi a primeira sede da Faculdade de Odontologia da UFRN e ainda mais foi uma das sedes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Além disso, a paixão pelo cinema, entretanto, não a fez esquecer a ideia de reuso para esse tipo de estabelecimento.
A ideia era fazer, portanto, um projeto arquitetônico de reuso do antigo Cine Nordeste, inaugurado em 1958 e fechado em 2003. Atualmente, o prédio está em desuso após o fechamento das lojas Leader.
O que era para ser um simples TCC virou um grande passo, como transformar um antigo cinema de rua em cinema popular.
O Tombamento do Cine Panorama apoiado pela CAU/RN
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Norte (CAU/RN) parabenizou a recente iniciativa do Conselho de Cultura do Estado, que anunciou a previsão do tombamento do prédio do Cine Panorama, um dos maiores ícones do patrimônio arquitetônico histórico potiguar.
Essa ação reforça a importância da preservação de edifícios emblemáticos, como o Cine Panorama, e complementa as atividades do CAU/RN, que recentemente percorreu o centro histórico de Natal, destacando cinemas históricos da cidade.
A preservação desses espaços não só protege o patrimônio arquitetônico, mas também fortalece a identidade cultural e a memória coletiva da cidade, essencial para que as futuras gerações compreendam a rica história de Natal.
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